Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

26 de janeiro de 1995

Déborah de Brito Albuquerque Pontes Freitas

Bilingüismo do Grupo Arara (Pano) do Acre: sugestões para alfabetização na língua indígena

Orientação: Adair Pimentel Palácio
Área de Concentração: Linguística

Resumo: EOs Arara ocupam uma área delimitada às margens do Riozinho Cruzeiro do Vale (Igarapé Humaitá), afluente do alto Juruá, no Estado do Acre. O grupo, cerca de 153 índios, fala Português; destes, 10 falam Arara além de Português: e vários outros, embora não falem, entendem a língua indígena. Esta dissertação faz inicialmente um relato de natureza histórico-etnográfica que define o Arara como um grupo que apresenta forte assimilação dos elementos culturais da sociedade envolvente e conseqüente perda de sua cultura tradicional. A análise do bilingüismo dos Arara identifica a língua como um dos elementos que mais resiste a este contato. A existência de alguns bilíngües sugere que o grupo tem um estado de bilingüismo potencial. A língua ainda vive tradicionalmente em conversas secretas e onde não há exigência de uma interação comunicativa: na narração de histórias, nos sonhos e nas músicas. Os Arara possuem duas escolas, onde é transmitida a educação formal da sociedade nacional. O grupo demonstra interesse na alfabetização na língua indígena, buscando resgatá-la através de sua formalização. Tentando ir de encontro a este anseio e com a preocupação de oferecer um retorno social aos índios, esta dissertação sugere uma metodologia educacional apoiada no perfil do grupo, no seu Universo Vocabular, na Fonologia (CUNHA, 1993) e no sistema educacional de Paulo Freire, permitindo utilizar linguagem e técnicas pedagógicas que venham propiciar ao grupo não apenas a aquisição da habilidade de ler e escrever, mas também o resgate cultural Arara.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

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