Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

10 de março de 1997

Margarete Alves da Silva

Vozes em Grande Sertão: Veredas (abordagem bakhtiniana do romance de Guimarães Rosa)

Orientação: Ivaldo Santos Bittencourt
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Este trabalho apresenta uma leitura de Grande Sertão: Veredas à luz dos estudos desenvolvidos por Bakhtin sobre polifonia e dialogismo. No primeiro capítulo, mostramos como Riobaldo incorpora em seu discurso outras vozes, tais como a de Diadorim e a de Otacília. Ainda neste capítulo, verificamos que a troca de falas que se dá entre Riobaldo e Diadorim é uma estratégia polifônica, que equivale também à inversão dos papéis sociais desempenhados por eles na narrativa. No segundo capítulo, analisamos o dialogismo que se instaura entre o narrador e o interlocutor. Apesar de este não pronunciar nenhuma palavra, podemos ouvir a sua voz, por meio das réplicas que se presentificam na fala de Riobaldo. Temos, desta forma, acesso não só ao discurso possível do interlocutor, mas também as suas reações fisionômicas e aos seus gestos. No terceiro capítulo, ampliamos a teoria do dialogismo de Bakhtin, interligando-a às funções do olhar, estudadas por Argyle et alli (1973), para que pudéssemos dar conta da linguagem do olhar, presente na interação verbal de Riobaldo com Diadorim. Em suma, na realização da análise, procuramos mostrar o quanto a influência do olhar e da voz do outro foi decisiva no processo de transformação e de amadurecimento dos personagens envolvidos no diálogo.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

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