Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

2 de setembro de 1997

Eleonor de Fátima Benício Cordeiro

Cinefilia no Recife: conceito-imagem e discurso

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística

Resumo: O objetivo desta investigação é estudar a cinefilia no Recife a partir do discurso do senso comum: "discurso-percepção" do homem/mulher do cotidiano acerca do conceito-imagem que eles têm do binômio cinéfilo/cinefilia: "discurso-crítico" destes mesmos sujeitos sobre os filmes que assistem. O referencial teórico-metodológico utilizado proveio: (a) da teoria do cinema, que forneceu "insights" os quais permitiram posicionar a cinefilia como uma resultante da tríplice relação filme-crítica-espectador; (b) da psicologia social, cujo conceito de representação social foi fundamental para situar o "discurso-percepção" dos sujeitos-genéricos entrevistados; (c) da lingüística: que na vertente inglesa da Análise Crítica do Discurso - TODA, apoiada pela lingüística de texto e pela sociolingüística variacionista, forneceu o aparato necessário para um mapeamento analítico deo "discurso-lembrança" de repasse dos filmes. Do ponto de vista da representação social, os resultados demonstram que o conceito-imagem da cinefilia no Recife tem um caráter positivo: resulta da existência de um sujeito cinéfilo que gosta de cinema, tem uma relação com os filmes do tipo afetivo-racional, e tem entre seus hábitos essenciais: falar ou recomendar filmes, se engajar em conversas só sobre filmes; estar sempre se informando acerca dos últimos lançamentos; freqüentar cinema ou assistir filmes em média uma vez por semana. No que tange à representação discursiva, as análises do discurso como prática discursiva, texto, e prática social indicam ser o discurso-lembrança interpretativo cuja Retórica – inventio e dispositio – se aproxima daquela do crítico de cinema; e cuja possível ideologia e hegemonia são decorrentes das práticas institucionais da indústria cultural.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

Ivanda Maria Martins Silva

O Cronotopo na obra “Espaço Terrestre”: o diálogo tempo-espaço como princípio organizador da narrativa

Orientação: Maria da Piedade Moreira de Sá
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: A presente pesquisa busca analisar a cronotopia - interação indissociável entre tempo e espaço - no romance Espaço Terrestre, do autor pernambucano Gilvan Lemos. A relação entre os índices espaciais e temporais é estudada numa perspectiva dinâmica que define o cronotopo como espécie de princípio organizador da narrativa. Em Espaço Terrestre, a cronotopia assume capital relevância quando vários níveis espaço-temporais (recife-tempo histórico, cronotopo da estrada, Sulidade / tempo cíclico) apresentam-se dialógicamente relacionados. O diálogo entre os cronotopos evidenciam-se na interação dos planos espaço-temporais que ora se opõem, ora se completam. A cronotopia também organiza a estratificação lingüística (plurilingüismo), na medida em que condiciona as variantes dialetais utilizadas pelas personagens. Por essa razão, a análise fundamenta-se nas concepções de Bakhtin (1992 e 1993) sobre cronotopia, dialogismo e plurilingüismo, estreitamente ligadas na composição do universo romanesco. O principal objetivo deste trabalho é mostrar como a cronotopia manifesta-se enquanto elemento importante na arquitetura do romance Espaço Terrestre, ao estruturar a narrativa, tanto do plano formal quanto do simbólico.

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