Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

26 de março de 1998

Sérgio Ricardo Soares Farias

Um Oriente Arquetípico por Manoel de Barros

Orientação: Roland Walter
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: A pesquisa desenvolvida aqui propõe uma leitura da obra completa de Manoel de Barros a partir de parâmetros colhidos nas filosofias religiosas do Extremo Oriente, em especial o budismo e o taoísmo, formadoras de um paradigma de visão de mundo que se opõe ao cientificismo do Ocidente. Para viabilizar a comparação entre tais elementos, optou-se pela via da analogia, que permite observar o surgimento de aspectos culturais e/ou filosóficos semelhantes em diferentes sociedades, distintas geográfica e cronologicamente sem que haja indícios de qualquer relação de influência entre elas. Reforçando esta posição, o corpus será confrontado com uma serie de textos de diferentes literaturas que se prestem a comparação analógica com os legados orientais. Seis feixes temáticos principais da poesia do autor são focalizados dentro deste ângulo de aproximação com o pensamento oriental: a preferência pelos cenários bucólicos; a filosofia da não-ação como modo de harmonização com o cosmos; a aprendizagem como processo de abdicação de conhecimentos inúteis; a concepção do homem como único elemento de desarmonia na Natureza; o caráter religioso do relacionamento com os elementos naturais; e a busca de uma linguagem que não comprometa a relação direta com a realidade. A análise possibilita a caracterização dos textos de Manoel de Barros como uma tentativa de retorno às camadas indiciais da linguagem verbal. Ela evidencia o teor religioso deste projeto, no sentido em que, para o escritor, buscar as mais primitivas conexões da palavra com a realidade permite ao homem a consciência do seu papel no Universo.

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