Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

29 de setembro de 1998

Carlos César Mascarenhas de Souza

O Sujeito Pulsional e a Letra: uma possibilidade de leitura do texto literário

Orientação: Sebastien Joachim e Yaracilda Farias de Oliveira Coimet
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Seguindo a linha de pesquisa em Literatura e Psicanálise, o nosso estudo visa, num primeiro momento, fazer um breve percurso historiográfico da noção de sujeito desde a filosofia até a psicanálise. Esse sucinto trajeto se justifica pelo fato de ser esta noção pertencente ao domínio essencialmente filosófico. A psicanálise tomou-a de empréstimo, subvertendo-a de forma radical ao enunciar a existência do inconsciente. Com efeito, se antes o sujeito do pensamento clássico votava o máximo privilégio à consciência - entendida monoliticamente no topo de uma pretensa unidade, donde se pressupunha autorizada a dar sentido a toda e qualquer experiência interna e/ou externa - com a proclamação do inconsciente, esta autarquia racionalista desmorona, resultando na aparição de outras formas de racionalidade. Em seguida, procuramos apresentar alguns pontos de aproximação e de afastamento entre os dois campos do nosso binômio interdisciplinar, com o escopo de identificar o alcance de cada um no que se refere ao nosso enfoque temático, qual seja: a noção de sujeito, sob as perspectivas psicanalíticas e da Teoria Literária. A título de ilustração, empreenderemos uma possível leitura em textos poéticos de Manoel de Barros, no intuito de verificar a incidência do que aqui tratamos pelo nome de “sujeito pulsional”. A finalidade deste estudo é lastrear futuras abordagens psico-críticas, levando em conta uma categoria renovada do sujeito que, em termos freud-lacanianos, se norteia pela dimensão das pulsões.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

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