Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

30 de setembro de 1998

Valéria Severina Gomes

Concepções de Língua e Implicações para o Ensino: análise da palavra de professores de português e de alunos de Letras

Orientação: Maria Irandé Costa Morais Antunes
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Neste trabalho, procuramos identificar as concepções de língua expressas na opinião de professores atuantes no ensino de 1º e 2º graus e de estudantes de letras. Nosso objetivo consistiu em verificar para onde se dirige o ensino da Língua Portuguesa, tendo em vista as concepções de língua que predominam nesses dois grupos. Para a realização desta pesquisa, os 80 (oitenta) informantes (40 professores e 40 estudantes de letras) complementaram, por escrito, o seguinte enunciado: “Você compreende que uma língua é...”. o discurso dos informantes revelou diferentes pontos de vista acerca da língua, a saber: língua como código; língua como meio de comunicação; língua como prática de interação social, entre outras. Entre essas percepções sobre a língua, algumas revelam-se ora reduzidas, ora mais amplas, dependendo da perspectiva de análise com a qual estiver correlacionada, como, por exemplo, o enfoque estruturalista ou pragmático. O interesse em investigar como, hoje, os professores concebem a língua e, também, observar as possíveis mudanças dessas concepções no grupo dos estudantes de Letras, futuros professores, derivou do princípio de que o processo ensino-aprendizagem da língua fundamenta-se, também, nas diversas concepções que se nutrem a seu respeito. A nosso ver, os resultados mais positivos desse processo estão vinculados às concepções mais abrangentes de língua. Dessa forma, para que o ensino da língua ocorra de forma mais relevante, direcionado para a transformação social, tornam-se necessárias, na formação dos educadores, reflexões bem fundamentadas acerca do que é uma língua e de seus conseqüências na prática de ensino. E foi com esse propósito que desenvolvemos este trabalho.

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29 de setembro de 1998

Carlos César Mascarenhas de Souza

O Sujeito Pulsional e a Letra: uma possibilidade de leitura do texto literário

Orientação: Sebastien Joachim e Yaracilda Farias de Oliveira Coimet
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Seguindo a linha de pesquisa em Literatura e Psicanálise, o nosso estudo visa, num primeiro momento, fazer um breve percurso historiográfico da noção de sujeito desde a filosofia até a psicanálise. Esse sucinto trajeto se justifica pelo fato de ser esta noção pertencente ao domínio essencialmente filosófico. A psicanálise tomou-a de empréstimo, subvertendo-a de forma radical ao enunciar a existência do inconsciente. Com efeito, se antes o sujeito do pensamento clássico votava o máximo privilégio à consciência - entendida monoliticamente no topo de uma pretensa unidade, donde se pressupunha autorizada a dar sentido a toda e qualquer experiência interna e/ou externa - com a proclamação do inconsciente, esta autarquia racionalista desmorona, resultando na aparição de outras formas de racionalidade. Em seguida, procuramos apresentar alguns pontos de aproximação e de afastamento entre os dois campos do nosso binômio interdisciplinar, com o escopo de identificar o alcance de cada um no que se refere ao nosso enfoque temático, qual seja: a noção de sujeito, sob as perspectivas psicanalíticas e da Teoria Literária. A título de ilustração, empreenderemos uma possível leitura em textos poéticos de Manoel de Barros, no intuito de verificar a incidência do que aqui tratamos pelo nome de “sujeito pulsional”. A finalidade deste estudo é lastrear futuras abordagens psico-críticas, levando em conta uma categoria renovada do sujeito que, em termos freud-lacanianos, se norteia pela dimensão das pulsões.

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21 de setembro de 1998

Elcy Luiz da Cruz

A Simulação Real: a narrativa carreriana em “Somos Pedras que se Consomem” e o mundo pós-moderno

Orientação: Roland Walter
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Diante de uma realidade que se virtualiza, ou mais exatamente, que se torna surreal segundo as características pós-modernas, trazemos a obra Somos Pedras que se Consomem (Raimundo Carrero) e através dela tentamos demonstrar que se os meios de comunicação de massa elidem a realidade pela concomitância dos acontecimentos diários, essa mesma realidade é acolhida, presentificada pela narrativa carreriana. Ao revelar os fatos do cotidiano, através das notícias do dia-a-dia, e cruzá-los com textos de outros autores no corpo do romance, o autor cria um ambiente lúdico onde fato e ficção se confundem chegando mesmo a trocar suas identidades. Essa possibilidade fusionesca ou interativa denominamos simulação real. Ao fusionar textos diversos, o romance mergulha nas contradições da própria sociedade revelando assim seu ato socialmente simbólico, tornando-se, desta maneira, restaurador não só da realidade mas também do próprio fazer artístico.

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14 de setembro de 1998

Ana Márcia de Lima

Discurso Persuasivo e Função Adverbial em Publicidades Brasileiras de Televisão

Orientação: Yaracylda Oliveira Farias Coimet e Gilda Maria Lins Araújo
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Pesquisa com o objetivo de analisar a linguagem persuasiva em publicidades televisivas brasileiras através da mobilidade dos advérbios. Para a linguagem persuasiva, recorremos à concepção de discurso persuasivo segundo Aristóteles (1961) e de discurso publicitário segundo Charaudeau (1983). Em relação à mobilidade adverbial, percorremos as abordagens teóricas defendidas por Ilari et al (l989) que propõem a existência de algumas classes adverbiais, e trabalham com os escopos que podem acompanhar cada advérbio. São raros os trabalhos sobre os advérbios e seus escopos, especialmente no que se refere à posição que ocupam com valor persuasivo em publicidades brasileiras de televisão. Como resultado da análise, pode-se afirmar que nem todas as classes adverbiais propostas ocorreram devido à extensão de alguns advérbios, na maioria longos, em relação à curta duração (de 15 e 30 segundos) da apresentação dos textos publicitários na televisão. No entanto, este estudo revelou que a função dos advérbios, juntamente com os escopos que os acompanham e as diversas ordens em que eles podem se encontrar, e um fator de persuasão no discurso publicitário televisivo brasileiro.

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