Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

15 de dezembro de 2000

Dilma Tavares Luciano

Prosódia e Envolvimento na Compreensão do Telejornal

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística (Doutorado)

Resumo: Este trabalho tem como proposta uma primeira caracterização do comportamento prosódico na locução do telejornal e verificação da interferência de fenômenos entoativos na compreensão do telespectador. O eixo organizador dessa caracterização ou, em outras palavras, a questão a ser respondida é como a prosódia participa do processo de textualização com a leitura em voz alta (LVA), influindo na compreensão. Na discussão, a prosódia é deslocada de sua atuação restrita à fala, permitindo a definição de estratégias de oralidade, como o meio pelo qual o leitor distingue a complexidade da informação textual. Como produto dessa discussão, verifica-se que: (a) a coesão prosódica é um fenômeno textual observado dentre os mecanismos de distribuição e progressão da informação, que, ao lado do contorno entoacional na LVA, permite a identificação de tipos de leitura – litânica, padrão e eloqüente – na dimensão sonora; (b) a expressividade na LVA é o resultado da ação do locutor sobre o escrito, seja estruturando de modo particular a matéria fônica, seja realçando / acrescentando significados por meio de substância fônica e do jogo de pausas (ele recorre às estratégias de oralidade necessárias à retextualização na LVA, ao mesmo tempo em que revela o grau de envolvimento no trinômio leitor-texto-ouvinte). Finalmente, os resultados dos testes de compreensão mostraram diferença de rendimento relacionada ao nível de letramento dos informantes, bem como apontaram para uma melhora no aproveitamento dos trechos em que a LVA foi mais envolvente sobre segmentos narrativos.

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7 de dezembro de 2000

Cynthia Tavares de Almeida Albuquerque

A Po(Ética) da Virulência nos Contos de Rubem Fonseca

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Um dos aspectos mais importantes e notórios da obra de Rubem Fonseca é a temática da violência. Por essa razão, a temática da violência tornou-se nosso ponto de partida para a obtenção de um entendimento do modelo de universo fonsequiano no presente estudo. Por isso um dos nossos maiores interesses tem sido revelar as causas da deflagração da violência nos muitos textos desse autor. Para isso, necessitamos compreender os vários processos de subjetividade dos seus personagens. Em nossa análise e em nossa exploração da figura do eu-narrador que está sempre presente nas mais violentas narrativas de Fonseca. Nosso suporte teórico deriva das idéias de Gilles Deleuze, Félix Guattari e Michel Foucault.

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6 de dezembro de 2000

Rozineide Novaes Ferraz

Aspectos Discursivo-Interacionais em Aulas de Inglês em Escolas Públicas do Recife: um enfoque etnográfico

Orientação: Abuêndia Padilha Peixoto Pinto
Área de Concentração: Linguística (Doutorado)

Resumo: O ensino/aprendizagem de língua estrangeira nas escolas públicas tem sido alvo de críticas por vários setores da comunidade. Tendo em vista as condições em que se dá tal processo, este trabalho se propõe a investigar aspectos da interação em aulas de inglês do Ensino Fundamental no setor público. A pesquisa foi realizada em duas escolas do Recife e tem como base uma abordagem de cunho etnográfico, uma vez que utiliza vários tipos de dados, considera o contexto social dos que estão envolvidos, levando em conta também a opinião dos participantes. O foco na interação centra-se principalmente nas fases instrucionais das aulas observadas, de onde foram extraídas as seqüências interacionais para análise. Como se trata com uma pesquisa com dois professores, algumas comparações são estabelecidas a partir do enfoque metodológico dado às aulas. A análise das tarefas e dos diários dos alunos possibilitou uma visão mais abalizada sobre a natureza da linguagem enfatizada em cada aula. Com base nos pressupostos teóricos do ensino/aprendizagem de línguas, da análise do discurso e do sócio-interacionismo, verificou-se que o processo de ensino/aprendizagem de LEs naquele contexto precisa ser repensado; sugere-se, então, uma releitura dos processos discursivo-interacionais e uma re-orientação pedagógica para o ensino de LEs na rede pública.

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30 de novembro de 2000

Janilto Rodrigues de Andrade

Da Beleza à Poética

Orientação: Luzilá Gonçalves Ferreira e Lourival Holanda
Área de Concentração: Teoria da Literatura (Doutorado)

Resumo: Na expressão "da beleza à poética", inscreve-se a idéia de partida e de chegada. Partida: estética - perceber com os sentidos -, porque a beleza limita com o sensorial. Aqui, "da beleza" equivale a "da estética". Chegada: teoria - ação de observar -, porque a poética, como corpus teórico sobre a poesia, requer um tomar-parte no ente artístico. Mover-se nessa circularidade - do sentir ao observar e vice-versa - implica navegar rente à margem contrária à das restrições tradicionalmente impostas à subjetividade pela azáfama cientificista. Travessia possível, uma vez que o sujeitovem imiscuindo-se em todas as veredas do pensamento pós-moderno. Assim, postas algumas questões na introdução, passamos a caminhar nos entremeios daleitura esubjetividade. Fundamental pisar esse chão, porque, revelando-se o sujeito, elegemos a liberdade como condição (e princípio!) que permite ao leitor ser introduzido na província da beleza. Somente o sedutor – que nos arranca um como é bem feito! - incita-nos a experenciar a aventura do fascínio à interpretação. Para tanto, põe-se, (n)à poética, as razões que levam o leitor a, seduzido, considerar um texto belo. Dizemos razões, porque, pisando trilha kantiana, não cabe a conceituação sobre o belo; não há, assim, lugar para causas. Observadas as razões, hauridas na hermenêutica de Alfonso Lopez Quintas, de inspiração heideggeriana, tomamos o outro pólo do saber estético - texto e objetividade - configurando-se a pergunta, segundo nos parece, pertinente: como se inscreve, no conhecimento, o objeto artístico? Definida uma resposta, pomos à prova, em “Na prática, as razões são as mesmas”, os pressupostos teóricos - na análise de alguns textos, optamos por objetos de linguagens distintas, tendo em vista as interações que hoje se observam, entre as semioses artísticas e entre as reflexões sobre elas e entre estas e aquelas. A conclusão do nosso trabalho aponta para um mundo que se abre, vivo e dinâmico.

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29 de novembro de 2000

Sandra Helena Dias de Melo

Estilo e Neutralidade no Texto Noticioso Jornalístico

Orientação: Judith Hoffnagel
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Este estudo teve como objetivo central mostrar como o estilo, num trabalho conjunto entre forma e sentido, produz notícias e reportagens nada imparciais nos textos noticiosos jornalísticos. Visto que a imagem da neutralidade do texto noticioso, construída a partir da divulgação de manuais de redação e estilo jornalístico, advém da visão de um estilo que prima unicamente pela forma no relato da informação imparcial, procurou-se identificar os elementos discursivo-textuais que evidenciassem a não-neutralidade do estilo no texto noticioso, a partir de uma análise discursiva e cognitiva. A partir de um corpus (catorze reportagens e cinco notícias), contendo matérias de 1997 a 2000, fez-se uma análise da relação entre o discurso de neutralidade do estilo nos manuais e livros técnicos da Imprensa e o efeito real do efeito noticioso. Partindo da posição de que o estilo é produtor de sentido e da necessidade de observá-lo a partir de uma perspectiva holística, procurou-se identificar, nesta investigação, marcas discursivo-textuais que exercem importantes e diferentes funções no estabelecimento de sentidos que comprovassem a não-neutralidade do texto noticioso, seja porque a língua não é uma instância neutra da ação humana, seja porque o estilo é um trabalho conjunto entre forma e sentido, destituído do poder de neutralizar qualquer texto. Na análise do corpus, verificou-se além da opacidade da língua, mesmo quando submetida a regras de padronização, a recorrência de estratégias argumentativas na produção do texto noticioso, evidenciando o estilo como seleção de forma e sentido no processamento de informação da imprensa. Os resultados obtidos comprovam a visão do estilo como uma seleção não neutra e como um ato lingüístico fundamental na produção de efeitos de sentido.

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31 de outubro de 2000

Antony Cardoso Bezerra

Encontro entre Picaresca e Neo-Realismo Português: A Noite e a Madrugada de Fernando Namora

Orientação: Sônia Lucia Ramalho de Farias
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Objetivo, no presente estudo, verificar o processo de convergência - temática e estrutural - existente entre a tradição picaresca espanhola e o romance A Noite e a Madrugada (1950), do escritor português Fernando Namora. O tema eleito é problematizado com base na exposição analítica do percurso da picaresca - com ênfase na tríade fundamental do gênero - e do quadro socioestético em que se insere o Neo-Realismo literário português, notadamente a carreira do autor contemplado. Por meio da contribuição da literatura comparada e da narratologia - e levando em conta a noção de “inter-historicidade” (termo de Guillén, 1989: 283), no envolvimento de aspectos característicos de romances picarescos -, observo os pontos em que Pencas, elemento integrante do romance de Namora, se aproxima ou se afasta do pícaro castelhano. Embora dirija o foco à personagem, preocupo-me em evitar retirá-la de seu ambiente, pois só pode ter o comportamento pertinentemente compreendido no corpo da história. Ao mesmo tempo, verifico de que modo o autor retrabalha motivos usuais da tradição castelhana. Os pontos de conjunção entre os romances picarescos e A Noite e a Madrugada exercem, certamente, funções diversas entre si, pois integrantes de uma cosmovisão particular. Longe de indicarem uma cópia servil do pícaro, as atitudes de Pencas se relacionam ao ambiente rural português. As características da picaresca integradas ao caráter dessa personagem - devidamente recriadas - acabam por se converter num elemento distintivo em relação aos demais integrantes do romance, que, seguindo uma nota dominante do Neo-Realismo, não podem abrir mão do trabalho para sobreviver.

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27 de outubro de 2000

Andréa Leocádio de Nogueira

O Processo de Referenciação em Textos Injuntivos Escritos: a elipse nominal

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística

Resumo: O objetivo desta pesquisa é investigar como as estratégias de continuidade referencial contribuem para a construção da coerência em textos injuntivos escritos. De modo específico, investiga-se como a elipse nominal contribui não só para a criação da coerência global do texto, mas para a própria construção sintática. Defende-se a tese de que a elipse é um dos mecanismos de manutenção do tópico e da estabilidade referencial, sendo assim, da coerência. Entende-se por referenciação uma atividade de formulação textual, realizada pelos mais diversos tipos de estratégias, tanto de base lexical como pronominal, sendo a coerência resultante deste processo, e não produto dele, isto é, não uma propriedade do texto, no sentido de que se encontra inscrita nele, mas mediada por ele. Tem-se por hipótese que a elipse, nesta perspectiva, é fruto de processos discursivos, associada a um discurso que segue. Visando à comprovação da hipótese, apresenta-se a relação entre elipse e situação comunicativa dos injuntivos, elipse e contexto sintático-pragmático, elipse e memória discursiva. Abordam-se itens como construção textual, argumentos de predicados, status informacional e pontos de ancoragem discursiva. Identificam-se os ambientes condicionantes para uma ocorrência elíptica, bem como os contextos nos quais tal ocorrência é inadequada. Constata-se que a elipse é fator de coesão e coerência, sendo utilizada em contextos discursivos menos ambíguos.

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17 de outubro de 2000

Maria Lúcia Ferreira de Figueirêdo Barbosa

A Polidez no Discurso de Crianças e Adolescentes

Orientação: Judith Hoffnagel
Área de Concentração: Linguística (Doutorado)

Resumo: Este trabalho examina o uso de rotinas de polidez (elogiar e pedir desculpas) em interações diadáticas e multiparte de crianças e adolescentes. O perfil comunicativo dos informantes é descrito com base em estratégias que eles utilizam com vistas a atender necessidades pessoais e sociais surgidas no curso das interações. Elogios e pedidos de desculpas são analisados levando-se em conta o background sociocultural compartilhado por proferidores e destinatários de elogios, bem como por ofensores e ofendidos. Ambas as rotinas são analisadas na perspectiva da sociolingüística interacional (Gumperz, 1982), fundamentando-se o estudo da polidez lingüística em estudos de inspiração pragmática cuja abordagem centra-se nos mecanismos de estratégias de polidez que visam a harmonizar a interação social (Leech, 1983; Brown e Levinson, 1987). O corpus é formado por crianças e adolescentes e compreende 64 elogios e 64 respostas, assim como 33 ofensas e 33 pedidos de desculpas, coletados em conversações, jogos e brincadeiras em situações informais espontâneas. De acordo com os resultados, os informantes de modo geral usam elogios como mecanismos de atender às necessidades de reconhecimento e aprovação dos interlocutores, mas observa-se uma tendência significativa no grupo de adolescentes femininos a trocarem elogios entre si com o objetivo de aprovar e reconhecer aspectos relacionados a auto-imagem das interlocutoras. Do ponto de vista das respostas e elogios, observa-se uma maior desenvoltura no uso de respostas que requerem o manejo de estratégias de polidez em meninas a partir de dez anos de idade. No que se refere à rotina de pedir desculpas, observa-se que os ofensores raramente pedem desculpas, observa-se aos interlocutores. A análise de ofensas e pedidos de desculpas é coerente com a idéia de que os informantes não toleram atos de auto-humilhação. Nota-se a presença de convenções que determinam quais os tipos de atos são ofensivos, tendo-se em vista que o contexto assume um papel relevante na definição da gravidade da ofensa. Uma ofensa pode ser leve ou grave dependendo do contexto de sua realização e de negociações entre ofensores e ofendidos. Os pedidos de desculpas realizados por crianças e adolescentes demonstram que os informantes lidam com o conceito de polidez, mas verifica-se variação em relação a fatores como idade e sexo, uma vez que a operação de estratégias de polidez em pedidos de desculpas ocorre de forma mais consistente a partir de oito anos de idade, sobretudo por parte de falantes femininos. De modo geral, as interações de crianças e adolescentes situam-se a partir de um eixo no qual se centralizam-se os desejos e a s expectativas de cada um dos participantes. O equilíbrio das interações entre eles somente é atendido à medida que os interesses centrais de cada um são respeitados. Evidencia-se portanto um padrão interacional centrado no indivíduo e em suas necessidades, com características peculiares a culturas ocidentais e européias como as descritas por Mao (1994) e Kerbrat-Orecchioni (1994).

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13 de outubro de 2000

Alcides Mendes da Silva Júnior

Espaço e Discurso: a construção do Nordeste na literatura regionalista

Orientação: Lourival Holanda
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: O espaço é construção humana além de uma paisagem organizada com determinado fim. É o conjunto de valores e técnicas estabelecido socialmente. Um emaranhado simbólico que dispõe homens e objetos em relações constantes de evolução e troca. O espaço é portanto, a própria sociedade em sua dinâmica e estrutura. A forma e o conteúdo em permanente reconstrução. O interesse ora pretendido recai sobre a condição utilitária do discurso como articulação hegemônica de manutenção do status quo, em detrimento de realidades periféricas mantidas como tais pela mão inequívoca e condicionante deste mesmo aparato discursivo. O discurso regionalista é uma das vertentes construídas com este intuito de manipulação. Verifica-se praticamente em todas as áreas do conhecimento diferenciado que se produziu e se produz sobre a região Nordeste. O foco deste trabalho é a literatura regionalista. Mais precisamente três romances, considerados grandes obras representativas do regionalismo na literatura: Fogo Morto (José Lins do Rego), Terras do Sem Fim (Jorge Amado) e São Bernardo (Graciliano Ramos); o que se verifica nelas, como tentativas isoladas de libertação do discurso regionalista; e como essas obras, de uma certa forma, refazem (enquanto tentam desfazer) a mesma teia que pretendem destruir.

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19 de setembro de 2000

Gilberlande Pereira dos Santos

Ambigüidade Discursiva em Textos Icônico-Verbais Argumentativos de Caráter Público

Orientação: Abuêndia Padilha Peixoto Pinto
Área de Concentração: Linguística

Resumo: A capacidade das línguas humanas de refletirem um aspecto de ambigüidade e imprecisão no discurso permite aos indivíduos-leitores dos textos icônico-verbais argumentativos, de caráter público, a construção de variadas representações interpretativas. Partindo desse pressuposto, esta pesquisa objetivou apreender o processamento da compreensão de doze informantes-leitores do curso de letras, da Universidade Federal de Pernambuco, usando, para tanto, seis textos icônico-verbais, veiculados em revistas e outdoors, extraídos de campanhas publicitárias nacionais. A coleta de dados ocorreu por meio de uso de dois questionários: um socioeconômico e cultural e outro sobre estratégias meta-cognitivas de leitura e compreensão de textos, acompanhados de uma interpretação escrita dos leitores e de um auto-relato (entrevista estruturada). O estudo evidenciou que os textos analisados, em conseqüência da sua estrutura formal, possibilitam variadas interpretações por parte dos leitores e que estes, no processo interativo de compreensão, sob influência de fatores afetivos, cognitivos e sociais, constroem sentidos através da associação das linguagens verbal e não-verbal e, sobretudo, usando informações extra-textuais. Cria-se, portanto, novos e coerentes textos a partir das leituras processadas, por meio do uso efetivo de estratégias, tais como: intertextualidade, inferências, conhecimento prévio, associação de informações e outras; ajudando, assim, a asseverar o caráter de ambigüidade discursiva existente em textos icônico-verbais argumentativos usados em anúncios de exibição na publicidade nacional.

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11 de setembro de 2000

Karla Galvão Adrião

No Mar dos Sentidos: linguagem, cognição e experiência no contexto da construção do conhecimento social

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Este trabalho analisa a construção do conhecimento social, de comunidades lingüísticas que interagem lingüisticamente compartilhando conhecimentos socialmente adquiridos e construídos. Para tanto, adotamos uma noção de língua como prática social dialógica e interativa e "atividade intersubjetiva na e pela qual é constituído um modelo público de mundo" (Mondada, 1994:63). Buscamos compreender o fenômeno da construção de significados e sentidos através de um caso de difusão tecnológica de novos aparelhos eletrônicos – GPS, ecossonda e rádio VHF – a serem acoplados às técnicas de pesca em comunidades pesqueiras do litoral de Pernambuco, a saber: "Praia da Saudade" e "Praia do Sal" (nomes fictícios). Com isto, procuramos avaliar o impacto de novas tecnologias na construção do conhecimento dos indivíduos, analisando os usos lingüísticos provenientes dessa relação de contato com novas linguagens e práticas cotidianas. Tomamos como sujeitos os participantes desse programa de pesca marítima do Programa Estadual de difusão tecnológica do Instituto de Tecnologia de Pernambuco – Peditec/ITEP e os técnicos que promoveram essa difusão tecnológica, através de entrevistas e observações “in loco” das comunidades. Observou-se como os indivíduos numa dada comunidade constroem suas formas de representação cognitiva e como se pode interferir no processo de construção de novos significados, com vistas à difusão tecnológica satisfatória. Os pescadores utilizaram-se de estratégias específicas para construir novos conhecimentos que demarcavam a forma de conviverem em seu mundo, construindo espaços mentais (Fauconier, 1996, 1997, 1999 a e 1999b) onde novos sentidos acoplavam-se a antigas formas de convivência com o trabalho, ocasionado uma mesclagem ou blendingdos sentidos construídos. Além disso, os novos aparelhos eletrônicos foram utilizados em consonância com os antigos. A inserção dos novos conhecimentos pelos técnicos demarcou um momento de construção de sentidos que não favoreceram a compreensão de uma nova utilidade e de confiança com relação aos novos aparelhos.

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28 de junho de 2000

José Elizaldo do Carmo Arruda

O Projeto Vitae e a Formação do Professor de Língua Portuguesa em Pernambuco: história, avaliação e resultado

Orientação: Gilda Lins de Araújo
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Esta pesquisa tem por finalidade resgatar a história do Projeto Vitae (1993 a 1998). Identificamos e analisamos mudanças de atitudes pedagógicas de professores de língua portuguesa que participaram dos cursos de atualização em língua portuguesa para professores do 2º grau, promovidos em convênios interinstitucionais da UFPE/Vitae/Facepe/Secretaria de Educação do Estado. Verificamos também as habilidades desses professores referentes à leitura, à escrita e à metalinguagem. A partir de leituras reflexivas sobre sócio-interacionismo, buscamos em L. S. Vygotsky subsídios para a fundamentação teórica desta dissertação, visto que o foco principal é verificar as mudanças de atitudes pedagógicas dos professores e alunos Vitae e suas competências relativas ao ensino das habilidades de leitura de textos, produção e recepção de textos e ao domínio da metalinguagem. Finalmente, além de fazermos um resgate histórico do Vitae em Pernambuco, procuramos provocar uma reflexão entre professores e alunos sobre as novas perspectivas da formação do professor com vista às implicações teóricas e práticas dos conceitos de ensino e de aprendizagem.

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27 de junho de 2000

Verônica Cavalcanti de Araújo Campos

Ensino-Aprendizagem de Leitura em Língua Estrangeira: uma ação pedagógica interdisciplinar para a escola pública

Orientação: Abuêndia Padilha Peixoto Pinto
Área de Concentração: Linguística

Resumo: A ênfase na aprendizagem de leitura em língua estrangeira no ensino médio representa uma realidade nas propostas curriculares, para atender as exigências sócio-político-econômicas presentes e futuras do mundo, além de colaborar no desenvolvimento de uma habilidade que é central na escola. Esta pesquisa objetiva investigar a influência do ensino-aprendizagem de leitura em língua inglesa a partir do conteúdo das diversas disciplinas curriculares, na formação de leitores mais eficientes na referida área. Após a análise, concluímos que o ensino de leitura, no enfoque adotado, pode contribuir para uma melhoria da capacidade de leitura em língua inglesa e provocar uma reavaliação da metodologia do ensino de línguas estrangeiras na escola pública.

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26 de junho de 2000

Mércia Regina Barbosa Santana

A Linguagem nos Programas Radiofônicos Esportivos: características e usos

Orientação: Dóris de Arruda Carneiro da Cunha e Maria da Piedade Moreira de Sá
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Esta dissertação tem por objetivo descrever a linguagem dos programas radiofônicos esportivos Bola ao Centro e Bate e Rebate, apresentados pela Rádio Clube de Pernambuco. Com base nas abordagens sócio-interacionistas, realizamos, em primeiro lugar, uma descrição etnográfica dos programas, uma vez que nosso objeto de investigação não são frases abstratas, mas enunciados atualizados em situações comunicativas particulares. Analisamos, em seguida as características típicas da oralidade – marcadores conversacionais, repetições, gírias e variação das formas de tratamento. Essas marcas da conversação espontânea, associadas ao uso de metáforas e metonímias e a um léxico específico do futebol, constituem as características predominantes da linguagem dos programas. Daí resulta uma forma atraente de veicular as informações, mantendo o interesse de audiência e criando uma atmosfera de familiaridade e envolvimento.

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18 de junho de 2000

Maria do Rosário da Silva Albuquerque Barbosa

Coerência em Narrativas Escritas: análise textual de narrativas escolares

Orientação: Maria da Piedade Moreira de Sá
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Esta dissertação aborda aspectos do desenvolvimento de narrativas escritas no 3º ciclo do ensino fundamental (5ª e 6ª séries), de escolas públicas do município de Orobó que atende às camadas alta, média e baixa da população. É objetivo do presente trabalho analisar os recursos utilizados pelos escolares na produção de textos narrativos escritos em sala de aula. A pesquisa focalizou, principalmente, nos mecanismos de que se serviram os escolares para propiciar o estabelecimento da coerência textual. A análise dos dados revelou que na maioria das narrativas analisadas é possível estabelecer uma relação entre estrutura completa da narrativa e a coerência. Por outro lado, observou-se que elementos de coesão, ao lado de fatores propiciadores da coerência, desempenham um papel importante na construção do sentido do texto e, portanto, da coerência.

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23 de maio de 2000

Carlos Alberto Domingues do Nascimento

O Estatuto Lógico-Semântico do Discurso Delirante: a irrelevância da definição psiquiátrica do delírio

Orientação: Judith Hoffnagel
Área de Concentração: Linguística (Doutorado)

Resumo: O estudo objetivou uma crítica negativa à concepção psiquiátrica que define o delírio como um discurso falseador da realidade. Para tanto, empreendeu-se a análise do delírio inverossímil e verossímel, procurando-se observar se, no ato proposicional correspondente a cada um, dá-se a realização de um ato referencial e um ato predicativo que satisfaz as condições lógico-semânticas próprias a uma descrição falsa da realidade. O corpus escolhido foi o texto Memórias de um Doente dos Nervos, escrito por Daniel Paul Schreber. Os segmentos discursivos analisados, aqueles que se afiguram como assertivos, foram editados na forma de asserções predicativas singulares. Com a edição, reduziu-se o segmento textual escolhido a uma estrutura frasal composta de um termo singular e um termo predicado, que permitiram, respectivamente, a avaliação do ato referencial e do ato predicativo de cada tipo de ato de fala delirante (verossímil e inverossímil). Os resultados mostraram que o delírio tanto consiste de pseudo-asserções, ou seja, enunciados sem valor de verdade, como de asserções verdadeiras ou falsas. Constatamos, então, que a definição psiquiátrica, ao recorrer à falsidade, usa uma propriedade que nem é essencial à compreensão do termo delírio e nem serve à identificação do fenômeno por ele designado. Nesse contexto, concluímos que a definição psiquiátrica é equivocada, trivial, contraditória e revela a verdadeira natureza da linguagem delirante: um discurso poético com o qual se dá a expressão das representações de quem o formula, daquele que é delirante.

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31 de março de 2000

Fabiana Coelho de Souza Leão

Encruzilhadas: encontros e oposições nos cordéis de Manoel Pereira Sobrinho

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: As encruzilhadas que percorreremos constroem seus caminhos na literatura de cordel. Os folhetos do paraibano Manoel Pereira Sobrinho, que compõem esta pesquisa, vão nos falar de encontros que apenas se constróem a partir de desencontros. Separações. Ou seja, vão nos falar de identidades que somente se definem pela diferenciação. Do ser que se faz presença a partir do que não é. Ou da fronteira que marca o ponto de partida para toda viagem. Para toda passagem. Este é, portanto, o tema: o encontro. Ou melhor, a busca desta união sempre provisória, jamais derradeira. E as encruzilhadas de nossos folhetos assim se construirão. São quatro partes definidas a partir dos traços que marcam os casamentos e desencontros entre as personagens. Os pares que se buscam são sempre um homem e uma mulher, um pobre e um rico, um estrangeiro e um habitante da terra, um que habita os espaços de presença e outro que se oculta nos lugares do não-ser. Em cada uma destas partes, que caminham para o encontro, instala-se o desencontro e a contradição. Em cada encruzilhada, a busca de um casamento predestinado. Em cada encruzilhada, uma separação. Em cada encruzilhada, o movimento: de personagens que passam inesgotavelmente do desencontro para o encontro. Encontro que marcará novas passagens em uma interminável teia tecida entre vozes e letras, imaginário e simbólico, ser e não-ser, centro e margem, identidade e diferença.

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30 de março de 2000

Roberta Ramos Marques

Manoel de Barros e Antoni Tápises: “desperdícios” e oralidade numa poética do ordinário

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Empreendemos, neste texto, um estudo comparativo entre Livro sobre Nada (1966), de Manoel de Barros (Cuiabá, 1916) e oito obras do artista plástico Antoni Tàpies (Barcelona, 1923). Estabelecemos, como o ponto de partida para as convergências, a construção, na obra de ambos os artistas, de uma poética do ordinário. Esta poética compreende preferências temáticas comuns aos dois autores, tendo destaque os temas que tornam presente o homem “ordinário” e sua relação com tudo que a sociedade rejeita. Quanto à transposição do ordinário para a materialidade da linguagem (pictórica e verbal), verificaremos como os “desperdícios” utilizados por Tàpies em seus quadros (ou objetos) corresponderão aos “titubeios” da oralidade encarnados pela poesia de Manoel de Barros.

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28 de março de 2000

Maria Ester Vieira de Sousa

Discurso de Sala de Aula: as surpresas do previsível

Orientação: Dóris de Arruda Carneiro da Cunha
Área de Concentração: Linguística (Doutorado)

Resumo: Este trabalho tem como objeto de estudo o discurso de sala de aula. Com base nos pressupostos teóricos da Análise de Discurso, objetivamos refletir sobre a heterogeneidade que constitui esse discurso. Por um lado, a instituição Escola, sede desse discurso, impõe regras – lingüísticas e não-lingüísticas – que delimitam a ação de professores e alunos. As regularidades enunciativas observadas em sala de aula resultam dessas condições de produção, que impõem a professores e alunos formas padronizadas de fazer e de dizer. Por outro lado, estes sujeitos não simplesmente cumprem regras, mas as atualizam de forma dinâmica, transformando o discurso em acontecimento. É certo que o professor tende a reproduzir o discurso instituído, do livro didático, da escola. Entretanto, o exercício de sua função institucional não está isento de contradições: a prática revela a dificuldade do professor em lidar com a diversidade e com as diferenças. Em relação ao ensino de língua portuguesa, algumas conclusões podem ser apontadas. O livro didático, mesmo quando se define por uma proposta de trabalho com textos, objetivando os usos da linguagem, revela lacunas, contradições. Falta clareza ao professor – decorrente de lacunas em sua formação teórica e de sua dependência do LD – acerca da concepção de linguagem que norteia (ou deveria nortear) a sua prática de ensino. Disso decorre muitas das contradições e dos conflitos presentes no discurso de sala de aula. A presença efetiva do texto em sala de aula tornou-se, no geral, apenas um emblema de uma perspectiva inovadora de ensino-aprendizagem de língua materna, enunciada pelo discurso oficial, através do MEC, pelos manuais didáticos e pelo próprio professor. A aula de leitura consolida e consagra um método que, ao reiterar um único modo de ler o texto, torna semelhante todo e qualquer texto. Sem negligenciar as condições gerais de produção desse discurso, é preciso investir mais na qualificação do professor para que ele seja capaz de atuar, convincentemente, na sala de aula, de forma a contemplar a heterogeneidade dos sujeitos, da linguagem e dos sentidos e a diversidade do discurso que se produz nesse contexto.

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27 de março de 2000

Isaltina Maria de Azevedo Mello Gomes

A Divulgação Científica em Ciência Hoje: características discursivo-textuais

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística (Doutorado)

Resumo: Este estudo teve como objetivo central identificar características dos textos de divulgação científica (DC) publicados na revista Ciência Hoje (CH), apontando as diferenças e semelhanças de estruturas textuais e estratégias discursivas entre os textos produzidos por jornalistas e os produzidos por cientistas. Para desenvolvê-lo, trabalhamos a partir de um universo constituído por trinta e oito edições de CH, publicadas entre janeiro de 1994 e dezembro de 1997, das quais foram escolhidos 24 textos, sendo 12 de autores pesquisadores e 12 de autores jornalistas. Partindo da posição de que textos são eventos realizados em comunidades de práticas – conjunto de pessoas engajadas em torno de atividades que tenham objetivos comuns – nossa atenção se voltou para dois diferentes eventos presentes em CH: os Artigos de Divulgação Científica (ADC), que se realizam na comunidade de cientistas e as Matérias de Divulgação Científica (MDC), realizadas na comunidade de jornalistas. Devido à abrangência das questões aqui tratadas, utilizamos um recorte teórico muito amplo. Buscamos apoio na Sociolingüística, na Lingüística de Texto, na Análise do Discurso e, também, em estudos que tratam da DC, na perspectiva da Comunicação. Em nossa análise, verificamos que: 1) na revista CH, há pelo menos duas estratégias textuais-discursivas de divulgação científica: (a) a dos autores pesquisadores e (b) a dos autores jornalistas; 2) os textos de divulgação científica produzidos por autores pesquisadores tendem a reproduzir a superestrutura dos textos científicos; 3) os autores pesquisadores utilizam muitos termos técnico-científicos e nem sempre se preocupam em torná-los compreensíveis ao leitor não-especialista; 4) os autores jornalistas tendem a utilizar estratégias textuais-discursivas para a facilitar a compreensão e envolver o leitor não-especialista; 5) nos textos de divulgação científica, autores pesquisadores priorizam o valor argumentativo das citações, ao passo que os autores jornalistas utilizam citações de especialistas como argumento de autoridade; 6) a função da metáfora nas MDC é essencialmente ornamental e nos ADC, explicativa.

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Elton Bruno Soares Siqueira

As Duas Máscaras em Dorotéia

Orientação: Maria da Piedade Moreira de Sá
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: O presente trabalho analisa o diálogo das personagens em Dorotéia, de Nelson Rodrigues, na tentativa de desvelar os sentidos implícitos na fala considerando a relação entre o discurso e os sentimentos que ele procura ocultar. A análise tem um enfoque pragmático e vale-se da noção de implicatura conversacional, proposta por Grice (1982), com o objetivo de interpretar as informações implícitas transmitidas pelas personagens no contexto particular da enunciação. O estudo revela que todas as mulheres em Dorotéia abafam os seus desejos mais secretos e ostentam um discurso - uma máscara, no sentido metafórico - que contradiz os seus próprios sentimentos. O dramaturgo põe em relevo o jogo das máscaras para satirizar a hipocrisia das relações sociais. Destarte, a máscara constitui elemento fundamental na estruturação da peça rodriguiana.

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24 de março de 2000

Geisa Regina Barros de Oliveira

“Esse Negócio de Tupã...” Um Estudo sobre a Construção da Figura Indígena em “A Lenda dos Cem” de Gilvan Lemos

Orientação: Alfredo Adolfo Cordiviola
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Este trabalho tem por finalidade estudar a construção da figura indígena no romance A lenda dos Cem, do Escritor pernambucano Gilvan Lemos. Trata-se de uma tentativa de resgate das representações índias na Literatura Brasileira, como conseqüência do que se projetou no imaginário das populações não-índias desde os primeiros contatos entre as diferentes culturas européias e americanas. Além disso, incluíram-se considerações a respeito das comemorações que se programam para os 500 anos da chegadas dos europeus às terras que mais tarde se chamariam Brasil. Os conceitos bakhtinianos de dialogismo, discurso, polifonia ou heteroglóssia colaboraram no sentido de promoverem uma reflexão crítico-teórica sobre os problemas levantados. Além de Bakhtin, teóricos como Stuart Hall e Edward Said, que elegem a cultura não apenas como elemento constituinte, mas, de fato, determinante para a elaboração de qualquer produto humano, também contribuíram para as considerações teóricas desta pesquisa.

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22 de fevereiro de 2000

Francisco Alves Filho

A Atividade de Compreensão de Texto no Vestibular

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Nesta dissertação, realizamos um estudo comparativo e exploratório acerca da atividade de compreensão de textos em provas de vestibular de língua portuguesa, objetivando investigar a relevância de tal atividade e se ela, de fato, proporciona o exercício efetivo da compreensão. Para isso, foram realizadas análises da tipologia de questões utilizadas nas provas, dos gêneros textuais eleitos para a realização dos exercícios e do tipo de inferência que as questões propõem. Fazem parte do corpus as questões de compreensão dos vestibulares de 8 universidades federais da região nordeste do Brasil de cinco dos últimos anos. A pesquisa revelou que a atividade de compreensão é realizada de maneira muito heterogênea no s vestibulares, mas que, de um modo geral, há bastante uso de atividades inferenciais, sendo muitas delas, entretanto, desligadas da compreensão. As atividades são predominantemente realizadas sobre textos literários, mas percebemos uma tendência para maior aproveitamento de gêneros ligados à publicidade e ao jornalismo. Constatamos também que ainda predomina um vestibular de língua portuguesa como um fim em si mesmo, ao invés de ser um instrumento de aproximação entre o ensino médio e o superior. Contudo, há casos isolados de provas que avaliam capacidades intelectuais e habilidades lingüísticas necessárias à vida acadêmica, apontando para a possibilidade de surgimento de um vestibular com outro formato

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21 de fevereiro de 2000

Mônica Magalhães Cavalcante

Expressões Indiciais em Contextos de Uso: por uma caracterização dos dêiticos discursivos

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística (Doutorado)

Resumo: Costuma-se distinguir anáfora e dêixis discursiva apenas em termos de referencialidade, afirmando-se que, enquanto os anafóricos retomam, no contexto, entidades pontuais, os dêiticos discursivos recuperam conteúdos difusos. Tal separação deixa de contemplar, no entanto, o princípio da subjetividade pelo qual se definem todos os fenômenos dêiticos. Este trabalho tem o objetivo de caracterizar os dêiticos discursivos, propondo um conjunto de traços capazes de diferenciá-los dos anafóricos contendo elementos indiciais. Sob a hipótese de que a dêixis discursiva pertence, por legitimidade, ao quadro da dêixis em geral, analisa-se seu caráter intersubjetivo, que se revela não apenas no procedimento dêitico de refocalizar os objetos de discurso, conduzindo a atenção do destinatário para um item específico do campo dêitico, quanto na capacidade de reconhecer, em certos casos, as coordenadas do falante no âmbito dos espaços físicos textuais. Além disso, acrescenta-se, ao parâmetro da abrangência referencial das expressões indiciais, a discriminação de quatro subtipos de anafóricos e dêiticos discursivos, definidos de acordo com os seguintes critérios: a relação entre aspectos formais e tipo de motivação do elemento indicial; a descrição da (re)categorização lexical empreendida; a espécie de retomada (total ou parcial); a direção do movimento remissivo; e o status informacional.

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