Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

3 de outubro de 2001

Manoel Joaquim Leite Neto

A Fala do Sertanejo de Cedro-Sertão Central de Pernambuco

Orientação: Nelly Medeiros de Carvalho
Área de Concentração: Linguística

Resumo: O propósito do presente trabalho é documentar a variedade da língua portuguesa falada pelo sertanejo do município de Cedro, Sertão Central de Pernambuco, no tocante aos aspectos morfológicos tidos como formas estigmatizadas, levando-se em consideração a ocorrência dos seguintes fenômenos: acréscimo/diminuição e transposição/permuta de fonemas. Partimos da hipótese de que, longe de estar eivada de erros, essa variedade, apenas reflete, por um lado, em certos momentos, estágios passados da língua quando faz, por exemplo, uso de termos arcaicos: prumode, pregunta, adispois, luita etc. e, por outro lado, noutros momentos, ao usar termos diferenciados da norma padrão, tais como: adoar, ajogar, improbir, desfraco, arrepara, etc., nada mais faz do que utilizar-se dos recursos da própria língua, como a analogia e a generalização tão largamente utilizados pelos falantes na evolução do próprio idioma. Foram entrevistados 34 informantes, considerando-se as seguintes variáveis: faixa etária, distribuição geográfica (zona urbana e rural), e grau de instrução. Verificamos que formas consideradas mais estigmatizadas embora se façam presentes na fala de todos os informantes, é na dos mais idosos que elas se manifestam em maior escala, o que nos leva entender que quanto a estes há uma grande resistência às mudanças e quanto àqueles há uma progressiva diminuição do uso dessas formas estigmatizadas.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

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