Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

20 de dezembro de 2002

Joana D’arc de Mendonça Cavalcanti

Dor-Amor: leitura e escritura dos contos de fada

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura (Doutorado)

Resumo: “Dor-amor: leitura e escritura dos contos de fadas” propõe um trabalho de hermenêutica baseado na análise psico-crítica, assumindo como referência os pressupostos teóricos dos especialistas Jean Bellemin-Noel e Juan-David Nasio, nos quais fundamentamos nossas hipóteses e interpretações para dizer que tais narrativas nos desafiam na base dos nossos desejos mais profundos, portanto lugar de busca onde o leitor vivencia sua subjetividade de forma mais plena possível. Por meio da análise crítica das narrativas “Vasalisa: a sábia”, “O pequeno polegar”, “O junípero” e “A bela e a fera”, apontamos para o fato de que os contos de fadas constituem-se num território de transubjetividade, fonte inesgotável da experiência simbólica e do encontro entre o eu e o outro que se podem ver no "mais-além" que caracteriza a dimensão da ficção e da obra de arte. Por meio desses contos e dos autores que nos apóiam na aliança entre literatura e psicanálise, além dos já citados, visitamos Bruno Bettelelheim, Sheldon Cashdan, Melanie Klein, Maud Mannoni, Alfredo Garcia-Roza, entre outros, para dizer que os contos encantam porque nos ensinam que a vida é busca, desafio e captura de um sentido sem o qual não conseguimos uma resolução satisfatória para nossos dramas e conflitos. Enfim o mágico "Era uma vez..." da história de todos nós. Por isso, desde que o mundo é mundo as histórias existem e um conto de fadas é uma das mais elevadas expressões simbólicas de que o bem sempre vence o mal, que a palavra salva e faz esperançar. Apesar de todas as dores e etapas a serem vencidas, os contos de fadas nos ensinam que somos salvos pelo amor.

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17 de dezembro de 2002

Carlos Adreson da Silva

Uma Análise Fonológica Segmental do Inglês de Aprendizes Brasileiros e o Ensino de Pronúncia numa Perspectiva Sociointeracionista e Internacional: progressos, dificuldades e sugestões para o processo pedagógico

Orientação: Marígia Ana de Moura Viana
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Este trabalho visa a oferecer subsídios ao ensino de língua inglesa para brasileiros por meio de uma análise fonológica segmental do inglês falado por esses sujeitos e de um repensar do processo numa perspectiva holística sócio-interacionista e internacional, conciliando produto e processo. A tradição analítica, nesta área, tem sido a de enfocar o produto/estrutura e não a interação. Nesta pesquisa, reconhecemos a validade da descrição lingüística e buscamos refletir criticamente sobre o ensino de pronúncia do inglês. Para se conhecer de forma básica o resultado/produto fonológico do aprendizado de alunos brasileiros, foram coletadas produções orais de 6 (seis) alunos da Graduação em Letras da Universidade Federal de Pernambuco, por meio de dois instrumentos: primeiro, conversas entre os alunos, em grupos pequenos, e, depois, a leitura individual de uma lista de palavras contendo os fonemas do inglês em diferentes contextos fônicos. Posteriormente analisaram-se os dados coletados, com base num contraste teórico entre o sistema desta língua e do português. Como parâmetro para o português, foi considerada a descrição minuciosa e atual de Cristófaro Silva (2001) e para o inglês, o modelo fonológico de Jekins (2000) para o uso/ensino desta língua internacionalmente, algumas vezes com menção às variedades britânica e americana padrão, no que se julgou necessário. Para uma melhor interface fonologia-ensino, tendo em vista a centralidade do aluno no processo pedagógico, aplicou-se um questionário para obter dados pessoais e a percepção dos alunos quanto à pronúncia de língua estrangeira (especialmente inglês) e o seu ensino numa perspectiva mais processual. Como resultados práticos, buscamos observar as dificuldades de pronúncia encontradas pelo falante brasileiro de português no aprendizado da língua inglesa e, pela utilização de exercícios/procedimentos que enfoquem essas dificuldades, identificar formas para superá-las. Por fim, sugere-se um trabalho pedagógico que enfoque não só o produto fonológico, mas também o processo de negociação da inteligibilidade, área relevante e carente de estudos. Como contribuição adicional, pensou-se a fonologia de uma forma mais abrangente e atual, evitando vê-la como elemento estático do código, não negociado nos diversos contextos reais.

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13 de dezembro de 2002

Ivaldete Albuquerque Passerieux

Émile Zola e Aluísio de Azevedo: L’Assommoir e O Cortiço em confronto

Orientação: Yaracylda Oliveira Farias
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Caminhando no campo do comparativismo, este trabalho de exploração e de análise das duas mais importantes obras do naturalismo francês e do brasileiro tem o objetivo de mostrar, através das semelhanças existentes entre elas, que O Cortiço, de Aluísio Azevedo, constitui um exemplo de intertextualidade em relação a L’Assommoir, de Émile Zola, ao mesmo tempo, mostrando que, através das diferenças entre ambas, apesar da confluência zoliana no texto de Azevedo, ele escreveu um romance original. E como a maioria das obras revela uma certa conivência com a formação ideológica do autor, mostraremos também, como o envolvimento político-social dos dois escritores aparece nesses dois romances.

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2 de dezembro de 2002

Polyanna Angelote Camelo

Poesia e Alquimia em Terra Sonâmbula de Mia Couto

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Este trabalho visa uma abordagem mítico-psicológica do romance Terra Sonâmbula do escritor moçambicano Mia Couto. Será nosso ponto de vista comparativo a Alquimia, base para um analogia poética entre a obra de arte literária e a Magnum Opus Alquímica. Esta dissertação estará dividida em duas partes, representando dois dos arquétipos do imaginário, a queda e a ascensão. As experiências oníricas do personagem central do romance serão nosso corpus básico numa análise simbólica do imaginário poético da obra. Além disso, uma abordagem cultural não poderia ser ignorada, tendo em vista que o romance Terra Sonâmbula, fazendo parte de uma literatura considerada Pós-Colonial, resgate uma identidade cultural subjugada.

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