Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

27 de maio de 2004

Maria das Vitórias Matoso Távora

É do Sonho dos Homens que uma Cidade se Inventa: a poesia de Carlos Pena Filho

Orientação: Luzilá Gonçalves Ferreira
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Criação humana, a cidade contrapõe-se à natureza. Fenômeno cultural, exerce influência direta na vida de seus habitantes, nativos ou de adoção. É através de sua arquitetura, do traçado de suas ruas que gerações passam às seguintes seu modo de pensar e sua concepção de mundo. Espaço de troca por excelência, a cidade exerce tamanha atração sobre os indivíduos que extrapola qualquer tentativa de compreensão racional. Tal qual o útero materno, a cidade confere ao indivíduo segurança e proteção, conferindo a cada um a própria identificação e diferenciação da totalidade. Dessa forma, pode-se compreender a cidade como um lugar fundante para o ser humano. A relação entre a pessoa e o espaço em que vive é tão intensa quanto primordial, com repercussões psíquicas profundas. Segundo Octavio Paz, a crítica do estado de coisas reinantes é iniciada pelos escritores. A primeira metade do século XX testemunhou um verdadeiro “bota-abaixo” dos antigos bairros recifenses, provocando um mal-estar generalizado. Os jornais da época registraram toda a polêmica daí gerada: poetas, romancistas, cronistas, sociólogos condenando tanta insensatez. Carlos Pena Filho surge, como poeta, nesse período de turbulência e sente necessidade de escrever sobre sua cidade, sobre o Recife que ele vê, sente, percebe. Talvez como uma tentativa de se reconhecer entre aquelas edificações, ou melhor “desedificações”, de preservar sua identidade no meio dos escombros. Através do poema “Guia Prático da Cidade do Recife”, Pena Filho sintetiza essa busca.

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