Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

3 de junho de 2005

José Alexandre Ferreira Maia

Satiricon: as origens do romance e do realismo satírico

Orientação: Ricardo Bigi de Alquino
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Obra provavelmente escrita no século I d.C.; o “Satiricon” é abordado nestes estudos como resultante da ação das mesmas forças histórico-pragmáticas e estético-ideológicas que condicionaram o aparecimento e a evolução dos gêneros literários na Antiguidade. Através desta abordagem foi possível observar que a evolução dos gêneros seguiu dois rumos que coincidiram com a divisão aristotélica do drama helênico, em tragédia e comédia. A partir dos princípios adotados na criação do drama é possível compreender a existência de pelo menos duas espécies de realismo: 1 - O realismo trágico de caráter idealista teve como sua principal fonte o mito; a Tragédia conheceu seu pleno desenvolvimento no século V a.C. em Atenas; 2 - O realismo cômico que teve como fonte a própria realidade; a Comédia mimetizou o homem comum e desenvolveu ao longo das transformações que as cidades gregas sofreram, e se desenvolveu entre os romanos no século II a.C. Além dos gêneros miméticos, a evolução do realismo fez aparecer os gêneros teóricos escritos principalmente em prosa. O romance antigo é um gênero que apresenta uma estrutura híbrida e teria nascido da fusão desses gêneros em resposta às novas demandas estético-ideológicas que surgiram com a decadência da Hélade e com a ascensão das monarquias alexandrinas e de Roma. O “Satiricon”, classificado aqui como romance satírico, é uma importante obra mimética que exemplifica com clareza a evolução do realismo cômico em contraste com o realismo trágico.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

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