Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

2 de dezembro de 2005

Dario Brito Rocha Júnior

Articulação e Opinião na Mídia Pernambucana: os sujeitos psicossociais

Orientação: Antonio Carlos dos Santos Xavier
Área de Concentração: Linguística

Texto Jornalístico e Responsabilidade Social Empresarial. O encontro desses dois universos, ao longo dos últimos anos – quando as primeiras ações de instituições privadas começaram a aparecer na mídia brasileira –, vem se dando de forma um pouco diferente da que acontece com os demais temas midiatizados. Elementos comuns às reportagens, como investigação, apuração detalhada, imparcialidade e crítica, são dificilmente encontrados nos textos ou simplesmente não aparecem. Foi justamente constatando de forma mais atenta esse fenômeno que resolvemos analisar, com base em traços deixados ou omitidos na produção textual jornalística, os motivos pelos quais essa prática está se tornando comum. Como o presente trabalho segue a linha da análise sócio-pragmática de discurso, na qual, entre outros aspectos, o contexto, as condições de produção, as práticas discursivas e, sobretudo, as relações de poder envolvidas no fenômeno são de extrema relevância, investigar um problema dessa natureza significa primeiramente, questionar dois elementos envolvidos na produção jornalística. Sendo assim, as construções exteriores ao autor (as próprias delimitações teóricas da Análise Crítica do Discurso; as orientações comuns ao gênero jornalístico; o contexto social restrito, ou seja, a redação; e contexto social amplo) e as intrínsecas a ele (como questões ideológicas e sua relação com o poder; conceitos de Esfera Pública, Agir Comunicativo e Comodificação; identidade inserida no tempo da Pós-Modernidade e a própria subjetividade; e a questão da constituição de estilo e da escolha de elementos articuladores) se fazem presentes nessa apreciação. Para isso partimos de postulados como os de Bakhtin, Habermas, Fairclough, Granger e Hall, que nos foram muito úteis no entendimento desse problema, assim como as contribuições de trabalhos conduzidos por Marcuschi e Koch, sobretudo no que diz respeito aos verbos introdutórios de opinião e aos marcadores de atenuação, que acabaram sendo o lugar de revelação e constatação da nossa hipótese inicial: a de que a isenção de responsabilidade autoral perante o tema acaba recaindo nessas escolhas estratégicas e tornando o texto jornalístico de reportagem distante daquele que é o seu propósito maior.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

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