Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

10 de dezembro de 1999

Paulo César Souza García

A Cidade do Olhar: a expressão viva em “A Cidade Sitiada” de Clarice Lispector

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: A cidade é vista como uma rede semiótica especular, pressupondo uma teia de signos, que a informa através do olhar. Pronta para determinar argumentos e valores instigantes ou quem sabe, matéria viva, expressiva. O ato de espiar é incessante na cidade-texto de Clarice Lispector, pois corresponde à expressão do ver, do sentir, do ouvir, do perceber, do imaginar. As coisas expressam qualidades traduzidas por sensações que emergem através do contato do sujeito com o espaço. Desse modo, a aparência constitui uma provação e o imaginário uma provocação. Ambos são resgatados no deparar do grande com o pequeno. O acaso e os instintos são proporcionados na textura da cidade com o intuito de promover a presença do ser que se destaca, pinta e borda pelas margens do texto.

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7 de dezembro de 1999

Virgínia Colares Soares Figueirêdo Alves

Inquirição na Justiça: estratégias lingüístico-discursivas

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística (Doutorado)

Resumo: Este estudo discute a noção wittgensteineana de jogo de linguagem a partir da análise de blocos seqüenciais de enunciados extraídos de audiências jurídicas autênticas. A análise desses fragmentos identifica estratégias lingüístico-discursivas na atividade social de inquirir na justiça. Aborda-se o funcionamento estratégico a partir da noção de atividade (Wittgenstein, 1953), retomada pela etnometodologia como episódio (Hymes, 1962) e evento comunicativo (Saville-Troyke, 1982) e pela pragmática como evento de fala (Gumperz, 1982) e tipo de atividade (Levinson,1978), numa perspectiva sócio-pragmática na qual o papel das relações interpessoais e os contextos sociais imediatos interferem nos diversos processos de inferência. Teóricos como Grice (1975), Searle (1975), Gumperz (1982), Levinson (1981), Streeck (1980), Brown (1986), Kasper (1981), Tannen (1985), Dascal (1986) e Koch (1998) são discutidos para tratar a questão da produção de sentido na interação. O tratamento da pergunta-resposta, estrutura da inquirição, fundamenta-se nos estudos de Levinson (1989), Atkinson & Drew (1979), Danet et al (1976), Stenströn (1984), Marcuschi (1986), Moeschler (1986), Hintikka (1994), entre outros. Este trabalho demonstra o anacronismo da concepção de língua, que opera com significados estáticos, apresentado na literatura sobre a hermenêutica jurídica, assim como aponta a falsa analogia da linguagem jurídica com linguagens artificiais, mostrando que o direito utiliza-se da língua ordinária, comum e natural, sendo as normas jurídicas lingüisticamente formuladas e a prática forense estrategicamente articulada, num dos tantos vocabulários profissionais especializados.

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30 de novembro de 1999

Viviane Braga de Araújo

O Uso dos Tempos Verbais na Construção da Coerência Textual: um estudo nas redações de vestibular

Orientação: Nelly Medeiros de Carvalho
Área de Concentração: Linguística

Resumo: O estudo dos tempos verbais na língua portuguesa ainda é um assunto pouco explorado nas gramáticas tradicionais e também pelos professores em sala de aula. A noção de tempo nas gramáticas apresenta-se restrita à idéia de presente, passado e futuro. Contudo, não se enfoca o uso dessa temporalidade expressa pelos verbos, utilizando-se dos textos dos próprios alunos e dessa forma, ressaltando a importância das formas verbais como elementos coesivos capazes de auxiliar na construção da significação global do texto. Com base na teoria do lingüista Weinrich, os tempos verbais, assim como as situações comunicativas, encontram-se distribuídos em dos grupos temporais: o mundo narrado e o mundo comentado. No português, apesar dessa divisão não ocorrer de forma tão absoluta, a aplicação dessa teoria poderá trazer novas maneiras de analisar e compreender melhor o uso desses elementos coesivos nos textos. A análise do corpus desse trabalho levanta algumas questões que mostram o uso inadequado dos tempos verbais e as conseqüências desse uso na coerência textual.

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29 de novembro de 1999

Roberto da Silva Ribeiro

A Influência do Latim no Léxico do Grego Neotestamentário

Orientação: Nelly Medeiros de Carvalho
Área de Concentração: Linguística (Doutorado)

Resumo: Este trabalho tem como objeto o empréstimo lingüístico ao grego neotestamentário, e o estudo de seus mecanismos e possíveis motivações sóciolingüísticas. Verificam-se nas primeiras escrituras cristãs, exaradas originalmente em grego coinê, vários termos de origem latina. Estes empréstimos se dão nos campos lexicais da administração pública, das instituições privadas, das moedas e medidas e nos nomes próprios. Observou-se que os empréstimos podem ocorrer nos corpus tanto por adaptação morfo-fonêmica quanto semântica e que há uma correlação entre o tipo de empréstimo e o campo lexical à que as palavras emprestadas pertencem. Em muitos casos, observou-se um uso estilístico dos empréstimos nos textos do Novo-Testamento.

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Ana Lucia Machado Maia

Progressão Referencial e Progressão Tópica por Hipônimos e Hiperônimos em Textos Orais

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Este trabalho analisa a progressão referencial e a progressão tópica por termos hiponímicos e hiperonímicos em textos orais. Adotar-se-á a teoria da referenciação desenvolvida por Mondada e Dubois (1995), que substitui a teoria tradicional da referência e introduz uma nova abordagem para uma questão bastante antiga na lingüística: podemos ou não dizer o mundo com a língua? Esse questionamento recebeu um outro direcionamento, uma vez que envolve uma complexa rede de relações entre linguagem, mundo e pensamento, discutido tanto pela semântica quanto pela filosofia da linguagem. Baseados nesta nova abordagem, desenvolvemos um estudo sistemático de duas estratégias responsáveis pela progressão do texto: a progressão referencial e progressão tópica. Dentre as sete estratégias de progressão referencial apresentadas por Koch & Marcuschi (1998), selecionamos apenas a relação anafórica por hipônimos e hiperônimos, a partir da qual apresentamos uma proposta também nova para definir hiponímia e hiperonímia como uma relação dependente do contexto de uso das palavras. Para tanto, utilizamos como corpus-base três gêneros textuais selecionados do Projeto Integrado – Núcleo de Estudos Lingüísticos da Fala e Escrita (NELFE) classificados de acordo com o modelo de contínuo tipológico realizado por Marcuschi (1998): (a) informal – a conversação espontânea; (b) semi-formal – entrevista; (c) formal- aula. Realizamos um estudo comparativo nesses gêneros, a fim de verificar funcionamento da progressão referencial e progressão tópica através das relações de inclusão presentes e construídas pelos hiperônimos e hipônimos em condições contextuais.

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12 de novembro de 1999

Tânia Maria Pantója Pereira

A Palavra Territorializada: dialogismo e memória em “A Terceira Margem” de Benedicto Monteiro

Orientação: Roland Walter
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Esta dissertação discute regionalismo e identidade cultural, com o objetivo de demonstrar que através da literatura é possível se estabelecer um diálogo entre cultura local e a cultura global. Para tanto, procura-se comprovar, a partir da teoria da intertextualidade, de Mikhail Bakhtin e dos estudos interculturais e interdisciplinares, que o romance Aquele Um, de Benedicto Monteiro, partindo do imaginário social da Amazônia paraense, estabelece um diálogo com outros textos e com outras culturas e reafirma a identidade cultural da região.

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8 de novembro de 1999

Clélia Barqueta

A Recriação Histórico-Discursiva da Segunda Guerra Mundial: análise do discurso dos livros de história para o segundo grau

Orientação: Nelly Medeiros de Carvalho
Área de Concentração: Linguística

Resumo: As questões históricas, culturais e ideológicas vêm sendo cada vez mais estudadas por pesquisadores que atuam na área do ensino/aprendizagem. O presente trabalho insere-se nesse contexto. Partiu-se da hipótese de que, assim como a linguagem não é transparente, tampouco é o olhar para o passado. Todo presente, quando olha para trás julga, o passado com padrões e medidas atuais, e tenta reescrever a história à sua maneira.

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26 de outubro de 1999

Roberto Henrique Seidel

Do Futuro do Presente ao Presente Continuo Modernismo Vs. Pós Modernismo: Um Estudo Analítico das Obras “Angústia”, de G. Ramos, e “Hotel Atlântico” de J. G. Noll, segundo a Teoria do “Inconsciente Político” de Jameson

Orientação: Roland Walter
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: No presente trabalho nos ocupamos, inicialmente, com o projeto modernizador, seu vínculo com a modernização social e com a modernidade cultural, procurando dar conta dos motivos principais nos quais se orienta o revisionismo patente da discussão pós-moderna em relação à fase de instalação da modernidade estética em geral e da arte moderna em particular. Questionamos a conclusão ou não do projeto da modernidade. Procuramos, ainda, dar uma visão panorâmica da gênese e difusão do termo "pós-modernismo"; inventariando sua ocorrência em termos estéticos; caracterizando formulações teóricas principais que dele se ocuparam (Lyotard, Habermas, Rorty); rastreando sua recepção, recusa e (ab)uso, bem como questionando a sua pertinência classificatória, rotularizante e periodizante.

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15 de outubro de 1999

Valdenides Cabral de Araújo Dias

Das Margens do Corpo ao Corpo de Linguagem: A Incorporação na Poética de Gilberto de Mendonça Teles

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Nossa análise teve como objetivo mostrar como se dá o processo de incorporação textual na poesia de Gilberto Mendonça Teles, mais especificamente, nos livros Plural de Nuvens e Cone de Sombras. Seguimos aqui o percurso de sua escrituração, desde o ato de pensar a sua poesia até o momento em que se oferece ao leitor como corpo de linguagem, primeiro: as armadilhas da linguagem e da língua, a devoração da palavra e sua digestão, a sonora e sensual-idade das palavras no momento de sua "escalavração". Depois, como corpo erótico a circular dentro do corpo de linguagem: o lance de dedos, a fragmentação, o descontínuo do corpo, as suas margens e zonas; o melhor da mulher-palavra-poesia e de sua transgressão dita por um homem.

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1 de outubro de 1999

Paulo Fernando de Souza Júnior

Da Poesia Visual à Poesia Intersemiótica no Pós Modernismo Brasileiro

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: A presente dissertação tem como tema a influência das tecnologias da imagem - em especial o vídeo - no surgimento de uma poética intersemiótica, no contexto do pós-modernismo literário brasileiro, enfocando a análise das relações texto/imagem estabelecidas em Nome, de Arnaldo Antunes, a fim de verificar as transformações que estas tecnologias causaram na poética visual. No primeiro capítulo, faremos uma breve síntese histórica da poesia visual no Brasil, analisando alguns de seus procedimentos técnico-formais, suas propostas estéticas e ideológicas, e verificando seus estágios no contexto sócio-cultural nacional.

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