Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

30 de junho de 1995

Miguel Espar Argerich

Tipos e Funções da Repetição: estudo em aulas de Espanhol para brasileiros

Orientação: Judith Hoffnagel
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Esta reflexão surge no bojo do trabalho do autor ao ensinar o espanhol como língua estrangeira para traçar um esboço do funcionamento pluridimensional da repetição. Tenta arquitetar as mais variadas e recorrentes manifestações de repetição, identificadas na transcrição de conversações ocorridas durante seis aulas gravadas no Centro Cultural Brasil Espanha do Recife, com o intuito de estabelecer uma tipologia funcional do fenômeno, que se junte à do Prof. Marcuschi (1992ª). Tenciona, também, contribuir para precisar a influência da repetição na interação verbal em sala de aula. Busca, ainda, ampliar a consciência da significação para a conversação da assimetria relacional que marca o contexto escolar; para tanto, na análise de casos concretos, aporta observações de cunho etnográfico. Espera-se apontar regularidades que sejam como que degraus de aproximação à compreensão da melhor utilização da linguagem. Quer, igualmente, insurgir-se contra diversas formas de estigmatização a que se vê submetida à repetição no âmbito escolar. A especificidade do corpus analisado favorece a uma maior incidência da repetição nos âmbitos interativo, de formulação e de compreensão, e no do tópico, quando metalinguagem. As repetições se apresentam como sistematizáveis e essenciais à fala. Surgem indicações – que não serão exploradas aqui – que apontam para o potencial valor analítico da tipologia construída, como instrumento revelador da realidade pedagógica. No trabalho descritivo emerge com força a exigência de enfrentar a indicação da plurifuncionalidade concomitante que transparece na interação verbal. Apesar das limitações, pensa-se no trabalho como uma contribuição para alargar o leque das pesquisas realizadas, a partir da análise da conversação, no âmbito da lingüística aplicada ao ensino de língua estrangeira.

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26 de junho de 1995

Maria das Graças Soares Rodrigues

Algumas Marcas da Oralidade na Produção Textual Escrita de Alunos 4ª e 5ª Séries

Orientação: Dóris de Arruda Carneiro da Cunha
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Este trabalho tem por objetivo geral identificar os fatores que dificultam a produção de textos escritos, no contexto escolar, de acordo com as exigências dessa modalidade. Para tanto, fizemos a análise de um corpus constituído de redações de alunos de 4ª e 5ª séries de uma escola estadual situada na periferia de Natal. Partimos da hipótese de que um dos fatores responsáveis pelos problemas das redações escolares é a interferência das condutas dialógicas na produção monológica escrita de 4ª e 5ª séries. A pesquisa teve como suporte teórico, principalmente, estudos realizados sobre textos dialógicos conversacionais, tendo em vista a influência da oralidade na produção textual escrita das primeiras séries do 1º Grau. No corpus foram identificados mecanismos da modalidade falada da língua – alta freqüência dos conectivos –“e”, “que” e “mas”, envolvimento do falante consigo mesmo, com o interlocutor e com o conteúdo, descontinuidade temática. Pudemos constatar ainda a extrema heterogeneidade dos gêneros discursivos na produção escolar: os alunos desconhecem a macro-estrutura de cada gênero discursivo, escrevendo como se estivessem participando de um diálogo. Por último, propusemos um novo tratamento para a redação no contexto escolar, a partir da Pedagogia Freinet, no que concerne ao texto livre e sua reelaboração.

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16 de junho de 1995

Eugênia Maria Simões Cezar Menezes

O Duplo Registro em Osman Lins: trajeto do real ao imaginário

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: O trabalho pretendeu, em primeiro plano, fazer uma aproximação entre Literatura e Sociologia, através de uma abordagem interdisciplinar que apreendesse a realidade de forma holística. A nível específico, tencionou apresentar a crítica social contida na obra de Osman Lins, destacando o papel do artista na sociedade. O alcance desses objetivos foi programado através de uma aproximação temática entre ensaios – “Guerra sem Testemunhas”, “Do Ideal e da Glória”, “Evangelho na Taba”, e o romance “A Rainha dos Cárceres da Grécia”, este representando a obra ficcional do autor. Trabalhamos com a hipótese de que a visão de mundo do autor, condicionada por valores e vivências, influencia sua obra seja ao atuar como ator social movido por visão ideológica da realidade, seja ao delegar sua fala a personagens. Essa proposta chegou a termo em sua totalidade. No plano teórico/metodológico, a pesquisa apóia-se em esquema desenvolvido por Bordieu, atinente ao campo literário e sua relação com o espaço social. Acrescenta-se a incorporação de um conhecimento comum, o que veio a ser de fundamental importância na definição da metodologia adotada. Esta utiliza, como instrumental interpretativo, os saberes erudito e popular, permitindo o uso simultâneo de várias fontes de conhecimento. Sem prejuízo, acreditamos, de sua clareza e credibilidade. Intencionalmente dispensamos, na parte introdutória, o relato detalhado dos ajustes entre o programado e o executado. As decisões metodológicas são explicitadas em pé de página, no lugar e no momento de sua ocorrência, o que nos parece melhor caracterizar o processo de descobertas. O fato mais relevante a registrar decorreu da própria dinâmica da pesquisa. Esta teve seu escopo ampliado, no nível do objetivo específico, quando tornou-se evidente, na obra osmaniana, que imaginário e referencial histórico aparecem geminados, dificultando o cotejo entre ensaio e ficção (o duplo registro do título). Encontramos um filão rico e sedutor, e sua descoberta não impedia a finalização do texto. No entanto, escolhemos outro caminho, se mais trabalhoso, profundamente interessante, determinado pelo bibliográfico e elaboramos nova hipótese: a de que não há descontinuidade nos textos produzidos por Osman Lins, sendo a construção do sentido solidária entre as duas vertentes (daí nasceu o subtítulo). A decisão possibilitou oferecer pistas e sugestões – certamente não de todo inéditas – a cientistas sociais interessados na abordagem proposta, em metodologia interdisciplinar e na obra do escritor pernambucano.

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28 de abril de 1995

Isaltina Maria de Azevedo Mello Gomes

Dos Laboratórios aos Jornais: um estudo sobre jornalismo científico

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística

Resumo: O objetivo central deste estudo é apontar os fenômenos lingüísticos envolvidos na transposição de entrevistas, realizadas com cientistas, em textos jornalísticos publicados na imprensa diária. Para desenvolvê-lo, utilizamos como suporte teórico, fundamentalmente, trabalhos desenvolvidos por Marcuschi, acerca da relação fala-escrita, e por van Dijk, sobre a transformação de textos-fonte em textos jornalísticos. O Jornal do Commercio, do Recife, foi escolhido como veículo-alvo desta pesquisa pelo fato de o mesmo manter desde 1989 a editoria de Ciência e Meio Ambiente, com uma equipe de repórteres dedicada à cobertura de temas relacionados à ecologia, ciência e tecnologia. Tomamos como objeto de análise quatro conjuntos de textos (entrevista – matéria jornalística) que nos permitiram identificar as principais operações lingüísticas e as repercussões dessa transformação no conteúdo proposicional. Nossa análise mostrou modificações substanciais entre a entrevista e o texto jornalístico, mas normalmente a idéia básica do texto original é preservada. Conforme havíamos previsto nas hipóteses, constatamos que as imprecisões atribuídas pelos cientistas aos textos de divulgação científica são muito mais uma questão de mudança da perspectiva de interesse do que propriamente distorção de informações. Mesmo em se tratando de um estudo de caso, acreditamos que nossas conclusões indicam o que geralmente ocorre na retextualização de entrevistas em textos de divulgação científica para a imprensa diária. Mas para que tenhamos uma visão mais ampla desse aspecto do jornalismo científico, pretendemos continuar esse estudo, analisando outros periódicos, especialmente os que tenham circulação nacional.

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26 de janeiro de 1995

Déborah de Brito Albuquerque Pontes Freitas

Bilingüismo do Grupo Arara (Pano) do Acre: sugestões para alfabetização na língua indígena

Orientação: Adair Pimentel Palácio
Área de Concentração: Linguística

Resumo: EOs Arara ocupam uma área delimitada às margens do Riozinho Cruzeiro do Vale (Igarapé Humaitá), afluente do alto Juruá, no Estado do Acre. O grupo, cerca de 153 índios, fala Português; destes, 10 falam Arara além de Português: e vários outros, embora não falem, entendem a língua indígena. Esta dissertação faz inicialmente um relato de natureza histórico-etnográfica que define o Arara como um grupo que apresenta forte assimilação dos elementos culturais da sociedade envolvente e conseqüente perda de sua cultura tradicional. A análise do bilingüismo dos Arara identifica a língua como um dos elementos que mais resiste a este contato. A existência de alguns bilíngües sugere que o grupo tem um estado de bilingüismo potencial. A língua ainda vive tradicionalmente em conversas secretas e onde não há exigência de uma interação comunicativa: na narração de histórias, nos sonhos e nas músicas. Os Arara possuem duas escolas, onde é transmitida a educação formal da sociedade nacional. O grupo demonstra interesse na alfabetização na língua indígena, buscando resgatá-la através de sua formalização. Tentando ir de encontro a este anseio e com a preocupação de oferecer um retorno social aos índios, esta dissertação sugere uma metodologia educacional apoiada no perfil do grupo, no seu Universo Vocabular, na Fonologia (CUNHA, 1993) e no sistema educacional de Paulo Freire, permitindo utilizar linguagem e técnicas pedagógicas que venham propiciar ao grupo não apenas a aquisição da habilidade de ler e escrever, mas também o resgate cultural Arara.

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17 de janeiro de 1995

Stella Virgínia Telles de Araújo Pereira Lima

A Língua Umutina: um sopro de vida

Orientação: Adair Pimentel Palácio
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Este estudo trata da descrição prévia da fonologia e de aspectos da morfologia da língua indígena Umutina, da Família Bororo, do Tronco Macro-jê, consoante uma abordagem teórico-metodológica estruturalista distribucional. Os dados foram coletados na aldeia Umutina localizada no município de Barra do Bugres, Mato Grosso, junto ao último “falante” da língua. Este índio, chamado Julá Peré, se encontra há aproximadamente 40 anos sem falar a língua materna, em razão do processo de contrato vivenciado pelo grupo desde o início do século, responsável pelo quase extermínio dos Umutina. Como forma de registrar o drama social desse povo, realizou-se um breve estudo da situação do grupo, que precede à análise lingüística. No estudo da fonologia foram depreendidos 12 fonemas consonantais: /p/, /t/, /k/, /z/, / š /, /j/, /m/, /n/, /r/, /l/, /w/ e /y/; e oito vocálicos: /i/, /e/, / ε /, / ī /, /a/, /u/, /o/ e /c/. Os ditongos observados foram cinco crescentes: /yo/, /ye/, /ya/, /we/ e /wa/; e cinco decrescentes: /uy/, /oy/, /ey/, /ay/ e /ew/. Registraram-se ainda os seguintes padrões silábicos: V, CV, CCV, CVC, e VC. Na língua a acentuação é previsível na última sílaba, e, portanto fonética. Quanto à morfologia, verificaram-se duas classes de palavras: as variáveis e as invariáveis. As primeiras compreendem os substantivos (alienáveis e inalienáveis); os pronomes pessoais (casos reto e oblíquo) e possessivos; e os verbos. A segunda classe engloba as partículas, subdivididas em sete subclasses, a saber: descritivas, locativas (espaciais e temporais), de negação, de resgate, de relação, numerais e intensificadoras. O objetivo último deste trabalho é documentar para o povo Homótipa aspectos de sua língua, como forma de contribuir na luta de seus direitos étnicos.

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16 de janeiro de 1995

Maria Odileiz Sousa Cruz

A Fonologia Taurepang: uma língua da família Karib falada em Roraima

Orientação: Adair Pimentel Palácio
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Esta dissertação é uma descrição prévia de aspectos fonéticos e fonológicos da língua taurepang falada, aproximadamente por 275 índios localizados na fronteira Brasil-Venezuela, no estado de Roraima. Este estudo foi elaborado com base em procedimentos da lingüística descritiva distribucional. A análise fonética revelou a existência de 23 segmentos consonantais: [p], [b], [t], [d], [k], [k], [g], [?], [ν], [ð], [s], [š], [h], [č], [m], [n], [ñ], [η], [r], [l], [λ], [w] e [y]; e 21 segmentos vocálicos constituídos por: 09 segmentos orais breves, [i], [e], [ε], [î], [α], [a], [u], [o], [c], e 06 longos: [i:], [e:], [ĩ:], [a:], [c:], [u], além de 06 segmentos vocálicos nasais, [ĩ], [ẽ], [ī], [ã], [ũ] e [õ]. A análise fonológica evidenciou: 11 fonemas consonantais, /p/, /t/, /k/, /s/, /h/, /č/, /m/, /n/, /r/, /w/ e /y/, e 06 fonemas vocálicos, /i/, /e/, / î/, /a/, /u/ e /o/; também revelou o padrão silábico: V, CV, VC, CVC E CCV. A nível supra-segmental, o resultado da análise apontou para as seguintes conclusões: a acentuação de natureza fonética ocorre sempre na última sílaba; o prolongamento vocálico, identificado como um traço não distintivo para a língua Taurepang; e o tom cujo levantamento permitiu estabelecer para essa língua, um tipo padrão, baixo/alto. O resultado desta análise foi, inicialmente, comparado com descrições fonológicas de outras línguas da Família Karib estreitamente aparentadas com o Taurepang, como Pemon, Arekuna, Akawaio e Makuxi e, no final, com o quadro Proto-Karib. Por fim, este estudo tem como alvo apresentar uma proposta de alfabeto a comunidade Taurepang que vive no lado brasileiro, cujos anseios de auto-afirmação étnica e lingüística são, de muitas formas, perceptíveis.

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19 de dezembro de 1994

Adriana Tigre Lacerda Nilo

A Retórica e a Razão no Discurso Político: a argumentação nas eleições presidenciais de 1989

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Levando-se em conta o objetivo da pesquisa, esse trabalho se caracteriza como análise do discurso, e se inscreve no campo da pragmática para investigação dos fundamentos lógico-filosóficos da argumentação. O universo da amostra constituiu-se nos discursos políticos veiculados pelos programas televisivos da propaganda eleitoral gratuita, no período do segundo turno das eleições presidenciais de 1989, disputado entre os candidatos Fernando Collor de Mello (PRN) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foram analisadas as estratégias discursivas nas quais se basearam as argumentações dos candidatos e suas respectivas representações políticas no posicionamento destes seja diante de uma idéia, de um fato, ou ainda, da escolha de determinados universos referenciais para apresentação de um perfil ou trajetória política. Conforme previsto nas hipóteses, a argumentação no programa do candidato Collor foi mais retórica, no sentido de ser persuasiva; e a argumentação no programa de Lula foi mais racional, apelando para a consciência do eleitor com a finalidade de obter o seu convencimento. Do ponto de vista da tipologia textual, houve na propagando política de Collor, uma predominância da linguagem que cria uma realidade no discurso, enquanto, do outro lado, na propaganda de Lula, observou-se uma maior recorrência à realidade contextualizada historicamente. Mesmo se tratando de um estudo de caso, este trabalho evidencia os contrapontos percebidos, de um modo geral, entre os discursos de direita e de esquerda em outras situações, onde possivelmente também podem ser encontrados os contrastes aqui observados.

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16 de dezembro de 1994

Maria Augusta Gonçalves de Macedo Reinaldo

A Formulação Textual na Explicação de Textos Acadêmicos por Universitários

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística (Doutorado)

Resumo: Este estudo trata de aspectos da formulação textual na explicação de textos por universitários em dois contextos de fala acadêmica – a discussão preparatória entre alunos e a exposição em sala de aula. A perspectiva analítica adotada, exposta no capítulo 2, reúne basicamente contribuições da Análise da Conversação, da Etnografia da Comunicação e da Lingüística de Texto. Embora haja uma busca para os padrões recorrentes no corpus, a análise é basicamente qualitativa. O trabalho está organizado da seguinte forma: como background para a discussão nos capítulos subseqüentes, o capítulo 3 descreve, do ponto de vista microetnográfico, a organização geral dos dois tipos de evento, cujos participantes têm como objetivo central fazer compreender as informações que foram apreendidas durante a leitura de textos acadêmicos. Essa descrição põe em relevo a relação entre as condições de produção da fala e a estrutura de participação. Uma vez descrita a organização geral de cada tipo de evento, são analisadas as repercussões da estrutura de participação sobre os níveis da organização discursiva, informacional e textual-interativa dos referidos eventos. Com efeito, o capítulo 4 descreve a organização das seqüências explicativas, nível em que são analisados os elementos discursivos e lingüísticos que servem normalmente à expressão da explicação, nos dois tipos de evento; o capítulo 5 descreve os modos de condução dos tópicos agendados em ambos os tipos de evento. Nesse nível, acentua-se a demonstração das ocorrências de manipulação dos assuntos nas fronteiras tópicas, bem como a indicação das ações sinalizadas e não sinalizadas. O capítulo 6 investiga a freqüência e o funcionamento, em seqüências explicativas, de três atividades de formulação textual-interativa – a repetição, a paráfrase e a correção – e sua relação com o tipo de evento. Os resultados da análise apontam para a seguinte conclusão geral: os níveis da organização discursiva da explicação e da organização textual-interativa se apresentam como os mais relevantes enquanto fornecedores das diferenças específicas, quando correlacionados com as estruturas de participação dos tipos de evento pesquisados. Quanto às possíveis decorrências deste estudo, salienta-se, no plano teórico-analítico, a sua importância para a sistematização de uma tipologia dos textos orais produzidos em eventos institucionais. No plano pedagógico, este estudo pretende ser um argumento válido em favor de uma pedagogia da oralidade na sala de aula, alternativa capaz de fazer vir à tona as questões relativas aos níveis de oralidade e às relações entre a oralidade e a escrita do alunado.

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20 de outubro de 1994

Marta Pragana Dantas

Sóciocrítica e Lírica: estudo de um poema de Manuel Bandeira

Orientação: Maria da Piedade Moreira de Sá e Sabine Moeller-Zeidler
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: O objetivo de nosso estudo consiste em verificar a possibilidade de aplicação da abordagem sociocrítica ao gênero lírico. Mais especificamente, trata-se do ponto de vista teórico, do estudo do método sociocrítico, tal como concebido por Pierre Zima. Do ponto de vista empírico, procedemos à leitura sociocrítica do poema “Na Rua do Sabão”, que faz parte do livro “O Ritmo Dissoluto”, de Manuel Bandeira. As categorias sociocríticas consideradas na análise são: os níveis textuais (semântico e sintáxico), a situação sociolingüística (os socioletos e discursos) e a intertextualidade. A análise centra-se no poema, relacionando-o sempre que pertinente com outros do mesmo autor, e levantando aspectos da obra passíveis de serem confirmados num estudo de maior abrangência. Trata-se, portanto, de um estudo particular, específico, que, enquanto tal, aponta para a totalidade da obra. Finalmente, a análise revela a viabilidade da aproximação sociocrítica ao gênero lírico, ao mesmo tempo em que aponta para a necessidade de que outros estudos sobre a matéria sejam realizados e aprofundem a questão.

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