Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

17 de novembro de 1988

Inez Maria Fornari de Souza

O Romance como Possibilidade de Ruptura Ideológica (“A Festa” de Ivan Ângelo)

Orientação: Ivaldo Santos Bittencourt
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Analiso o romance “A Festa”, de Ivan Ângelo, em sua forma e conteúdo, na tentativa de relacionar ideologia / teoria da literatura / romance, propondo elementos de uma teoria da literatura comprometida com a superação das relações sociais de exploração / opressão. O estudo objetiva, pois, fornecer subsídios para o desenvolvimento dessa teoria. Trata-se de um estudo da teoria da literatura que busca se enriquecer com as contribuições da sociologia para o desvendamento da obra literária. A análise é realizada a partir da compreensão da ideologia como o conjunto da produção simbólica de uma dada sociedade, num determinado momento histórico, comprometida e expressando interesses conflitivos das classes contendoras. Esse movimento de ideologias, constituído a partir de interesses sociais (econômicos e ideológicos) antagônicos, manifesta projetos distintos de sociedade: um pólo querendo conservar o “status quo”, outro querendo superá-lo. Em A Festa identifico o movimento de ideologias existente na sociedade brasileira no final da década de 1960 e início de 1970, onde emergem os conflitos dos diversos interesses em jogo, polarizados nas tendências ideológicas burguesas (ideologias do “como”) e populares (ideologias do “porquê”).

» Dissertação disponível em breve.

27 de setembro de 1988

Cleide Emília Faye das Chagas

Leitura e Reprodução de Textos: informações objetivas e criatividade

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Esta pesquisa está fundamentada na noção do texto, enquanto artefato lingüístico (nível de informação objetiva) e enquanto proposta de sentido (nível de intenções e inferências); e na noção de leitura, como um processo de interação entre leitor-texto-autor, as informações objetivas (1º nível do texto) e na relação leitor-texto-autor, as inferências (2º nível do texto). O objetivo da pesquisa é apresentar um tipo de teste eclético para lidar com o uso da língua escrita, de forma a atender ao desenvolvimento progressivo dos alunos em relação à compreensão e reprodução escrita dos textos, sob dois pontos de vista: informações objetivas e criatividade. Este tipo eclético foi testado usando-se textos narrativos e tendo como informantes, alunos da 7ª série da rede estadual de ensino. Além daquele tipo de teste foram aplicados outros na fase piloto da pesquisa, como também atividades intermediárias e exercícios específicos, cujos objetivos e conteúdos convergiram para o objetivo geral do trabalho. A validade do teste eclético ficou evidenciada através dos resultados registrados que, juntamente com os resultados dos testes da fase piloto e das atividades intermediárias e exercícios, possibilitaram sugestões didáticas que foram incluídas na conclusão deste experimento.

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7 de julho de 1988

Tanya Amara Felipe

O Signo Gestual-Visual e sua Estrutura Frasal na LSCB

Orientação: Lucinda Ferreira Brito e Adair Pimentel Palácio
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Esta pesquisa é um estudo da língua dos sinais dos surdos dos centros urbanos do Brasil (LSCB) usada pela comunidade lingüística surda do Recife. Está dividida em três partes: 1. Através dos universais lingüísticos, a LSCB é apresentada como língua natural dos surdos dos centros urbanos do Brasil; portanto, uma língua de modalidade gestual visual, enquanto a língua portuguesa, que também é utilizada por eles, é de modalidade oral-auditiva. 2. Por ser outra modalidade de língua, a abordagem dela diferenciará em alguns pontos a nível de nomenclatura e classificações; buscaram-se, então, os conceitos de signo em Saussure, Hjelmslev e Peirce para se chegar ao signo gestual-visual e, daí, refletir-se sobre as categorias gramaticais na LSCB, embora o estudo tenha se aprofundado na categoria de verbo, mostrando este de maneira morfossintática. 3. Tomando como base teórica os tipos de verbos na LSCB, partiu-se para uma pesquisa de campo através de filmagens para coleta de dados que seria o corpus pra análise da construção frasal. Esta pesquisa lingüística tem também como objetivo o encaminhamento de sugestões de um ensino bilíngüe para crianças surdas, já que elas geralmente desenvolvem duas modalidades de língua. Este estudo poderá ajudar na confecção de um material didático para o ensino de língua dos sinais nas escolas especializadas para estas crianças.

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1 de julho de 1988

Magnólia Rejane Andrade dos Santos

Narciso – A Poética do Espelho

Orientação: Claudius Armbruster
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo realizar uma leitura do livro “Narciso”, de Marcus Accioly, a partir das reflexões de Umberto Eco sobre a arte contemporânea, de Haroldo de Campos sobre a poesia de vanguarda, de Roman Jakobson sobre as funções da linguagem e de Rolk Kloepfer sobre os procedimentos semióticos da comunicação poética. Nessa operação crítica, procuramos explicitar a riqueza significante do poema como um projeto de fruição estética e comunicativa. O poema é estudado, do ponto de vista da função poética, como um corpo de indícios que revelam o projeto do autor de modelização visual e fônica da fábula de Narciso. Além disso, a função metalingüística é abordada, integrando o projeto individual da obra a uma direção produtiva do autor ao elaborar a trilogia mítica. A articulação dessas duas funções é compreendida, por fim, através de uma leitura dos aspectos ideológicos do poema. A atividade crítica, segundo Umberto Eco, assemelha-se a de um cientista que procura efetivar a leitura da obra de arte como uma “recuperação arqueológica das circunstâncias e dos códigos do remetente, num ensaiar a forma significante para ver até que ponto suporta a inserção de novos sentidos...” (Eco, 1976, 71). Sem a pretensão de esgotar todas as possibilidades interpretativas do poema, procuramos nos aproximar, dentro do campo de leituras possíveis, do projeto poético do autor ao elaborar uma obra plurívoca; onde é dada ao leitor a liberdade de “rastrear as pegadas” de sua prática produtiva e de “reinventar o poema”.

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29 de junho de 1988

Lucila Nogueira

Ideologia como Forma Literária no Canto ao Homem do Povo Charlie Chaplin

Orientação: Francisco César Leal
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Nosso interesse pela ideologia, conseqüentemente pela Sociocrítica como método de análise literária, resulta da observação de que muitos dos enfoques atuais se caracterizam por desligar a obra da História, esvaziando-a de sua significação na sociedade, a favor de derivações de várias ordens que terminam por dissociá-la de si mesma. A explicação para a proliferação desses mais diversos tipos de abordagem também tem, sem dúvida, uma natureza ideológica: a Literatura, como Grande Amazona na defesa do homem, se constitui numa ameaça permanente aos Estados burocráticos constituídos. De modo que enquanto a crítica oficial das Instituições universitárias concentra seus esforços na estrutura, na psicanálise ou na fenomenologia da obra literária, a sua mensagem política e social e existencial passa ao lado: permanecem invariáveis as conotações referentes à injustiça social, ao esmagamento do homem pelo sistema. Em louvor de uma urgência de cientificidade, tem-se desprezado, em algumas partes do mundo, a crítica ideológica que, contudo, já desponta vitoriosa como método de estudo, em Literatura. O nosso trabalho se propõe a demonstrar a íntima conexão entre poesia e ideologia, sem quaisquer operações redutoras ou artificiais que terminam conferindo ao texto uma anti-significação. Escolhemos o poema “Canto ao Homem do Povo Charlie Chaplin”, de Carlos Drummond de Andrade, por considerarmos que, situando-se historicamente num período que marca não apenas o fim da Segunda Guerra, a nível internacional, mas o término do Estado Novo, na conjuntura política nacional, por tais razões a obra se encontra plena de significação ideológica, a qual, sem quaisquer máscaras redutoras procuramos deslindar, a partir inclusive da forma que lhe serve de expressão. A abordagem sociocrítica devolve ao texto o elemento social que os formalistas haviam deserdado da história literária, e decorre de uma linhagem a que pertencem nomes como Luckács, Goldmann, Bakhtin, Adorno, Macherey e especialmente Pierre Zima, que em seu Manual de Sociocrítica (1985) fornece uma definição precisa à sociologia do texto. Na primeira parte da nossa dissertação, tratamos justamente de discorrer sobre os pressupostos teóricos referentes ao poético e ao ideológico, cuidando de visualizar as várias noções possíveis em suas abordagens por diversos autores. A dinâmica autor-leitor-texto, a função social da obra e do escritor, a relação entre forma poética e estrutura social, literatura e sociedade, bem como as modificações lingüísticas e estilísticas decorrentes da mutação ideológica, tudo isso é matéria presente nestas páginas. Na segunda parte, aplicamos os pressupostos teóricos ao poema eleito para trabalharmos. Levantamos os significantes ideológicos que pulsam no texto, não esquecendo sequer a relação com a obra chapliniana, partindo desde o título, segmentando o poema para análise detalhada em vários trechos de suas VI estâncias, sempre sem esquecer o contexto social a que se referia e em que fora produzido. Também foi objeto de minuciosa abordagem o movimento modernista – no Brasil e em Minas – e as vanguardas internacionais da primeira metade deste século, que motivaram em Carlos Drummond de Andrade uma opção estilística consentânea com a significação ideológica de sua obra poética.

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