Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

31 de julho de 2002

Carlos Eduardo Japiassú de Queiroz

Fulgores Fugidios: o papel da imaginação na recepção-interpretação do texto literário

Orientação: Alfredo Adolfo Cordiviola
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Esta dissertação tem como princípio diretor o desenvolvimento teórico da relação entre um texto definido como literário e sua recepção efetuada no ato da leitura. Neste sentido foi eleita uma trajetória de idéias que serviria para contemplar a reposição de uma hipótese, a saber, a imaginação, ou o imaginário, do leitor como fundamento interpretativo do texto literário. Divide-se, assim, em duas partes: a primeira, abordará um lugar teórico inserido no âmbito da filosofia da linguagem da hermenêutica, e da estética da recepção, que estabelecerá o solo filosófico das idéias discorridas na segunda parte; nesta, será apresentada uma teoria do imaginário simbólico centrada na corrente com uma leitura interpretativa de alguns contos do escritor argentino Jorge Luís Borges, expressa sob a forma de reescrituras.

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18 de julho de 2002

Wilma Martins de Mendonça

Memória de Nós: o discurso possível e o silencio Tupinambá nos relatos de viagem do Século XVI

Orientação: Sônia Lucia Ramalho de Farias
Área de Concentração: Teoria da Literatura (Doutorado)

Resumo: O trabalho, “Memória de nós: o discurso possível e o silêncio Tupinambá nos relatos de viagem do século XVI”, trata do estudo da representação do homem da Floresta Tropical, através da dicção dos viajantes do século XVI. Assim, elegeram-se como objetos de investigação as seguintes narrativas: “Duas viagens ao Brasil” (1557), do católico alemão Hans Staden; “Viagem à terra do Brasil” (1578), do calvinista francês Jean de Lery; “Tratado da terra do Brasil” (publicado em 1826, mas escrito no séc. XVI) e “História da província Santa Cruz” (1576), ambos do cronista português Pero de Magalhães Gandavo; e “Tratado descritivo de Brasil em 1587”, do também português Gabriel Soares Sousa. Estenderemos essa leitura comparativa, embora em menor intensidade, aos relatos, “As singularidades da França Antártica”(1557), de André Thevet e “Tratados da terra e gente do Brasil” (1583), de Fernão Cardim, com o intuito de flagrar os diferentes e/ou similares modos com os quais se criou e sedimentou-se uma visão de brasilidade entre nós, reveladora, por sua vez, do conflito cultural entre o mundo europeu e o mundo americano. Nesse intuito, não nos furtaremos, também, em lançar mão dos vários textos epistolares escritos pelos jesuítas do Brasil quinhentista, braços ideológicos da conquista e colonização européia em nosso solo, como também das narrativas dos capuchinhos franceses, Claude d’Abbeville e Ives d’Evreux, que, embora elaboradas no século seguinte, extrapolando, assim, o contexto histórico por nós demarcado, se constituem enquanto textos importantes para esse diálogo. A escolha de tais objetos se deve, essencialmente, a nossa visão - em consonância com a perspectiva teórica de Antonio Cândido e Flora Sussekind - de que essas narrativas constituem linhas literárias, sucessivamente retraçadas, recorrentemente presentes nos mais variados momentos de nossa vida literária, emaranhadas em nosso tecido ficcional, portanto. Nesse entendimento, procedemos ao cortejo entre os textos recortados para análise, através de um suporte teórico-metodológico interdisciplinar que nos permita efetuar uma leitura que aponte para a vinculação entre o fato literário e o contexto cultural que o informa. Assim, estabeleceremos uma articulação com outras áreas e discursos das Ciências Sociais, especialmente com os discursos histórico e antropológico. Para além da simples escolha metodológica, este procedimento se faz necessário em função da própria proposta de estudo. Dessa forma, trilharemos o caminho já percorrido pelo crítico Silviano Santiago que reconhece a impossibilidade de tratarmos da “nossa constituição” sem o auxílio da História e da Antropologia (SANTIAGO, 1982, 17).

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Lucila Nogueira Rodrigues

O Cordão Encarnado: uma leitura Severina

Orientação: Luzilá Gonçalves Ferreira e Antônio Carlos Secchin
Área de Concentração: Teoria da Literatura (Doutorado)

Resumo: Este trabalho tem por finalidade a exegese de uma obra que, apesar de responsável pela consagração nacional e internacional de seu autor, tem sido pouco considerada, quer pelo fato da intertextualidade presente em seus versos, quer pelo seu contraste com relação às demais obras de vanguarda cabralinas, em que a inovação formal de cunho metalingüístico oferece a tônica essencial. A análise aqui desenvolvida integra as perspectivas ideológica/mítica/utópica, destacando o pensamento e a estética realistas do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, contextualizados em interlocuções com outros intelectuais que, em sua época, também denunciaram o desamparo dos retirantes, como Graciliano Ramos e Candido Portinari; além de autores que se indignaram contra a miséria no campo (Francisco Julião) e no mangue (Josué de Castro). A análise ora proposta da obra cabralina evidencia que a lição de cidadania em tom brechtiano enunciada por Severino ao “Auto de Natal Pernambucano” é uma crítica dotada de exemplaridade ao sistema capitalista que reifica e aliena o homem/severino do Nordeste; “Morte e Vida Severina” representa no plano da linguagem dramática e poética uma utopia libertária da qual participavam os estudantes e demais segmentos da comunidade nos anos cinqüenta e sessenta. Finalmente, este Cordão Encarnado, ao contextualizar nacional, regional e municipalmente o “Auto de Natal Pernambucano”, procura oferecer à universidade brasileira uma leitura severina em que o discurso acadêmico surja articulado com o fundamento e a raiz de uma poesia como a cabralina, profundamente identificada com os mapas e percursos de sua terra, regional e universalmente definida.

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15 de julho de 2002

Jaqueline da Silva Revorêdo

Isabel Gondim x Francisca Izidora: duas visões do amor no teatro no liminar do Século XX

Orientação: Yaracylda Oliveira Farias
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Este trabalho investiga a produção dramatúrgica de duas autoras nordestinas: Francisca Izidora, de Pernambuco e Isabel Gondim, do Rio Grande do Norte. Mulheres oriundas da segunda metade do século XIX, que escreveram no início do século XX e dedicaram suas vidas à educação e as letras. Através da documentação reunida, reconstitui a contribuição à literatura brasileira oferecida pelas autoras. Elas desenvolveram atividades de ensino, publicaram livros dos mais diversos matizes, colaboraram para jornais importantes e romperam com limitações impostas ao seu sexo. O estudo comparativo estabelecido entre os dramas: O Sacrifício do Amor, inscrito por Isabel Gondim e Elnar, concebido por Francisca Izidora, elegem o tema do amor, presente nos dois textos, como matriz da abordagem poética. Partindo da vasta produção da escrita feminina, são analisadas somente peças de teatro. Sem pretensões de esgotar a questão, discute a temática e a maneira como são tratados nessas poéticas aspectos importantes da vida da mulher. As semelhanças e diferenças presentes nos textos abordados representam uma amostra significativa a respeito do assunto.

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1 de julho de 2002

Tarcísia Maria Travassos de Aguiar

Títulos, para que os quero?

Orientação: Angela Paiva Dionisio
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Este estudo tem três objetivos básicos: a) identificar características dos títulos dos textos publicados nas revistas Nova Escola e Educação; b) propor uma tipologia para os títulos e c) analisar o tratamento dispensado ao título em atividades propostas em livros didáticos de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental. Constatamos que boa parte da compreensão de um texto é monitorada pela interpretação do título, pois o mesmo estabelece vínculos com informações textuais e extratextuais orientando o leitor para a conclusão a que deve chegar. Observamos que os títulos e subtítulos da capa, do sumário e dos textos formam um leque de perspectivas e expectativas e que a intertextualidade ocorre em títulos de textos pertencentes aos vários domínios sociais de comunicação predominantes nas revistas. Propomos uma tipologia para os títulos com base na estrutura dos mesmos. Foram identificadas seis categorias: 1) títulos nominais (58%); 2) títulos oracionais (25%); 3) títulos preposicionais (12%); 4) títulos adverbiais (3%); 5) títulos adjetivais (2%) e 6) títulos interjetivais (1%). A análise das atividades propostas nos livros didáticos de Língua Portuguesa comprova que os autores tanto propõem atividades com títulos apenas como pretexto para o ensino de tópicos gramaticais, como propõem atividades que envolvem o título dentro de uma abordagem textual e discursiva.

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