Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

6 de dezembro de 2005

Alex Antonio Peña-Alfaro

Estratégias Discursivas de Persuasão em um Discurso Religioso Neopentecostal

Orientação: Nelly Medeiros de Carvalho
Área de Concentração: Linguística

Este trabalho tem como objeto de estudo o discurso religioso do grupo neopentecostal chamado Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), fundado em 1978 no Rio de Janeiro, Brasil, por um grupo de dissidentes da Igreja Nova Vida. O objetivo deste estudo é realizar uma análise discursiva das estratégias de persuasão utilizadas pela IURD nas suas práticas sociodiscursivas: pregações, comunicações, propaganda e escritos, conjunto denominado aqui de discurso iurdiano. A escolha deste tema se deve à relevância social do fenômeno da IURD enquanto instituição religiosa de grande projeção no Brasil e no exterior, onde também atua. A IURD alcança hoje milhões de pessoas com sua mensagem religiosa. Utiliza para isto um complexo de meios de comunicação de massa, o que lhe proporciona uma capacidade imensa de atingir ideologicamente a população. O estudo utiliza a perspectiva da Análise Crítica do Discurso, que considera o discurso como uma prática social dentro de um contexto sociocultural, analisa níveis e estratégias discursivas usadas para descrever e explicitar suas funções tanto nos textos como sociais, que são os propósitos e metas comunicativas e sociais dos participantes na interação discursiva. Complementam o marco teórico: a Ideologia, a Retórica, a Propaganda, Publicidade e Marketing. A hipótese básica é de que ocorre uma colonização na ordem do discurso iurdiano pelos sistemas da economia e mercado. O corpus principal é composto de textos do jornal eletrônico Folha Universal – especificamente da coluna de opinião, do bispo Macedo; e de outra de interpretação, de reportagem – coletados no período de agosto de 2003 a outubro de 2004, num total de 53 edições. Complementam este corpus citações de outras publicações da IURD. Os textos selecionados são analisados nos níveis pragmático, argumentativo, retórico e ideológico, buscando identificar as estratégias discursivas de persuasão. Os resultados são a identificação dos argumentos, metáforas, falácias e hipérboles mais usados e a análise das funções discursivas textuais e sociais desempenhadas no discurso religioso iurdiano.

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2 de dezembro de 2005

Dario Brito Rocha Júnior

Articulação e Opinião na Mídia Pernambucana: os sujeitos psicossociais

Orientação: Antonio Carlos dos Santos Xavier
Área de Concentração: Linguística

Texto Jornalístico e Responsabilidade Social Empresarial. O encontro desses dois universos, ao longo dos últimos anos – quando as primeiras ações de instituições privadas começaram a aparecer na mídia brasileira –, vem se dando de forma um pouco diferente da que acontece com os demais temas midiatizados. Elementos comuns às reportagens, como investigação, apuração detalhada, imparcialidade e crítica, são dificilmente encontrados nos textos ou simplesmente não aparecem. Foi justamente constatando de forma mais atenta esse fenômeno que resolvemos analisar, com base em traços deixados ou omitidos na produção textual jornalística, os motivos pelos quais essa prática está se tornando comum. Como o presente trabalho segue a linha da análise sócio-pragmática de discurso, na qual, entre outros aspectos, o contexto, as condições de produção, as práticas discursivas e, sobretudo, as relações de poder envolvidas no fenômeno são de extrema relevância, investigar um problema dessa natureza significa primeiramente, questionar dois elementos envolvidos na produção jornalística. Sendo assim, as construções exteriores ao autor (as próprias delimitações teóricas da Análise Crítica do Discurso; as orientações comuns ao gênero jornalístico; o contexto social restrito, ou seja, a redação; e contexto social amplo) e as intrínsecas a ele (como questões ideológicas e sua relação com o poder; conceitos de Esfera Pública, Agir Comunicativo e Comodificação; identidade inserida no tempo da Pós-Modernidade e a própria subjetividade; e a questão da constituição de estilo e da escolha de elementos articuladores) se fazem presentes nessa apreciação. Para isso partimos de postulados como os de Bakhtin, Habermas, Fairclough, Granger e Hall, que nos foram muito úteis no entendimento desse problema, assim como as contribuições de trabalhos conduzidos por Marcuschi e Koch, sobretudo no que diz respeito aos verbos introdutórios de opinião e aos marcadores de atenuação, que acabaram sendo o lugar de revelação e constatação da nossa hipótese inicial: a de que a isenção de responsabilidade autoral perante o tema acaba recaindo nessas escolhas estratégicas e tornando o texto jornalístico de reportagem distante daquele que é o seu propósito maior.

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1 de dezembro de 2005

Maria Amélia Cunha de Souto Maior

Rui, Cê Tá Me Ouvindo? uma análise da construção do sentido na interação em um sitcom

Orientação: Antonio Carlos dos Santos Xavier
Área de Concentração: Linguística

Este trabalho propõe uma análise da construção do sentido durante um programa de TV. Muitos estudos já se debruçaram sobre a problemática da interação. O ineditismo do nosso estudo se dá por analisarmos o sentido que se constitui em uma interação “pré-produzida” ou “idealizada” no sitcom, classificado como gênero discursivo televisivo. O corpus analisado foi a comédia de situação Os Normais, exibida pela Rede Globo de televisão, entre 2001/2003, que se tornou um modelo-padrão para outras produções do gênero. A perspectiva da Análise do Discurso, que nós utilizamos, enfoca o aspecto sociopragmático do discurso, particularmente, no tocante às estratégias argumentativas, utilizadas na preservação e manutenção do jogo de linguagem entre os interactantes. Nosso referencial teórico fundamenta-se na ótica sociointeracionista e dialógica de Mikhail Bakhtin ([1979]2000) e ([1929]2000), na análise do discurso sociopragmática de Dominique Maingueneau (2002/2005), e nas observações teóricas de Ingedore Koch ([1993]2003) e ([1997]2002), relativas à perspectiva interacional da conversação face a face para a construção de sentido de textos orais e escritos. Objetivamos neste trabalho refletir sobre quais são os mecanismos lingüístico-discursivos, considerando suas condições de produção em que o sitcom se baseou para constituir o efeito de sentido do humor privilegiado pelos telespectadores. Outros fatores, também, foram considerados em nossa análise como formato de programa televisivo diferenciado, interpretação e autonomia dos atores que contribuíram para uma interação híbrida nas fronteiras do escrito com o oral pelas quais flutua o gênero televisivo que investigamos.

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31 de outubro de 2005

Maria Margarete Fernandes de Sousa

A Organização Textual – Discursiva dos Anúncios de Turismo no Ceará

Orientação: Nelly Medeiros de Carvalho
Área de Concentração: Linguística

Esta pesquisa analisa o gênero textual anúncio com o objetivo de identificar e descrever os traços textual-discursivos que são importantes para a construção dos sentidos dos textos pertencentes a esse gênero. Foram analisados os seguintes aspectos: a) a estrutura organizacional do anúncio; b) as seqüências textuais (descritiva, argumentativa e narrativa); c) os processos referenciais (anafórico e dêitico); e d) a inter-relação entre seqüências textuais e referenciação. Para analisar o aspecto da organização das informações nos textos, guiamo-nos por alguns autores da publicidade, tais como Hahn (1993), Vestergaard e Schrøder (2000), Gonzales (2003), dentre outros, e percebemos que o gênero apresenta um padrão organizacional, com uma recorrência de cinco elementos: 1) título; 2) subtítulo; 3) corpo do texto; 4) slogan; e 5) assinatura. Destes, três elementos são constantes: título, corpo do texto e assinatura; e dois são flutuantes: subtítulo e slogan. Para analisar as seqüências textuais, respaldamo-nos em Adam (1992) e verificamos que as seqüências descritiva e argumentativa são as mais importantes formas de composição no referido gênero. A descritiva e a argumentativa aparecem, exclusivamente, em alguns anúncios. Na maioria, elas aparecem ou como dominantes ou como dominadas, pois os textos compõem-se pela combinação de seqüências. A seqüência narrativa ocorreu em um texto, apenas, como dominante, e em um como dominada, todavia esta seqüência tem função de argumento. Ou seja, a forma narrativa, quando empregada, tem o propósito também de persuadir o leitor. Para analisar os processos de referenciação, utilizamos a proposta de Cavalcante (2004b) e constatamos a grande participação das anáforas, em especial das indiretas, o que revela que estes processos são importantes na construção dos sentidos dos textos do gênero em estudo. Nos textos descritivos, predominou este tipo de anáfora e nos argumentativos, as anáforas correferenciais. A participação dos dêiticos, embora discreta, mostrou-se relevante para os propósitos argumentativos, em especial, os pessoais.

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8 de setembro de 2005

Ivana Maria de Moura Alves

De Uma Guerra a Outra: a dramaturgia experimental de Osman Lins

Orientação: Luzilá Gonçalves Ferreira
Área de Concentração: Teoria da Literatura

A presente pesquisa busca analisar a cronotopia – interação indissociável entre tempo e espaço – no romance Espaço Terrestre do autor pernambucano Gilvan Lemos. A relação entre os índices espaciais e temporais é estudada numa perspectiva dinâmica que define o cronotopo como espécie de princípio organizador da narrativa. Em Tempo e Espaço, a cronotopia assume capital relevância quando vários níveis espaço-temporais (Recife/tempo histórico, cronotopo da estrada, Sulidade/tempo cíclico) apresentam-se dialogicamente relacionados. O diálogo entre os cronotopos evidencia-se na interação dos planos espaço-temporais que, ora se opõem, ora e completam. A cronotopia também organiza a estratificação lingüística (plurilingüismo), na medida em que condiciona as variantes dialetais utilizadas pelas personagens. Por essa razão, a análise fundamenta-se nas concepções de Bakhtin (1992 e 1993) sobre cronotopia, dialogismo e plurilingüismo, estreitamente ligadas na composição do universo romanesco. O principal objetivo deste trabalho é mostrar como a cronotopia manifesta-se enquanto elemento importante na arquitetura do romance Espaço Terrestre, ao estruturar a narrativa, tanto no plano formal, quanto no simbólico.

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2 de setembro de 2005

Inara Ribeiro Gomes

A Estrutura Genética de Avalovara

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Este resumo procura definir uma teoria da ficção inclusa no romance “Avalovara”, de Osmar Lins. Preliminarmente, aborda-se a obra nas suas relações com: a) a segunda fase da literatura ficcional do autor, conforme a divisão estabelecida pela crítica; b) o contexto da literatura contemporânea; c) os gêneros e convenções literárias; d) a reflexões teóricas e críticas do autor. A análise principia pela descrição dos princípios de composição e da linha temática da narrativa. No passo seguinte, onde se concentra a tese central deste estudo, examina-se o procedimento alegórico de elaboração de uma teoria do signo poético. No relato da formação do escritor, a aprendizagem em três etapas sucessivas corresponde à investigação teórica do espaço, do tempo e da linguagem. É possível identificar uma travessia pelo signo, na medida em que cada um desses três elementos da narrativa está associado a cada um dos componentes do signo lingüístico (significante, referente, significado, respectivamente). A perseguição à Palavra tem na metáfora o instrumento básico de sondagem e descoberta. A análise, assim, procura descrever a dinâmica tensional da operação metafórica na gênese das figuras simbólicas. A metáfora final realiza uma unificação tensa dos opostos – ordem e desordem, geometria e desequilíbrio, razão e mito, tempo e eternidade, texto e mundo, palavra e coisa –, mas não totaliza a obra: o mundo transcende a forma do artista.

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30 de agosto de 2005

Anne Karine de Queiroz

Gêneros Visuais Multimodais em Livros Didáticos: usos e tipos

Orientação: Angela Paiva Dionisio
Área de Concentração: Linguística

Devido a toda esta imersão tecnológica que estamos inseridos, recursos pictoriais têm sido utilizados, consideravelmente, no âmbito educacional, uma vez que a escola é mediadora entre a sociedade e o aprendiz. Para tal mediação a escola faz uso de vários recursos midiáticos, como a televisão e o computador, porém além instrumento tem-se o velho instrumento utilizado para abordagem de conhecimento: o Livro Didático (LD), que apesar de tantas inovações tecnológicas disponíveis na escola, é o recurso mais freqüente para o auxílio da construção do conhecimento. Nesse sentido traçamos como objetivos investigar variedades de gêneros visuais nos Livros Didáticos e observar como esses gêneros visuais multimodais estão a serviço da construção do conhecimento. Para investigar essa variedade de gêneros visuais multimodais constituímos como corpus da pesquisa Livros Didáticos de Ensino Médio das disciplinas de Português, Matemática e Biologia. Esta dissertação se constitui de quatro capítulos. O capítulo I – Percorrendo a história da escrita – traça um percurso histórico da escrita, observando seu processo evolutivo e sua propagação. O capítulo II – Percorrendo a história da imagem - discute a noção de imagem, como também seu surgimento, além de algumas classificações atribuídas a ela. O capítulo III - Multimodalidade, Multiletramento: relações intrínsecas – discute a teoria sobre multimodalidade, noção essencial para essa pesquisa; além da ampliação da noção de letramento, tendo em vista o conceito de multimodalidade como traço inerente ao discurso. O capítulo IV – Gêneros Visuais Multimodais em Livros Didáticos: Tipos e Usos – apresenta a descrição dos recursos pictoriais presentes nos LDs analisados, como as Ilustrações, Gêneros Visuais e os Gêneros Visuais Multimodais; em seguida, apresentamos a descrição dos GVMs, observando os seus usos e funções nos manuais em análise. Constatamos que o LD de português faz uso, exaustivamente, dos gêneros: charge, cartum, tira e propaganda. Já o LD de Biologia utiliza os seguintes gêneros: desenho anatômico, desenho esquemático e gráfico. NO LD de matemática encontramos, com recorrência, os gêneros: diagrama, figura geométrica e gráfico. Comparando a utilização desses GVMs nos livros, verificamos que o livro de português traz os gêneros utilizados em outras esferas sociais (jornais, revistas e outdoor) para serem didatizados ao se inserirem no LD. Já nos livros de matemática e biologia, são GVMs com fins didáticos. Verificamos ainda que os gêneros encontrados no LD de português são utilizados, predominante, como base para realização de atividades, ou seja, na seção de exercícios. Ao contrário do que acontece com os GVMs nos manuais de matemática e biologia, que são utilizados, em maior recorrência, na seção de apresentação de conteúdo, auxiliando a construção do conhecimento.

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Ana Regina Ferraz Vieira

O Seminário: um evento de letramento escolar

Orientação: Angela Paiva Dionisio
Área de Concentração: Linguística

O objetivo do presente trabalho é apresentar um estudo qualitativo sobre o seminário e o contexto em que se realiza, reconhecendo-o como um evento comunicativo e de letramento recorrente, inserido nas práticas escolares, envolvendo além da linguagem outras modalidades de representação e comunicação. Trata-se de uma investigação de natureza exploratória e limitada à observação, descrição e análise de seminários produzidos em salas de aula de Ensino Fundamental e Médio de uma escola pública federal e de questionários aplicados a alunos e professores da instituição. Essas observações e questionários servem de base para a análise etnográfica do evento seminário. Os resultados mostram que o seminário que se realiza hoje na educação básica apresenta diferenças nos propósitos, no contexto e no comportamento lingüístico dos seus participantes em relação ao mesmo fenômeno nomeado, caracterizado e estudado no âmbito da Lingüística e da Educação à luz dos seminários acadêmicos de nível superior. A análise revela como é insuficiente abordar o seminário de forma estreita diante da complexidade das relações entre seus elementos constitutivos, e procura desvendar aspectos ainda pouco explorados no seminário, como a questão dos múltiplos letramentos nele presentes. Conhecer melhor esse evento ajudará a não reduzi-lo, no âmbito da sala de aula, a um mero instrumento de avaliação ou de transmissão de conteúdos curriculares.

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29 de agosto de 2005

Aliete Gomes Carneiro Rosa

Publicidade Científica: um estudo do modo de oOrganização do discurso argumentativo em revistas femininas

Orientação: Nelly Medeiros de Carvalho
Área de Concentração: Linguística

Este estudo situa-se nos domínios dos estudos da linguagem analisando, mais especificamente do ponto de vista da análise de discurso em que as enunciações presentes em textos de revistas femininas geram argumentos com efeito de cientificidade. O corpus do trabalho consta da análise de dezessete publicidades presentes em revistas femininas como Boa Forma, Cláudia, Criativa, Estilo, Marie Claire, nova e uma que circulam no ano de 2003. O trabalho se ancora nos estudos discursivos, argumentativos e semiolingüísticos desenvolvidos por Charaudeau e Perelman que consideram a argumentação uma forma de interagir no mundo organizando os atores sociais em trocas lingüísticas, o que impõe uma forma de compreender os sujeitos, o modo de organização do discurso e a natureza dos objetos do discurso.

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22 de julho de 2005

Jeane Maria Guimarães da Silva

Altazor: Uma Viagem pela Poética de Vicente Huidobro

Orientação: Alfredo Adolfo Cordiviola
Área de Concentração: Teoria da Literatura


Este estudo propõe uma análise do poema Altazor (obra-prima do vanguardismo em língua espanhola) do poeta chileno Vicente Huidobro, evidenciando seus aspectos temáticos, estruturais e metalingüísticos. O poema altazor o el viaje en paracaídas expõe a teoria criacionista de huidobro, expressando por meio do lúdico exercício imagístico, toda uma desolada visão do mundo, centrada na solidão, na incomunicação e no vazio. O mito do poeta como "pequeno deus" e a realização do "poema criado" representam o ideal perseguido por altazor - huidobro em sua trajetória poética na qual "a poesia é a linguagem da criação". No poema altazor, o motivo da viagem difere do sentido tradicional do livro de relatos. A leitura de altazor se faz como percurso poético no espaço da página do poema, revelando a ousadia criadora do poeta através do jogo com a linguagem, das metáforas e de seus efeitos visuais e sonoros.

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11 de julho de 2005

Mozeiner Maciel do Nascimento Silva

Teorias Lingüísticas e Concepções de Língua e de Avaliação em Provas de Vestibular da COVEST / COPSET

Orientação: Virgínia Leal
Área de Concentração: Linguística

Esta pesquisa tem o objetivo de verificar que teorias lingüísticas e que concepções de línguas estão subjacentes nas provas de vestibular. Para tanto, o corpus selecionado foram as provas de língua portuguesa da 1ª fase elaboradas pela equipe da COVEST/COPSET, para os vestibulares das Universidades Federal e Federal Rural de Pernambuco dos anos de 1990, 1995, 2000 e 2005. Na metodologia desse trabalho, foi traçado o seguinte percurso: primeiro, apresentam-se as teorias lingüísticas, concepções de língua e áreas da lingüística que exerceram e exercem influência na didática das aulas de língua portuguesa; no segundo momento, partindo-se do princípio de que o vestibular é uma avaliação através da qual são avaliadas as condições de ensino e de que as concepções de avaliação e de língua estão imbricadas, apontaram-se as concepções de avaliação; em seguida, foi traçado um breve percurso histórico do vestibular, desde sua instituição como “exame vestibular” até as atuais tentativas de minimizar as injustiças sociais que lhe são atribuídas; finalmente, foi feita a análise do corpus. Os resultados desse trabalho apontam que as teorias lingüísticas estruturalistas e gerativo-transformacionais, que apoiaram a concepção de língua como sistema e como instrumento de comunicação, ficaram evidentes nas provas de 1990 e de 1995. Isso é um indício de que essas concepções deveriam estar em voga também no ensino, favorecendo que a avaliação fosse tão somente o instrumento através do qual se conferia em que medida as regras do sistema foram internalizadas, negando, dessa maneira, sua real função: a de servir como indicador dos fatores passíveis de mudanças. Os resultados evidenciaram, também, que as provas de 2000 e de 2005 apontam reflexos dos estudos lingüísticos desenvolvidos nas universidades, sobretudo a partir da década de 80. Por último, concluímos que o vestibular, por ser considerado o vetor que condiciona o ensino, tem muito a contribuir para que a teoria sociointeracionista da linguagem, a qual ancora a concepção de língua como instrumento de interação social, seja posta em uso pelas escolas e cursinhos, que, certamente, passarão a adotar também uma avaliação mais dialógica, o que poderá gerar ganhos significativos para o ensino de língua portuguesa.

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20 de junho de 2005

João Evangelista das Neves Araujo

Identidade Sociocultural e Práticas de Leitura Literária: o orocesso de construção social do leitor

Orientação: Yaracylda Oliveira Farias
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Este trabalho se inscreve no âmbito dos estudos interdisciplinares, nas áreas de literatura, sociologia da leitura e pedagogia. Trata-se de uma pesquisa que explica os processos de formação e as práticas de leituras literárias desenvolvidas por um grupo de estudantes do Ensino Fundamental de uma instituição escolar situada na comunidade Cristo Rei ao sul de Teresina-PI, onde a Literatura é quase esquecida, inclusive pela escola. Para tanto, realizou-se um estudo sociocultural, analítico-interpretativo e praxiológico, à luz da estética da recepção desdobrada em suas categorias históricas. Analisou-se, primeiramente, as raízes da origem da recepção literária e, prosseguiu-se com as estratégias de encontro entre os horizontes de expectativas de obras e de leitores, e tipos de recepção literária. Verificou-se, ainda, a mímesis e o estilo de enunciação como estratégias estéticas da recepção, responsáveis pela presença da ideologia no ato de produção da Literatura e de sua leitura, mostrando-se também os processos de formação e experiências de leitura de atores sociais na França, no Brasil e em Teresina-PI, mapeando-se as memórias de leituras desses sujeitos em diferentes épocas e espaços, de modo a caracterizar a identidade sociocultural como a categoria que servirá de base, nessa pesquisa, para a explicação das práticas de leituras literárias do grupo de estudantes-leitores observados. Em seguida, foi feita a análise dos dados referentes ao fenômeno das práticas de leituras literárias entre os sujeitos do referido grupo, demonstrando-se os processos de formação literária desses atores sociais, evidenciou-se as práticas espontâneas de leituras de obras poéticas e ficcionais dos sujeitos estudados. Através da realização de oficinas lúdicas de leituras, foi possível detectar também os efeitos estéticos das leituras literárias junto a esse público. Finalmente, diante dos resultados encontrados, são sugeridas atividades literárias para a formação de leitores na escola.

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3 de junho de 2005

Yris Julia Barraza de Garcia

El Sistema Verbal em La Lengua Shawi

Orientação: Adair Pimentel Palácio
Área de Concentração: Linguística

Este trabajo presenta un avance en el análisis del sistema verbal de la lengua Shawi, lengua indígena hablada en la Amazonía Peruana por un número aproximado de 15. 000 personas, entre monolingües y bilingües. Éste es un cálculo aproximado que trata de reflejar la realidad actual, considerando el crecimiento de la población desde el último censo de población y vivienda realizado en el Perú, en 1993. El análisis propuesto se limita al estudio del sistema verbal en oraciones simples de la variedad Shawi hablada en las riberas del río Sillay. En el primer capítulo se desarrolla brevemente el problema de estudio de la lengua, la justificación y los objetivos. En el segundo capítulo se presenta el marco teórico, los fundamentos de la teoría lingüística relacionados a las nociones de lengua, discurso y, sobre todo, verbo, clases de verbo, actantes, circunstantes, procesos de incremento y disminución de valencia de los verbos. En este mismo capítulo presentamos un marco referencial sobre el pueblo shawi, su lengua y los estudios ya realizados acerca de ella. El tercer capítulo trata del análisis fonológico y morfológico de la lengua e intenta aproximar al lector al conocimiento de la lengua en estos niveles. La presentación está relacionada con los fonemas segmentales, pues nos falta profundizar los estudios sobre los rasgos suprasegmentales. El cuarto capítulo comprende el análisis morfosintáctico de la lengua. Comienza con una descripción de aspectos generales de la lengua en cuanto a su morfosintaxis: tipo de lengua, tipos de predicación, estructura de la oración, estructura de la palabra, etc. Estos datos ayudarán al lector cuando se presente el análisis del sistema verbal. Este capítulo, continúa con la presentación del sistema verbal: verbo, clases de verbos, morfología verbal (morfemas que se aglutinan a la raíz verbal), predicado verbal, actantes, funciones sintácticas, etc. El capítulo termina con las transformaciones que pueden ocurrir en el predicado verbal. Intentamos terminar el trabajo con algunas conclusiones.

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José Alexandre Ferreira Maia

Satiricon: as origens do romance e do realismo satírico

Orientação: Ricardo Bigi de Alquino
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Obra provavelmente escrita no século I d.C.; o “Satiricon” é abordado nestes estudos como resultante da ação das mesmas forças histórico-pragmáticas e estético-ideológicas que condicionaram o aparecimento e a evolução dos gêneros literários na Antiguidade. Através desta abordagem foi possível observar que a evolução dos gêneros seguiu dois rumos que coincidiram com a divisão aristotélica do drama helênico, em tragédia e comédia. A partir dos princípios adotados na criação do drama é possível compreender a existência de pelo menos duas espécies de realismo: 1 - O realismo trágico de caráter idealista teve como sua principal fonte o mito; a Tragédia conheceu seu pleno desenvolvimento no século V a.C. em Atenas; 2 - O realismo cômico que teve como fonte a própria realidade; a Comédia mimetizou o homem comum e desenvolveu ao longo das transformações que as cidades gregas sofreram, e se desenvolveu entre os romanos no século II a.C. Além dos gêneros miméticos, a evolução do realismo fez aparecer os gêneros teóricos escritos principalmente em prosa. O romance antigo é um gênero que apresenta uma estrutura híbrida e teria nascido da fusão desses gêneros em resposta às novas demandas estético-ideológicas que surgiram com a decadência da Hélade e com a ascensão das monarquias alexandrinas e de Roma. O “Satiricon”, classificado aqui como romance satírico, é uma importante obra mimética que exemplifica com clareza a evolução do realismo cômico em contraste com o realismo trágico.

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2 de maio de 2005

Maria de Fátima Generino da Silva

A Compreensão da Heterogeneidade Marcada por Alunos do Ensino Médio

Orientação: Dóris de Arruda Carneiro da Cunha
Área de Concentração: Linguística

Este trabalho tem como objetivo investigar como se dá o aprimoramento da compreensão em alunos do Ensino Médio, a partir do tratamento do funcionamento dialógico de artigos de opinião. Tem, pois, como objeto de pesquisa a heterogeneidade enunciativa aplicada ao ensino da leitura de textos argumentativos. O corpus para este estudo foi constituído por atividades de interpretação elaboradas a partir de artigos de opinião colhidos em jornais locais. Tais atividades foram realizadas por alunos do primeiro ano do Ensino Médio de uma escola da rede pública do Estado de Pernambuco. A interpretação, a discussão dos dados, bem como as reflexões em torno da prática do ensino da leitura, foram feitas a partir da teoria da enunciação numa perspectiva bakhtiniana. Os dados resultantes da etapa inicial da pesquisa mostram que os alunos não vêem nem interpretam as várias vozes inscritas no texto. Estes resultados apontam para a necessidade de a escola abandonar um projeto homogeneizante da linguagem e considerar o ensino da leitura como uma prática significativa que privilegie a construção do sentido. A partir dos resultados finais da pesquisa, propomos uma prática de leitura no Ensino Médio que contemple o estudo da heterogeneidade marcada em artigos de opinião como mecanismo eficaz na ampliação da compreensão e, conseqüentemente, no desenvolvimento de leitores mais críticos e autônomos frente aos textos circulantes.

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26 de abril de 2005

Regina Celi Mendes Pereira

Gêneros Textuais e Letramento: uma abordagem sociointeracionista da produção escrita de crianças de 1ª e 2ª Séries

Orientação: Abuêndia Padilha Peixoto Pinto
Área de Concentração: Linguística

A diversidade de situações de letramento às quais a criança está sujeita, tanto na escola como fora dela, requer uma metodologia de ensino da escrita que focalize o trabalho com os gêneros textuais. A contribuição de Vygotsky (1984, 1987) no que se refere à construção social do conhecimento, bem como os estudos de Bakhtin (1981, 1992), Bronckart (1999), Schneuwly (1994, 1996) e Dolz (1996) embasaram a nossa concepção de que os gêneros organizam e regulam as formas de atuação no mundo, que são mediadas pela linguagem. Essa abordagem deu-nos respaldo para avaliar o desempenho de alunos do primeiro ciclo do ensino fundamental, de escola pública e particular, pertencentes a distintas realidades socioeconômicas, em atividades de produção textual que se apóiam no trabalho com diferentes gêneros escritos. Com base nesse questionamento geral, procuramos investigar: os espaços de atuação social realizados através da modalidade escrita e disponibilizados para a criança em seu meio ambiente cultural; os gêneros escritos que estão mais relacionaos a sua rotina de atividade social; e a relação entre o ensino de gêneros textuais e o favorecimento na aprendizagem de aspectos lingüísticos e cognitivos específicos a modalidades escritas previstas para as crianças desse ciclo. A análise dos 84 textos elaborados pelos 12 alunos, associada aos outros instrumentos de coleta de dados, revelou que as crianças compartilham basicamente os mesmos espaços de atuação social que condicionam os usos da escrita em suas vidas. Concluímos também que as dificuldades enfrentadas pelo escritor iniciante, reflexo da complexidade inerente ao ato de escrever, podem ser enfrentadas gradualmente, por meio de práticas interativas de linguagem que possibilitem a circulação das várias representações cognitivas da atividade social.

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15 de abril de 2005

Najin Marcelino Lima

A Construção da Identidade de Lula em Jornais de Língua Inglesa

Orientação: Judith Hoffnagel
Área de Concentração: Linguística

O objetivo desse trabalho é analisar como se deu à construção da identidade do então candidato à presidência do Brasil, Lula, em jornais de língua inglesa. Acreditamos que na tentativa de se traçar o perfil de um líder político de uma nação, os jornais identificam simultaneamente e em boa parte o povo daquela nação. Assim, ter acesso ao que era dito a respeito de Lula nesses jornais possibilita-nos, até certo ponto, entender como somos representados fora de nosso país. Como suporte teórico, utilizamos os estudos desenvolvidos no âmbito da Análise Crítica do Discurso (ACD). Partimos das pesquisas de Fairclough considerando, sobretudo, seu quadro tridimensional e a sua preocupação em tratar de discurso como ferramenta para mudança social. Para entendermos melhor as engrenagens da mídia na produção de discursos, nos valemos dos conhecimentos produzidos por teóricos como Van Dijk, Kress, Fowler, Van Leeuwem, entre outros. Graças a sua natureza, a ACD nos possibilitou produzir um trabalho interdisciplinar, daí termos embasado boa parte de nossas considerações sobre identidade nas pesquisas provenientes da antropologia lingüística. Percebemos, ao final do trabalho, que a identidade de Lula é construída, sobretudo, com base nas suas ações. As mudanças de atitude (desde posicionamentos políticos a transformações estéticas) pelas quais Lula vinha passando foram um foco significante dos textos que trataram a seu respeito. A sua "identidade" foi mudando ao longo do tempo. Todavia, tanto como uma ameaça remota da esquerda no começo, quanto candidato certo à vitória no final, as considerações sobre ex-lider sindical eram sempre carregadas de um tom avaliativo e que remetiam a algum tipo de alerta.

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6 de abril de 2005

Lucilene Rodrigues da Silva

As Cláusulas Correlativas numa Abordagem Funcional

Orientação: Marlos de Barros Pessoa
Área de Concentração: Linguística

Este trabalho objetiva analisar e interpretar cláusulas correlativas do português sob a perspectiva do paradigma da gramaticalização, postulado no quadro da lingüística funcional, no modelo de Traugott e Heine (1991), Votre (1992), Hopper e Traugott (1993) e Givón (1990, 1995). A lingüística funcional vem se constituindo e se consolidando desde os anos 80 na apropriação e produção de conceitos operacionais relacionados a cognição, iconicidade, categoria prototípica, discurso, gramática, polissemia, domínio funcional, figura e fundo, topicidade, informatividade e transitividade. Autores brasileiros divergem sobre a interpretação de certas cláusulas, (do tipo não só/mas também, tanto mais/tanto menos, tanto/que, etc.) se meramente sintáticas ou correlativas. a própria NGB, de 1959, exclui a interpretação correlativa. Oitica (1962) e Brandão (1963), por outro lado, a incorporam. Os estudos, de abordagem funcionalista, tendem a abandonar a rigidez das dicotomias sintáticas de coordenação e subordinação e propõem um continuum numa trajetória marcadamente de gramaticalização. É com base na controvérsia sobre a interpretação dessas cláusulas, que enveredamos pela história mais recente para encontramos subsídios para a compreensão do nascimento ou da modificação de tais estruturas, dado o caráter gradual da trajetória de sua constituição. Como resultado, pudemos constatar alguns achados relevantes. Seja exemplo a não-realização formal dos pares completos, em construções de textos jornalísticos do século XIX, evidenciando influência da elipse e permitindo interpretação discursiva do fenômeno. Por fim, o estudo aponta para um aprofundamento da investigação histórica na ampliação dos séculos, desde o período arcaico da história da língua.

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31 de março de 2005

Múcio Sévulo Fonseca de Almeida

Existencialismo e Humanismo na Estrutura Trágica d’O Evangelho Segundo Jesus Cristo, romance de José Saramago

Orientação: Anco Márcio Tenório Vieira
Área de Concentração: Teoria da Literatura

A presente dissertação analisa o romance "O Evangelho Segundo Jesus Cristo, de autoria de José Saramago. Discute as intenções do autor e o significado da obra, destacando o caráter autônomo do romance e de seus heróis. Examina o papel da experiência existencial na formação psicológica de seus protagonistas, em contraposição ao natural perfil sagrado dos homônimos bíblicos. Analisa a relação literatura versus história, comparando as convenções que regem o discurso historiagráfico e o ficcional. Apresenta a forma de revisitação anacrônica do passado realizada pelo romancista. estuda as relações intersemióticas do romance com as artes plásticas e a arte dramática, particularmente com a tragédia grega. compara a estrutura trágica do Édipo Rei, de Sófocles, com a estrutura trágica romanesca d´O evangelho segundo Jesus Cristo, mostrando o diálogo da literatura contemporânea com a literatura clássica. Compara ainda o herói Édipo, da tragédia grega com o protagonista Jesus do romance de Saramago. Discute também a figura do narrador do romance, destacando o seu papel de mediador de todo o debate.

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22 de março de 2005

Cleide Emília Faye Pedrosa

Gênero Textual ‘frase’: marcas do editor nos processos de retextualização e (re) contextualização

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística

Esta pesquisa apresenta um estudo sobre o funcionamento sociocomunicativo do gênero textual “frase”. Descreve e analisa, particularmente, os processos que concorrem para que esse gênero textual assuma determinadas características que fazem dele um ato de linguagem, com propósitos comunicativos específicos. A investigação toma por base vários corpora formados a partir de cinco revistas nacionais: Contigo, Época, Istoé, Tudo e Veja. Partindo de bases teóricas extraídas da Análise Crítica do Discurso, especificamente da vertente da crítica social defendida por Fairclough, concretizada através do modelo tridimensional de análise do discurso desenvolvido pelo autor, bem como dos trabalhos na perspectiva sociointeracionista, embasados em Bakhtin, sobre gêneros textuais, ressaltando-se, entre eles, os de Marcuschi, a pesquisa orienta-se para a análise desses materiais no contexto inicial em que surgem. Com uma abordagem macro e microanalítica do objeto, comprova-se serem as “frases” um gênero textual com características próprias, desde sua estruturação formal à sua construção dialógica. A descrição e análise dos dados identificam os processos constitutivos desse gênero como essencialmente dialógicos, fundados, centralmente, nas práticas discursivas de retextualização e (re)contextualização realizadas por atividades sociais de manipulação e “filtragem” da linguagem por quem exerce o poder dentro de uma sociedade dita democrática – as redes de edição. Entre os resultados dessa investigação, está a comprovação de que as “frases” constituem um gênero textual com características próprias em termos formais e funcionais e de grande incidência na imprensa brasileira.

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Ana Maria Coutinho de Sales

Tecendo Fios de Liberdade: escritoras e professoras da Paraíba do começo do Século XX

Orientação: Luzilá Gonçalves Ferreira
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Este trabalho tem por finalidade retirar dos porões da história escritoras e professoras da Paraíba, do começo do século XX, trazendo ao público contemporâneo textos de Adamantina Neves, Eudésia Vieira, Edilza Barreto, Lylia Guedes e Maria Ignez Mariz. A prática de escrever se coloca para essas autoras como um trabalho ético em relação ao mundo e a elas mesmas, como uma busca ininterrupta da liberdade, associada à questão da solidariedade e da justiça social. A análise dos textos de autoria feminina aqui envolvida integra as perspectivas do gênero e etnia. Identificamos nas produções literárias das escritoras do passado a preocupação em combater o racismo e toda forma de opressão. Além dos livros, utilizamos também como fonte, o que elas publicaram na Imprensa da Paraíba, no jornal A união, nas revistas Flor de Liz e Nova Era, defendendo a necessidade de formação intelectual para as mulheres. Elaboramos as biografias de Alcide Cataxo, Anayde Beiriz, Juanita Machado, Júlia Leal, Olivina Olívia Carneiro Cunha e Petronilda Pordeus, destacando a participação da presença feminina na História da Educação e Cultura da Paraíba. Finalmente, ao recompor os fios de liberdade puxados pelas mulheres do passado, procuramos oferecer à Universidade Brasileira uma leitura que revela o demasiado humano, para além do meramente intelectual faz surpreender até hoje as pessoas. A análise dos textos de autoria feminina apresentados nesta tese, aponta que, desde o começo do século XX, essas escritoras e professoras vêm nos ensinando que, entre a Literatura e a Educação, existe um espaço para a novidade e a surpresa, principalmente uma novidade de expressão de liberdade. Liberdade que não é uma condição definitiva, mas um permanente vir a ser.

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21 de março de 2005

Cristiane de Moura Leite Takemoto

O Discurso Narrativo Oral: um estudo do papel do reconto

Orientação: Virgínia Leal
Área de Concentração: Linguística

Esta dissertação se propõe a investigar o papel de reconto das narrativas de contos de fadas no discurso narrativo de uma criança em idade pré-escolar, caracterizando-se, portanto, como um estudo de caso. As perspectivas teóricas adotadas radicam nos estudos sociointeracionistas, quer vinculados à Lingüística, através dos estudos de Bakhtin e seguidores sobre a linguagem como interação; quer a Psicologia Cognitiva, através das contribuições de Vygotsky (e adeptos dos postulados interacionistas) sobre o desenvolvimento da cognição. Para tanto, foram realizadas filmagens da criança enquanto interagia com sua mãe e recontava as referidas histórias, no período entre os dois e seis anos de idade. A análise dos dados que emergiu dos corpora procura enfatizar, em primeiro lugar, a importância do mediador, do outro, no processo de construção da linguagem, e, em segundo lugar, procura mostrar que as atividades de reconto de narrativas de contos de fadas, que parecem preencher uma função ritualística ligada ao fenômeno da repetição, são ressignificadas pela criança selecionada para o estudo de caso. Os resultados encontrados levam a crer, portanto, que, devido aos momentos interativos que proporciona e ao simbolismo das histórias, a atividade de reconto é confirmada como de grande importância para o desenvolvimento do discurso narrativo infantil.

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11 de março de 2005

Perón Pereira Santos Machado Rios

A Viagem Infinita: um estudo de Terra Sonâmbula

Orientação: Zuleide Duarte de Souza
Área de Concentração: Teoria da Literatura

A dissertação aborda temas essenciais da ficção de Mia Couto, da qual tomamos seu primeiro romance, Terra Sonâmbula, publicado em 1992, como corpus. Dentre as temáticas estudadas, as relações entre oralidade e escritura, que se permeiam pela noção de identidade na cultura moçambicana. Identidade que se constrói mitologicamente, a partir da recuperação do maravilhoso na literatura, ampliando o conceito habitual de mímese. A representação do mundo se realiza no texto em dois eixos perceptivos: a infância e a velhice. O velho é imagem de um passado que deve ser remodelado pelo infante, futuro do país. Terra Sonâmbula, fábula que põe em xeque os gêneros que se querem engessados, oferece outros sentidos a velhos arquétipos como os símbolos da água e da terra, trazendo à modernidade, por um labor singular da linguagem, uma de suas mais poéticas epopéias.

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10 de março de 2005

Ana Claudia Medeiros Soares

O Tempo na Obra Poética de Waldemar Lopes

Orientação: Luzilá Gonçalves Ferreira
Área de Concentração: Teoria da Literatura

O presente texto dissertativo tem por objetivo a análise da poética de Waldemar Lopes sob a perspectiva da temática temporal. Dada a extensão de sua produção literária, restringimos nossa pesquisa à obra Cinza de Estrelas (2001), por ser esta representativa do tema em sua poesia. No decorrer do trabalho a pesquisa nos levou a esclarecer como tempo é abordado pela obra do poeta, desde as reminiscências, a memória, a presentificação, o fenômeno da rememoração, a efemeridade do tempo e a conseqüente consciência da morte que se aproxima. Em síntese, procuramos averiguar como o tempo difundido em múltiplas nuances apresenta-se em Cinza de Estrelas.

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4 de março de 2005

Araken Guedes Barbosa

A Paráfrase como Proposta Lingüístico-pedagógica para Uso no Ensino de Línguas

Orientação: Francisco Gomes de Matos
Área de Concentração: Linguística

A literatura sobre a Lingüística Aplicada ao Ensino de Línguas, particularmente a referente ao nosso contexto educacional brasileiro, ainda carece de pesquisas, por isso decidimos demonstrar a relevância da paráfrase como estratégia comunicativa na prática pedagógica do inglês como Língua Estrangeira. Nossa experiência em sala de aula e, também, as idéias de vários teóricos como Lakoff, Fodor, Mondada, Longacre e outros serviram-nos de fundamentos para esta pesquisa, possibilitando detalhar informações e reformular conceitos, promovendo, assim, a compreensão dialógica do processo de parafrasear. Recorremos a um questionário aplicado com professores de línguas estrangeiras da cidade de Recife para verificar os modos de utilização, forma e freqüência de estratégias parafrásticas empregadas em sala de aula. Os resultados revelaram que essa prática pedagógica, apesar de pouco difundida e muito menos monitorada, é reconhecida por seus usuários como proveitosa em diversos aspectos estimulantes do raciocínio lógico-lingüístico e incentivadora da criatividade. Como subsídio para a monitoração de estratégias parafrásticas em sala de aula, apresentamos algumas sugestões que possam contribuir para a melhoria da compreensão e produção de reformulações de enunciados contextualmente semelhantes.

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3 de março de 2005

Lorena Rocha Leite

A Criança com Atraso da Linguagem: um estudo de caso

Orientação: Virgínia Leal
Área de Concentração: Linguística

Este trabalho pretende analisar o atraso de linguagem, sob o enfoque da teoria interacionista de aquisição de linguagem formulada por Lemos (1992, 1997), já que para esta teoria não existe patologia de linguagem, a não ser que haja comprometimento orgânico. Observando-se o fazer clínico fonoaudiológico, sentiu-se a necessidade de realizar este estudo, pois interessa uma abordagem terapêutica que proporcione ao fonoaudiólogo observar a linguagem em sua prática particular, não a separando do sujeito. Diferencia-se, assim, do fazer clínico da objetividade, que coloca a doença e não o sujeito em primeiro lugar, durante a relação terapêutica. Neste sentido, busca formular uma clínica da subjetividade em que o terapeuta deve perceber que o falar, o calar, o “errar” sempre dizem algo sobre o sujeito. Portanto, este estudo tem como objetivo observar os contextos interacionais vivenciados por uma criança com atraso na aquisição da linguagem, sem patologia orgânica, em situações terapêuticas na área da Fonoaudiologia. Esta pesquisa evidencia, então, que o “erro” e a “falta”, além de constatados e eliminados, pedem para ser lidos, porque podem ser indicativos de desenvolvimento e não de “doença” (FREIRE, 1997). Para que o trabalho do fonoaudiólogo possa ser realmente efetivo, este tem de estar atento às teorias lingüísticas que tomam a linguagem da criança como objeto de estudo. Assim, o encontro teórico e metodológico entre a Lingüística e a Fonoaudiologia, possibilitado pela assunção da constituição do sujeito e da linguagem nas interações sociais, permite que o fonoaudiólogo encontre na díade o seu papel de terapeuta/estruturador da linguagem do outro – “o paciente’, contribuindo na construção de uma nova prática clínica.

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Aline Caldas Cunha

Livro de Imagem: aprender a ver para aprender a ler

Orientação: Marígia Ana de Moura Viana
Área de Concentração: Linguística

O mundo moderno cheio de linguagens diversas exige pessoas preparadas para entender e absorver as novas formas de mensagens que chegam até elas. A leitura de vários tipos de texto é essencial na sociedade em que vivemos. Saber ver/ler uma imagem é tão necessário quanto aprender a ler e escrever nos moldes convencionais, pois os códigos e os processos de produção da comunicação se alteram e, nessas mudanças, buscam receptores aptos para entendê-los. Esta pesquisa qualitativa tem como objeto caracterizar a leitura e investigar os tipos de textos orais produzidos por crianças de 05 anos de idade, através da leitura de livros de imagem, em uma classe da educação infantil de uma escola particular da cidade de recife. Parte-se do pressuposto de que há possibilidade de uma criança não-alfabetizada produzir texto oral e construir sentidos para uma história feita só com imagens, e que esta prática auxiliará não só nos aspectos de produção textual como de leitura. Durante a pesquisa de campo, foram utilizados três livros de imagem: O dia-a-dia de Dadá (Marcelo Xavier), Filó e Marieta (Eva Fumari), e O almoço (Mário Vale). Depois de um primeiro contato informal com os livros, foi proposto às crianças, individualmente, que fizessem a leitura em voz alta de uma das obras, sendo essas atividades filmadas e gravadas para análise. Como resultado, este estudo evidencia três tipos de leitura: uma narrativa, em que se percebe o preenchimento dos "brancos" entre as imagens, com a interpretação das cenas, utilizando-se de conectores, outra, fragmentada em relação aos elementos internos da narrativa, não indo além da leitura descritiva, e por fim uma de natureza mista apresentando traços das duas citadas anteriormente. O uso de operadores da narrativa apresentou-se de forma restrita, e os conectores foram identificados em doze tipos. o contato da criança com os livros de imagem, numa proposta pedagógica em que a intervenção do professor tenha a intenção de promover a autonomia e a autoconfiança da criança, em vez de apenas servir de instrumento de correção, poderá não somente desenvolver a linguagem oral, a criatividade na produção de textos, mas também aperfeiçoar o aluno na leitura de novos códigos, preparando-o para enfrentar as novas realidades geradas pelos meios de comunicação.

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28 de fevereiro de 2005

Roberta Varginha Ramos Caiado

meuqueridoblog.com: a notação escrita produzida no gênero weblog e sua influência na notação escrita

Orientação: Virgínia Leal e Artur Gomes de Morais
Área de Concentração: Linguística

Este estudo teve como objetivo analisar se a notação escrita produzida no gênero weblog está influenciando a notação escrita escolar. Para a construção da pesquisa, da qual participaram duas adolescentes bloguistas, reconstituímos a história e caracterizamos o gênero emergente da mídia digital - weblog. Utilizamos as teorias da psicogênese da escrita e consciência fonológica para entender os princípios reguladores da norma ortográfica da língua portuguesa. Detivemo-nos na análise e reflexão da notação escrita digital para constatar sua presença (ou não) nas atividades escolares das adolescentes em estudo. A metodologia proposta para essa investigação foi o estudo comparativo de casos. O corpus da pesquisa constituiu-se de atividades escolares e dos textos postados no blog dos dois sujeitos investigados. A análise dos dados coletados no espaço digital e no espaço escolar demonstrou que de acordo com o nível de explicitação do aprendiz nesta área do conhecimento - ortografia - ele poderá sofrer influência da escrita digital na escrita escolar. Os resultados das análises apontam para a necessidade de a escola refletir e trabalhar com a variação lingüística: a adequação da linguagem ao meio, ao interlocutor, ao contexto de produção e a pluralidade dos discursos, que se manifestam nos novos gêneros, principalmente, nos gêneros emergentes da mídia digital.

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25 de fevereiro de 2005

Mizael Inácio de Oliveira

A Produção de Resumo como Gênero Textual por Alunos de Espanhol no Ensino Médio: uma perspectiva cognitiva

Orientação: Virgínia Leal
Área de Concentração: Linguística

O resumo é um dos gêneros mais comuns na vida dos estudantes que se encontram cercados por uma variedade de tarefas que lhes exige a habilidade de ler e resumir informações. Para a execução dessas tarefas, esses leitores utilizam complexas operações cognitivas que requerem: a) o apagamento de informações irrelevantes, b) a generalização de idéias individuais, c) a construção de proposições mais globais. A escolha do resumo como tema central desta pesquisa se deu porque na sua produção intervêm, além dos conhecimentos prévios do sujeito, a constituição de novos conhecimentos, já que, em certas condições de produção, esse gênero contribui para uma transformação dos esquemas do sujeito na interação com o texto. A análise dos textos produzidos seguiu a orientação dos postulados sociointeracionistas desenvolvidos por Bakhtin, Bronckart, Dolz e Schneuwly, além dos trabalhos realizados por Kintsch e van Dijk. Foram coletados 60 textos produzidos por alunos da 1ª série do ensino médio de duas escolas da rede privada de ensino do estado de Pernambuco, dos quais 44 foram submetidos à análise com base nas seguintes categorias: 1) princípio de pertinência relativa, 2) macro-regras de redução da informação semântica, 3) reconstrução, distorção e exclusão, 4) justaposição de sentenças e 5) depreensão do tópico discursivo. As análises demonstram que os resumos produzidos pelos alunos acima mencionados não atenderam às especificidades próprias desse gênero, servindo como indicativo da dificuldade encontrada tanto no domínio das regras de sumarização de informação, quanto em escrever em língua espanhola. Uma das soluções vislumbradas a minimização dessa realidade é a presença sistemática desse e de outros gêneros nas aulas de língua estrangeiras, que promoverá, conseqüentemente, mudanças na concepção de língua e de sujeito atualmente presente nas escolas.

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22 de fevereiro de 2005

Cláudia Mendonça de Oliveira

Textualidade em Livros Didáticos de Geografia: o papel da metadiscursividade

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística

A responsabilidade pelos elevados e persistentes índices de insucesso verificados no nosso sistema educacional tem sido, sistematicamente, atribuída à má formação do professor e/ou às carências sociais, econômicas e até cognitivas do aluno. Esses diagnósticos têm negligenciado a importância de um elemento que, no caso da escola brasileira, constitui não apenas um importantíssimo, mas, freqüentemente, o único instrumento de (in)formação para alunos e professores: o livro didático. Além disso, estudos relativos à textualidade desses manuais são ainda escassos entre nós, principalmente nas áreas de disciplinas introduzidas após a alfabetização, como a Geografia. Daí uma das razões desta investigação. Motivados por experiências pessoais e embasados em autores que nos fazem refletir sobre a textualidade do livro didático, resolvemos tomá-lo como objeto da nossa tese de doutorado. E, dentre os vários aspectos envolvidos nas questões da textualidade, elegemos os enunciados metadiscursivos, por considerar que constituem um dos pilares de sustentação da arquitetura textual. Ao usá-los para comentar o seu próprio discurso, o autor dialoga com o leitor e orienta-o com relação à a aspectos estruturais e discursivos, tais como: planejamento discursivo, progressividade temática, especificações terminológicas, e sobre a presença do outro no seu texto. Favorece, assim, a textualidade e promove uma compreensão ativa e responsiva. Trata-se de uma pesquisa de natureza descritivo-analítica, na qual procuramos identificar, em materiais extraídos dos três livros de Geografia mais adotados na 5ª série de cinqüenta escolas públicas e privadas da área metropolitana do Grande Recife, as ocorrências quantitativa e qualitativa das seguintes oito categorias metadiscursivas, cujas funções colaboram mais diretamente para a estruturação da arquitetura textual: objetivo geral, previsão, revisão, retomada, glosa sobre o código, indicação para ilustração, marcador ilocucionário e narrador. Os resultados demonstram que apenas as glosas sobre o código (37,25%) estão presentes de forma sistemática e diversificada no corpus analisado. As revisões (17,64%) e previsões (15,68%) têm uma incidência média e parecem revelar uma co-variação com os tipos de argumentação indutiva e dedutiva, respectivamente. Em seguida estão as retomadas (9,80%), que, aparentemente, são mais favorecidas pela argumentação dedutiva. Diante do elevado número de textos visuais presentes no corpus, a categoria indicação para ilustração constitui o tipo de enunciado metadiscursivo mais subutilizado (9,80%). Assim, textos lineares e visuais correm paralela e independentemente. Finalmente, as categorias: narrador (3,92%), objetivo geral (2,94%) e marcador ilocucionário (2,94%), com os mais baixos índices, revelam-se praticamente ausentes, a despeito da sua alta incidência e significativa importância para a textualidade de textos de natureza científica. É possível que os baixos índices de enunciados metadiscursivos registrados nesta pesquisa estejam associados à ausência de traços particulares que possam configurar no corpus um determinado gênero textual de modo mais específico.

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17 de fevereiro de 2005

Fátima Maria Batista de Lima

Um Olhar Sobre a Cidade N’ A Emparedada da Rua Nova de Carneiro Villela

Orientação: Luzilá Gonçalves Ferreira
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: A presente pesquisa está centrada na poética do autor pernambucano Carneiro Villela e busca fazer uma leitura em sua obra mais famosa A Emparedada da Rua Novacom o objetivo de trazer à discussão o seu olhar sobre a cidade, o qual foi capaz de revelar através de sua escritura. Como o espaço e tempo se apresentam dialogicamente relacionados, percorremos também o seu itinerário no século XIX analogicamente ligados à época da infância e adolescência do escritor, bem como algumas crônicas em busca desse olhar, sempre atento às coisas que o rodeavam, as quais registrava na memória para posteriormente transformá-las em arte. Considera-se como embasamento teórico preponderante às concepções de Ítalo Calvino, Gaston Bachelar, Kevin Lynch e Lucrecia D’Alessio Ferrara. Além destes é necessário à recorrência a outros teóricos sobre as questões elucidativas com a finalidade de obtermos êxito na configuração desta pesquisa. O principal objetivo é demonstrar que lugares e situações representativos do eu-poético pode unir-se com aqueles que captam a evolução da cidade no tempo através da arte.

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18 de janeiro de 2005

Luiz Carlos Rodrigues Monteiro

Musa Fragmentada: A Poética de Carlos Pena Filho

Orientação: Lourival Holanda
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Este trabalho destina-se à verificação e análise da ocorrência do lírico e do popular na poesia de Carlos Pena Filho. Estruturado em quatro capítulos, e com a feição de dissertação de mestrado, intenta proceder a investigação crítico-analítica de poemas do "livro geral", que reúne praticamente toda a produção do poeta. Os desdobramentos temáticos que envolvem aspectos sociais, urbanos e subjetivistas desse lirismo são analisados com algum detalhamento. por outro lado, são também tangenciados elementos de ordem mais geral que pessoal, e que configuram relações geracionais, atitudes e posicionamentos do poeta frente à vida e ao mundo. Observa-se que Carlos Pena, imbuído de aptidões incontestes para a poesia, escreveu seus poemas sob o signo de uma competência rara e intrínseca. Desempenho poético a que se soma uma consciência estética que o faria promover mudanças definidoras no eixo conteudístico e escolher novos caminhos com bastante acerto, sem renegar sua poesia de base, sustentada num lirismo assumidamente clássico. Com a sintaxe e o léxico manuseados linearmente, os resultados fonéticos alcançados demonstram que o seu estilo sofreu poucas mudanças no curto intervalo de tempo em que escreveu sua obra. Na identificação desse estilo, mesmo onde instala-se uma ruptura com as formas tradicionais, principalmente o soneto, não se torna difícil ao leitor familiarizado com sua poética reconhecer um substrato expressional comum aos poemas, ainda quando sua temáticas mudam radicalmente. Examina-se a multiplicidade diccional do autor em sua relação com os preceitos estéticos da geração de 45 e o ponto de inflexão onde essa dicção se individualiza, i.e., quando ele afasta-se do romantismo, do simbolismo e do classicismo iniciais e vai ao encontro das formas populares.

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14 de janeiro de 2005

Jan Edson Rodrigues-Leite

A Construção Pública do Conhecimento: linguagem e interação na cognição social

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística

O objeto de estudo deste trabalho é a investigação dos processos de construção do conhecimento levados a efeito na instituição escolar através da interação entre os participantes no ambiente de aula. Pretendemos demonstrar que a construção do conhecimento não é um ato individual nem decorre puramente da internalização de informações recebidas, tratadas e armazenadas na mente do aluno, mas que sua natureza é essencialmente pública e que ocorre através da atividade sociointeracional contextualmente situada, da negociação de versões da realidade e do partilhamento de terrenos comuns. Utilizamos exemplos de aulas de diversas disciplinas, coletados em turmas de quarta e quinta séries de escolas públicas, através de uma pesquisa de interesse etnográfico, e os analisamos segundo uma metodologia interpretativa que procura responder à pergunta acerca do que está a acontecer em sala de aula no tocante à construção do conhecimento. Fundamentamos esta análise nos pressupostos teóricos da lingüística cognitiva – mormente a hipótese sociocognitiva da linguagem, nos estudos sobre a categorização e sobre os processos de conceptualização verificados no transcorrer do discurso, bem como nos postulados interacionistas da lingüística e da etnografia da comunicação. Nossos resultados demonstram a produtividade de diversos processos de construção coletiva de categorias, empreendidos na interação face a face; o papel proeminente da ação colaborativa na construção dos modos de operar interacionalmente nos contextos de aula; e a ampla participação dos indivíduos envolvidos em aula na elaboração e negociação de objetos-de-discurso, que são a pedra de ângulo da construção do conhecimento.

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