Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

30 de abril de 2001

Rodrigo Jungmann de Castro

Descrições Definidas: de Bertrand Russel a visão pragmática

Orientação: Luiz Antônio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística

Resumo: A teoria das descrições de Bertrand Russel é com justiça exaltada como sendo uma contribuição original para o pensamento lógico e semântico. É também um dos marcos da filosofia analítica no século XX. Sabe-se que na análise de proposições em que estão presentes as descrições definidas encontram-se paradoxos lógicos que a teoria Russell buscava resolver. Embora se possa admitir que as propostas de Russel têm muito a recomendá-las no campo da lógica, a Teoria das Descrições também deu margem a um certo número de críticas. Vários filósofos atacaram a teoria de Russel sob a alegação de que ela não faz justiça ao uso lingüístico real. Um dos mais notáveis desses filósofos foi Peter F. Strawson, cujo artigo On Refering, de 1950, abriu o caminho para uma boa parte da contestação moderna à posição russelliana. Em seu paper de 1966, Reference and Definite Descriptions, Keith S. Donnellan critica Russell e Strawson por não perceberem a importância decisiva do contexto de emissão para a análise de proposições com descrições definidas. Donnellan nota que as descrições definitivas podem ter, em contextos diversos, qualquer de dois usos que ele chamou de atributivo e referencial. Para Donnellan, o uso referencial das descrições definidas não pode ser explicado no quadro da teoria de Russell. Nosso objetivo nesse trabalho é investigar se a Teoria das Descrições de Russell devem ou não ser revisada em resposta às objeções de Strawson e à distinção atributivo/referencial estabelecida por Donnellan. Com este intuito, os capítulos de 4 a 7 são dedicados a um exame detalhado das posições de alguns dos principais autores que escreveram comentários sobre a temática. Embora se admita amplamente que as descrições definidas são expressões sensíveis ao seu contexto de uso e que considerações pragmáticas, além de semânticas, são necessárias em qualquer tratamento adequado de seu uso real, os autores divergem quanto à necessidade de revisar a teoria de Russel e quanto à caracterização da dimensão pragmática relevante. No capítulo 7, defendemos a posição de François Recanati, dando um destaque especial à sua caracterização da irrelevância vericondicional das descrições definidas no uso referencial. No capítulo 8, propomos a tese de que os usos atributivo e referencial das descrições definidas diferem significativamente no que diz respeito ao tipo de padrões inferenciais presentes na passagem do mundo para a linguagem.

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José Lucas da Silva

A Solidariedade da Propaganda de Multinacionais Estrangeiras no Brasil: aspectos icônico-verbais

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Este trabalho se situa no campo dos estudos da linguagem conhecidos como Análise do Discurso e analisa algumas características das propagandas impressas de multinacionais no Brasil e utiliza a solidariedade como elemento de persuasão. O corpus desta dissertação é constituído por dez anúncios publicitários veiculados nas revistas Veja e Isto É um período de setembro/1998 a março/2000, sendo quatro multinacionais recém-chegadas ao Brasil (Asler e Peugeot) e de empresas estrangeiras que estão ha décadas no país (Johnson, Esso e Schering). Na análise dos aspectos verbais, utilizamos o instrumental de Norman Fairclough que considera a relação entre linguagem e sociedade como interna e dialética e não externa e casual. O lingüista inglês baseia-se numa concepção tridimensional do discurso -constituída simultaneamente pelo texto, pela prática discursiva e pela sociocultural- para propor uma análise do discurso também tridimensional, composta pela Descrição, Interpretação e Explicação. Os aspectos icônicos são analisados a partir do referencial teórico dos lingüistas Gunther Kress e Theo van Leeuwen, que mostram como pessoas, lugares e coisas se articulam em imagens para produzirem significados. Já o estudo do conceito de solidariedade está ancorado principalmente na teoria dos sociólogos Émile Durkheim e Jean Duvignaud.

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27 de abril de 2001

Alexandre Furtado de Albuquerque Correia

Os Feitiços da Ilha: senhas imaginadas para identidades culturais

Orientação: Alfredo Adolfo Cordiviola
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: O Feitiço da Ilha do Pavão, de João Ubaldo Ribeiro, é analisado neste trabalho buscando-se compreender a forma pela qual o autor trabalha diversamente certos aspectos das nossas identidades culturais. Serão consideradas as fronteiras entre a História e a Literatura, bem como o papel de ambas na construção identitária. O estudo também se propõe a refletir sobre a construção imagético-discursiva da nação e analisar as representações das diferentes vozes da obra, privilegiando certas falas como a do índio, a da mulher e a do negro, que no texto ganham dimensões destacadas. O modo de elaboração da comunidade inserida na Ilha do Pavão enseja a discussão sobre conflitos de poder, raça e gênero, bem como o que for imaginado e subvertido no romance.

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18 de abril de 2001

Ângela Vilma Santos Bispo

A Tessitura humana da palavra: Herberto Sales, contista

Orientação: Alfredo Adolfo Cordiviola
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Estudo da contística do escritor/romancista Herberto Sales. Focalizam-se três dos seus quatro livros de contos: Histórias Ordinárias, Uma Telha de Menos e Armado Cavaleiro O Audaz Motoqueiro. Problematiza-se a história desse escritor como contista: a relação pessoal de fascínio e horror pelo conto, haja vista ter iniciado a sua carreira literária com a narrativa curta e tê-la abandonado após a publicação do quarto livro; seu reencontro com tal gênero só depois de publicados os três primeiros romances; as relações temáticas e formais nesse entrecruzamento conto e romance; as incidências temáticas entre campo e cidade; as relações formais mantidas por esse escritor com a tradição e com a inovação; o compromisso com o novo proveniente do compromisso com o homem contemporâneo. Analisam-se dez contos buscando corroborar, e compreender, essas relações de ordem estética e social, e tentando desvelar algumas peculiaridades artesanais em conformidade com tais relações.

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9 de abril de 2001

Patrícia Soares Silva

Considerações sobre o Ponto de Vista no Esaú e Jacó

Orientação: Maria da Piedade Moreira de Sá
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Árduo e longo foi o caminho de Machado de Assis até ser apontado como “mestre” das nossas letras. Quando jovem, desempenha as funções mais diversas – sacristão, tipógrafo, revisor de provas- enquanto, mediante um esforço autodidata, foi construindo a sólida formação que o tornaria profundo conhecedor da língua vernácula e da literatura universal. O domínio da expressão literária permite a Machado escrever obras que contemplam quase todos os gêneros: teatro, poesia, romance e conto, além das crônicas e artigos de crítica. O teatro e a poesia literária de Machado de Assis e vale a pena salientar que estes gêneros não figuram entre as principais realizações do autor. Machado é, sem dúvida um mestre do romance e do conto, entretanto, no teatro e na poesia, ele se revela apenas mediano.

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5 de abril de 2001

Edson Tavares Costa

“Nítido como um Girassol”: as metamorfoses do olhar em Aberto Caeiro

Orientação: Luzilá Gonçalves Ferreira
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Essa dissertação tem como objeto de análise os poemas de Alberto Caeiro, heterônimo do poeta português Fernando Pessoa. Observando diversas nuances do olhar no texto, utilizamos os conceitos de Semiótica de Charles Sanders Peirce, no que diz respeito à percepção fenomenológica da realidade. De forma periférica, mas pertinente, são abordados temas como o universo pessoano, os heterônimos considerados discípulos de Alberto Carreiro, propostas filosóficas defendidas por Fernando Pessoa e o grupo moderno. Além de considerações a respeito do olhar, do ponto de vista da fenomenologia peirceana.

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