Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

31 de março de 2005

Múcio Sévulo Fonseca de Almeida

Existencialismo e Humanismo na Estrutura Trágica d’O Evangelho Segundo Jesus Cristo, romance de José Saramago

Orientação: Anco Márcio Tenório Vieira
Área de Concentração: Teoria da Literatura

A presente dissertação analisa o romance "O Evangelho Segundo Jesus Cristo, de autoria de José Saramago. Discute as intenções do autor e o significado da obra, destacando o caráter autônomo do romance e de seus heróis. Examina o papel da experiência existencial na formação psicológica de seus protagonistas, em contraposição ao natural perfil sagrado dos homônimos bíblicos. Analisa a relação literatura versus história, comparando as convenções que regem o discurso historiagráfico e o ficcional. Apresenta a forma de revisitação anacrônica do passado realizada pelo romancista. estuda as relações intersemióticas do romance com as artes plásticas e a arte dramática, particularmente com a tragédia grega. compara a estrutura trágica do Édipo Rei, de Sófocles, com a estrutura trágica romanesca d´O evangelho segundo Jesus Cristo, mostrando o diálogo da literatura contemporânea com a literatura clássica. Compara ainda o herói Édipo, da tragédia grega com o protagonista Jesus do romance de Saramago. Discute também a figura do narrador do romance, destacando o seu papel de mediador de todo o debate.

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22 de março de 2005

Cleide Emília Faye Pedrosa

Gênero Textual ‘frase’: marcas do editor nos processos de retextualização e (re) contextualização

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística

Esta pesquisa apresenta um estudo sobre o funcionamento sociocomunicativo do gênero textual “frase”. Descreve e analisa, particularmente, os processos que concorrem para que esse gênero textual assuma determinadas características que fazem dele um ato de linguagem, com propósitos comunicativos específicos. A investigação toma por base vários corpora formados a partir de cinco revistas nacionais: Contigo, Época, Istoé, Tudo e Veja. Partindo de bases teóricas extraídas da Análise Crítica do Discurso, especificamente da vertente da crítica social defendida por Fairclough, concretizada através do modelo tridimensional de análise do discurso desenvolvido pelo autor, bem como dos trabalhos na perspectiva sociointeracionista, embasados em Bakhtin, sobre gêneros textuais, ressaltando-se, entre eles, os de Marcuschi, a pesquisa orienta-se para a análise desses materiais no contexto inicial em que surgem. Com uma abordagem macro e microanalítica do objeto, comprova-se serem as “frases” um gênero textual com características próprias, desde sua estruturação formal à sua construção dialógica. A descrição e análise dos dados identificam os processos constitutivos desse gênero como essencialmente dialógicos, fundados, centralmente, nas práticas discursivas de retextualização e (re)contextualização realizadas por atividades sociais de manipulação e “filtragem” da linguagem por quem exerce o poder dentro de uma sociedade dita democrática – as redes de edição. Entre os resultados dessa investigação, está a comprovação de que as “frases” constituem um gênero textual com características próprias em termos formais e funcionais e de grande incidência na imprensa brasileira.

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Ana Maria Coutinho de Sales

Tecendo Fios de Liberdade: escritoras e professoras da Paraíba do começo do Século XX

Orientação: Luzilá Gonçalves Ferreira
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Este trabalho tem por finalidade retirar dos porões da história escritoras e professoras da Paraíba, do começo do século XX, trazendo ao público contemporâneo textos de Adamantina Neves, Eudésia Vieira, Edilza Barreto, Lylia Guedes e Maria Ignez Mariz. A prática de escrever se coloca para essas autoras como um trabalho ético em relação ao mundo e a elas mesmas, como uma busca ininterrupta da liberdade, associada à questão da solidariedade e da justiça social. A análise dos textos de autoria feminina aqui envolvida integra as perspectivas do gênero e etnia. Identificamos nas produções literárias das escritoras do passado a preocupação em combater o racismo e toda forma de opressão. Além dos livros, utilizamos também como fonte, o que elas publicaram na Imprensa da Paraíba, no jornal A união, nas revistas Flor de Liz e Nova Era, defendendo a necessidade de formação intelectual para as mulheres. Elaboramos as biografias de Alcide Cataxo, Anayde Beiriz, Juanita Machado, Júlia Leal, Olivina Olívia Carneiro Cunha e Petronilda Pordeus, destacando a participação da presença feminina na História da Educação e Cultura da Paraíba. Finalmente, ao recompor os fios de liberdade puxados pelas mulheres do passado, procuramos oferecer à Universidade Brasileira uma leitura que revela o demasiado humano, para além do meramente intelectual faz surpreender até hoje as pessoas. A análise dos textos de autoria feminina apresentados nesta tese, aponta que, desde o começo do século XX, essas escritoras e professoras vêm nos ensinando que, entre a Literatura e a Educação, existe um espaço para a novidade e a surpresa, principalmente uma novidade de expressão de liberdade. Liberdade que não é uma condição definitiva, mas um permanente vir a ser.

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21 de março de 2005

Cristiane de Moura Leite Takemoto

O Discurso Narrativo Oral: um estudo do papel do reconto

Orientação: Virgínia Leal
Área de Concentração: Linguística

Esta dissertação se propõe a investigar o papel de reconto das narrativas de contos de fadas no discurso narrativo de uma criança em idade pré-escolar, caracterizando-se, portanto, como um estudo de caso. As perspectivas teóricas adotadas radicam nos estudos sociointeracionistas, quer vinculados à Lingüística, através dos estudos de Bakhtin e seguidores sobre a linguagem como interação; quer a Psicologia Cognitiva, através das contribuições de Vygotsky (e adeptos dos postulados interacionistas) sobre o desenvolvimento da cognição. Para tanto, foram realizadas filmagens da criança enquanto interagia com sua mãe e recontava as referidas histórias, no período entre os dois e seis anos de idade. A análise dos dados que emergiu dos corpora procura enfatizar, em primeiro lugar, a importância do mediador, do outro, no processo de construção da linguagem, e, em segundo lugar, procura mostrar que as atividades de reconto de narrativas de contos de fadas, que parecem preencher uma função ritualística ligada ao fenômeno da repetição, são ressignificadas pela criança selecionada para o estudo de caso. Os resultados encontrados levam a crer, portanto, que, devido aos momentos interativos que proporciona e ao simbolismo das histórias, a atividade de reconto é confirmada como de grande importância para o desenvolvimento do discurso narrativo infantil.

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11 de março de 2005

Perón Pereira Santos Machado Rios

A Viagem Infinita: um estudo de Terra Sonâmbula

Orientação: Zuleide Duarte de Souza
Área de Concentração: Teoria da Literatura

A dissertação aborda temas essenciais da ficção de Mia Couto, da qual tomamos seu primeiro romance, Terra Sonâmbula, publicado em 1992, como corpus. Dentre as temáticas estudadas, as relações entre oralidade e escritura, que se permeiam pela noção de identidade na cultura moçambicana. Identidade que se constrói mitologicamente, a partir da recuperação do maravilhoso na literatura, ampliando o conceito habitual de mímese. A representação do mundo se realiza no texto em dois eixos perceptivos: a infância e a velhice. O velho é imagem de um passado que deve ser remodelado pelo infante, futuro do país. Terra Sonâmbula, fábula que põe em xeque os gêneros que se querem engessados, oferece outros sentidos a velhos arquétipos como os símbolos da água e da terra, trazendo à modernidade, por um labor singular da linguagem, uma de suas mais poéticas epopéias.

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10 de março de 2005

Ana Claudia Medeiros Soares

O Tempo na Obra Poética de Waldemar Lopes

Orientação: Luzilá Gonçalves Ferreira
Área de Concentração: Teoria da Literatura

O presente texto dissertativo tem por objetivo a análise da poética de Waldemar Lopes sob a perspectiva da temática temporal. Dada a extensão de sua produção literária, restringimos nossa pesquisa à obra Cinza de Estrelas (2001), por ser esta representativa do tema em sua poesia. No decorrer do trabalho a pesquisa nos levou a esclarecer como tempo é abordado pela obra do poeta, desde as reminiscências, a memória, a presentificação, o fenômeno da rememoração, a efemeridade do tempo e a conseqüente consciência da morte que se aproxima. Em síntese, procuramos averiguar como o tempo difundido em múltiplas nuances apresenta-se em Cinza de Estrelas.

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4 de março de 2005

Araken Guedes Barbosa

A Paráfrase como Proposta Lingüístico-pedagógica para Uso no Ensino de Línguas

Orientação: Francisco Gomes de Matos
Área de Concentração: Linguística

A literatura sobre a Lingüística Aplicada ao Ensino de Línguas, particularmente a referente ao nosso contexto educacional brasileiro, ainda carece de pesquisas, por isso decidimos demonstrar a relevância da paráfrase como estratégia comunicativa na prática pedagógica do inglês como Língua Estrangeira. Nossa experiência em sala de aula e, também, as idéias de vários teóricos como Lakoff, Fodor, Mondada, Longacre e outros serviram-nos de fundamentos para esta pesquisa, possibilitando detalhar informações e reformular conceitos, promovendo, assim, a compreensão dialógica do processo de parafrasear. Recorremos a um questionário aplicado com professores de línguas estrangeiras da cidade de Recife para verificar os modos de utilização, forma e freqüência de estratégias parafrásticas empregadas em sala de aula. Os resultados revelaram que essa prática pedagógica, apesar de pouco difundida e muito menos monitorada, é reconhecida por seus usuários como proveitosa em diversos aspectos estimulantes do raciocínio lógico-lingüístico e incentivadora da criatividade. Como subsídio para a monitoração de estratégias parafrásticas em sala de aula, apresentamos algumas sugestões que possam contribuir para a melhoria da compreensão e produção de reformulações de enunciados contextualmente semelhantes.

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3 de março de 2005

Lorena Rocha Leite

A Criança com Atraso da Linguagem: um estudo de caso

Orientação: Virgínia Leal
Área de Concentração: Linguística

Este trabalho pretende analisar o atraso de linguagem, sob o enfoque da teoria interacionista de aquisição de linguagem formulada por Lemos (1992, 1997), já que para esta teoria não existe patologia de linguagem, a não ser que haja comprometimento orgânico. Observando-se o fazer clínico fonoaudiológico, sentiu-se a necessidade de realizar este estudo, pois interessa uma abordagem terapêutica que proporcione ao fonoaudiólogo observar a linguagem em sua prática particular, não a separando do sujeito. Diferencia-se, assim, do fazer clínico da objetividade, que coloca a doença e não o sujeito em primeiro lugar, durante a relação terapêutica. Neste sentido, busca formular uma clínica da subjetividade em que o terapeuta deve perceber que o falar, o calar, o “errar” sempre dizem algo sobre o sujeito. Portanto, este estudo tem como objetivo observar os contextos interacionais vivenciados por uma criança com atraso na aquisição da linguagem, sem patologia orgânica, em situações terapêuticas na área da Fonoaudiologia. Esta pesquisa evidencia, então, que o “erro” e a “falta”, além de constatados e eliminados, pedem para ser lidos, porque podem ser indicativos de desenvolvimento e não de “doença” (FREIRE, 1997). Para que o trabalho do fonoaudiólogo possa ser realmente efetivo, este tem de estar atento às teorias lingüísticas que tomam a linguagem da criança como objeto de estudo. Assim, o encontro teórico e metodológico entre a Lingüística e a Fonoaudiologia, possibilitado pela assunção da constituição do sujeito e da linguagem nas interações sociais, permite que o fonoaudiólogo encontre na díade o seu papel de terapeuta/estruturador da linguagem do outro – “o paciente’, contribuindo na construção de uma nova prática clínica.

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Aline Caldas Cunha

Livro de Imagem: aprender a ver para aprender a ler

Orientação: Marígia Ana de Moura Viana
Área de Concentração: Linguística

O mundo moderno cheio de linguagens diversas exige pessoas preparadas para entender e absorver as novas formas de mensagens que chegam até elas. A leitura de vários tipos de texto é essencial na sociedade em que vivemos. Saber ver/ler uma imagem é tão necessário quanto aprender a ler e escrever nos moldes convencionais, pois os códigos e os processos de produção da comunicação se alteram e, nessas mudanças, buscam receptores aptos para entendê-los. Esta pesquisa qualitativa tem como objeto caracterizar a leitura e investigar os tipos de textos orais produzidos por crianças de 05 anos de idade, através da leitura de livros de imagem, em uma classe da educação infantil de uma escola particular da cidade de recife. Parte-se do pressuposto de que há possibilidade de uma criança não-alfabetizada produzir texto oral e construir sentidos para uma história feita só com imagens, e que esta prática auxiliará não só nos aspectos de produção textual como de leitura. Durante a pesquisa de campo, foram utilizados três livros de imagem: O dia-a-dia de Dadá (Marcelo Xavier), Filó e Marieta (Eva Fumari), e O almoço (Mário Vale). Depois de um primeiro contato informal com os livros, foi proposto às crianças, individualmente, que fizessem a leitura em voz alta de uma das obras, sendo essas atividades filmadas e gravadas para análise. Como resultado, este estudo evidencia três tipos de leitura: uma narrativa, em que se percebe o preenchimento dos "brancos" entre as imagens, com a interpretação das cenas, utilizando-se de conectores, outra, fragmentada em relação aos elementos internos da narrativa, não indo além da leitura descritiva, e por fim uma de natureza mista apresentando traços das duas citadas anteriormente. O uso de operadores da narrativa apresentou-se de forma restrita, e os conectores foram identificados em doze tipos. o contato da criança com os livros de imagem, numa proposta pedagógica em que a intervenção do professor tenha a intenção de promover a autonomia e a autoconfiança da criança, em vez de apenas servir de instrumento de correção, poderá não somente desenvolver a linguagem oral, a criatividade na produção de textos, mas também aperfeiçoar o aluno na leitura de novos códigos, preparando-o para enfrentar as novas realidades geradas pelos meios de comunicação.

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