Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

21 de dezembro de 1995

Miguel José Alves de Oliveira Júnior

A Narrativa Oral de Experiência Vicária

Orientação: Maria da Piedade Moreira de Sá e Dóris de Arruda Carneiro da Cunha
Área de Concentração: Linguística

Resumo: A presente dissertação dedica-se ao estudo de narrativas orais de experiência vicária, contadas por adultos com formação universitária. O material empírico compreende basicamente 18 narrativas extraídas de inquéritos pertencentes ao arquivo do Projeto NURC/Recife. Trata-se de uma análise funcional, em que se privilegia o estudo dos elementos lingüísticos que conferem interesse e objetivo ao texto narrativo – os chamados elementos avaliativos. Baseado principalmente nos estudo desenvolvidos pelo sociolingüista norte-americano William Labov, este trabalho está dividido em duas partes: a primeira discute alguns conceitos teóricos concernentes à análise lingüística da narrativa; a segunda oferece, a partir da análise do material empírico, algumas reflexões para questões tais como: existem diferenças funcionais entre narrativas de experiência pessoal e narrativas de experiência vicária? Qual o papel de um narrador de histórias em terceira pessoa? Contar uma história de experiência vicária envolve alguma pressão social que a particularize? Narrativas vicárias podem ser textos coerentes e organizados, ao contrário do que se tem sugerido? Que estratégias os narradores podem utilizar para conferir coerência ao texto narrativo dentro da conversação? Qual a função do presente histórico nas narrativas de experiência vicária? Pode ser explorado como estratégia avaliativa? É possível que uma narrativa seja avaliada por alguém que não tenha participado dos acontecimentos? Pode-se falar em narrativa pouco avaliada a partir da natureza do relato? Idade e sexo do narrador podem determinar a quantidade de avaliação do texto narrativo?

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13 de novembro de 1995

José Alcidésio Medeiros de Vasconcelos

A Via Crucis do Corpo: sujeição ao e libertação do c ânone social

Orientação: Ivaldo Santos Bittencourt
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Analiso a coletânea de contos “A Via Crúcis do Corpo”, da ficcionista Clarice Lispector em sua forma e conteúdo, na tentativa de relacionar a obra em foco com a teoria do dialogismo de Mikhail Bakhtin e com a sócio-crítica de Pierre Zima. Em A Via Crúcis do Corpo, identifico o diálogo entre o discurso literário e outros tipos de discursos. A análise é realizada a partir da verificação da influência de linguagens não-literárias na formação da estrutura e interpretação do texto de Lispector. Foi nosso desejo mostrar o texto de Lispector como instrumento de reação à realidade social brasileira em seu caráter opressor. Para tanto tratamos nos capítulos de nossa tarefa sobre temas como o poder transformador da literatura em relação à formação de consciências; a técnica dialógica da intertextualidade; o humor irônico como crítica ao social e as ambivalências de atitudes, de gestos e pensamentos das personagens enquanto veículos de valores sociais. Baseando-se na análise aplicada foi possível demonstrar que a literatura compromete-se com o processo de mudança do social, vez que questiona, problematiza a realidade vivencial.

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10 de novembro de 1995

Antonio Carlos dos Santos Xavier

Conversa ao Pé do Rádio: um estudo da interação comunicador-ouvinte

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Este trabalho analisa a relação que se estabelece entre comunicador e ouvinte através do rádio, tomando como estudo de caso um dos programas de maior audiência do Brasil: show do Paulo Lopes. Por ser um meio de comunicação de fácil penetração e acesso, o rádio tem exercido uma importante função social, seja como formador de opinião ou funcionando como companheiro no cotidiano de seus ouvintes, constituindo-se assim em um importante veículo promotor de relações interpessoais. Partindo dos pressupostos teóricos da análise da conversação e análise do discurso, observamos como se processa esta interação a partir de alguns elementos (a divisão em texto e discurso é meramente metodológica). Pareceu-nos que comunicador e audiência se envolvem e se integram mais participativamente na interação radiofônica, quando aquele direciona as suas ações para satisfazer as expectativas deste, através da abordagem de tópicos comuns a sua rotina de vida. O comunicado parece estar sempre buscando tornar a interação radiofônica semelhante à conversação, a fim de, com isso, consolidar definitivamente a relação com a audiência.

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30 de outubro de 1995

Maria do Carmo Soares Costa

Poesia Experimental e Música Contemporânea

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Este trabalho procura demonstrar a importância da interdisciplinaridade para o ensino da literatura no primeiro grau maior, visando à ampliação do conceito de leitura e de texto, indispensável à apreensão mais integrada do homem e sua realidade. A pesquisa se divide em duas partes: a primeira envolve os fundamentos teóricos que justificam o nosso interesse pela abordagem intersemiótica da música e da poesia de um modo geral, através da exemplificação de alguns trabalhos neste campo. Esta seção se subdivide em dois momentos: um em que apresentamos pontos em comum entre a música tonal e a poesia tradicional, e outro que trata das correspondências morfossintático-semânticas da música contemporânea com a poesia experimental à luz de duas tendências da atualidade: o racionalismo/geometrismo e o sensorialismo. A segunda trata de um relatório das atividades realizadas durante a pesquisa de campo com os alunos de duas turmas da 8ª série do Colégio de Aplicação do Centro de Educação da UFPE. Os dados extraídos da parte prática foram coletados com base nos trabalhos, nas reações, opiniões e respostas fornecidas pelas turmas face às mostras de algumas análises realizadas de todo material produzido pelos alunos – textos, histórias, desenhos, poemas, etc. – evidenciam a urgência de pormos em prática os estudos da demanda extrínseca da literatura que se mostram bem tímidos ou quase inexistentes nas escolas, contribuindo, assim, para a permanência do hiato entre a teoria literária e sua vivência na sala de aula.

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23 de outubro de 1995

Maria Alice Morim Tavares de Melo

A Correção em Sala de Aula de Língua Estrangeira

Orientação: Kazuê Saito Monteiro de Barros
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Esta pesquisa volta-se para a investigação da correção no ambiente da sala de aula de língua estrangeira buscando estabelecer uma relação entre tipos de aula e classes de correção. Esse fenômeno tem sido estudado em contextos diversificados, como a conversação informal entre falantes nativos, e aprendizes de língua estrangeira. Na sala de aula de língua materna e na sala de aula de língua estrangeira, as investigações existentes se preocupam especificamente em definir quem corrige e em que momento se corrige. Este trabalho procura expandir o âmbito das ocorrências observáveis e, para tanto, utiliza como suporte teórico as contribuições de Salo Lee (1987) para introduzir na análise classes de correção e categorias de correção. Devido à falta de consenso quanto ao conceito de correção foi necessário se fazer um apanhado das suas diferentes interpretações, a fim de que se pudesse ter, de maneira clara, uma visão que possibilitasse chegar à definição da noção de correção a ser adotada neste estudo. Pelo fato de o enfoque dado à correção nesta investigação se dirigir à sala de aula, um levantamento do que a literatura apresenta como traços peculiares a esse ambiente foi realizado. A análise dos dados mostrou que a crença comum de que o comportamento dos interactantes na sala de aula é sempre determinado pela assimetria resultante da diferença de status entre professor e aluno não corresponde necessariamente à realidade, já que foram encontradas estâncias em que o procedimento de correção não se realizou de maneira a refletir a relação de poder esperada em um ambiente institucionalizado, como é a sala de aula.

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16 de outubro de 1995

William Amorim de Sousa

O Amor em uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres: Uma Abordagem Psicanalítica

Orientação: Ivaldo Santos Bittencourt
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Este trabalho estabelece, num primeiro momento, pelo viés da interdisciplinaridade, uma relação entre Literatura e Psicanálise. Com isso, aborda os efeitos da teoria psicanalítica sobre a crítica literária clássica, obrigando-lhe a mudar a concepção de obra e de leitor. Ainda nesse momento, procura desmistificar comentários enganosos e corriqueiros a respeito da literatura. Num segundo momento, o trabalho busca na filosofia de Platão e Aristóteles as chaves para compreender a formulação do amor, enquanto impossibilidade, na psicanálise, representada aqui por Freud e Lacan. Por último, analisa, à luz da psicanálise, o movimento de constituição da personagem Loreley, enquanto sujeito, a partir de sua relação amorosa com Ulisses. É através de um amor de transferência que ela tem acesso a um saber sobre seu desejo. O que Clarice Lispector chama de “Aprendizagem”, aqui foi chamado de transmissão.

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9 de outubro de 1995

Marcos Araújo Bagno

A Luta Desigual: mito e realidade nos livros didáticos de língua portuguesa

Orientação: Maria da Piedade Moreira de Sá
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Esta dissertação traz os resultados de uma crítica, sob a ótica da Sociolingüística, dos livros didáticos de língua portuguesa nos tópicos e exercícios relacionados à fonética/ fonologia. Verificou-se que nestes livros impera a visão tradicional de que a língua escrita tem status muito mais elevado como objeto de estudo do que a língua oral. Neles dá-se exagerada importância aos aspectos ortográficos e exige-se que a fala reflita fielmente a forma escrita, desprezando-se por completo o fenômeno da variação lingüística em todos os seus níveis (social, histórico, geográfico, etário, étnico etc.). A pesquisa tratou de revelar os mitos e preconceitos que configuram o ideal de uma língua portuguesa que os autores dos livros didáticos tentam impor. Identificaram-se assim, entre outros, o mito da unidade lingüística do Brasil, o mito da alfabetização como panacéia para os problemas sociais, o mito da deficiência verbal dos falantes de português não-padrão, que acarreta o preconceito contra toda norma de português diferente da literária. Como reação a essa forma tradicional de encarar o fenômeno da variação, o autor propõe “aulas” de português não-padrão para educadores recorrendo sobretudo a técnicas histórico-comparativas para tratar os temas abordados.

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2 de outubro de 1995

Vicente Masip Viciano

Dificuldades Fonéticas Segmentais de Brasileiros Recifenses Estudantes de Espanhol

Orientação: Marígia Ana de Moura Viana
Área de Concentração: Linguística (Doutorado)

Resumo: O ensino de língua espanhola a brasileiros e de língua portuguesa a falantes de espanhol aumenta a cada dia pautado em métodos e manuais impróprios, a maior parte dos quais pensado para anglo-saxões. Na tentativa de contribuir para um embasamento científico na área, desenvolvo este trabalho a partir de uma pesquisa fonética segmental, precedida de um estudo teórico sobre as principais escolas fonológicas e de uma análise contrastiva dos sistemas fonológicos português e espanhol. Deixo para uma segunda etapa a abordagem prosódica para evitar o acúmulo de dados e assegurar o rigor da abordagem. Após selecionar textos de locutores espanhóis e de alunos recifenses de língua espanhola, feitas as gravações e transcrições, identifico, num primeiro momento, as principais dificuldades dos alunos quanto a emissões vocálicas e articulações consonantais por meio de uma observação contrastiva, e as descrevo segundo os parâmetros de tonicidade e posição. A seguir, traço um diagnóstico acústico / articulatório de cada uma das variantes vocálico / consonantais detectadas e apresento exercícios de adequação ao modelo pretendido. Finalizo a tarefa com uma proposta fonética preventiva que, a partir dos dados colhidos e processados, orienta os futuros estudantes brasileiros de castelhano, já no início do aprendizado, sobre a correta emissão e articulação de sons, aproveitando ao máximo a facilidade que eles já possuem para assimilar esse idioma. Concluo que a maior parte dos percalços fonéticos segmentais enfrentados pelos alunos decorre de interferências da língua materna, enquanto que uma mínima parte se deve ao desconhecimento da produção de sons. Defendo uma didática fonética segmental preventiva, a partir de diagnósticos individuais, base segura para a construção do edifício prosódico e para ulteriores pesquisas morfo-sintáticas e lexicais.

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28 de setembro de 1995

Chrystiane Carla Silva Nunes

Argumentação Ideológica na Linguagem Literária: produção e recepção

Orientação: Yaracylda Oliveira Farias e Ivaldo Santos Bittencourt
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: A dissertação de título Argumentação Ideológica na Linguagem Literária: Produção e Recepção estuda o modo de organização lingüística da representação ideológica em sete textos, em prosa, de Cecília Meireles, a saber: o livro “Olhinhos de gato”; os textos “Da solidão”, “Compensação” e “O cachorrinho engraçadinho”, do livro “Janela mágica”; e os textos “Josefina” e “Reino da solidão” do livro “Giroflê, giroflá”. O trabalho fundamenta-se teoricamente no conceito althusseriano de ideologia e usa a terminologia ducrotiana para análise da argumentatividade literária a identificar nos textos operadores argumentativos e enunciados que juntos representam a força argumentativa. Em segundo momento, a pesquisa aponta para os indicadores dos efeitos da argumentatividade literária na recepção do público/leitor infanto-juvenil. Analisa, então, os resultados de um trabalho de campo, organizado mediante a aplicação de fichas e roteiros de leitura em um universo de trinta e dois informantes, alunos de escolas públicas. Essa pesquisa tem, portanto, como principal objetivo, estudar a argumentação ideológica do texto literário, verificando o modo de organização textual e seus efeitos na recepção.

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28 de agosto de 1995

Angélica de Araújo de Melo Maia

Entre o Texto e a Teoria: imagens dialéticas e alegóricas sob um olhar sociocrítico em contos de Ignácio de Loyola Brandão

Orientação: Ivaldo Santos Bittencourt
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Reunindo as categorias do método sociocrítico propostas por Pierre Zima e as noções de alegoria e de imagens dialéticas desenvolvidas por Walter Benjamim, o presente estudo tem como objetivo empreender uma leitura sociocrítica de três contos de Ignácio de Loyola Brandão, quais sejam: “O homem do furo na mão” (1972), “O homem que procurava a máquina” (1977) e “O presidente da China” (1983), todos escritos no período histórico da ditadura brasileira. Na leitura dos referidos contos, parte-se da análise do “teor coisal” (cf. Bejamim) dos textos (correspondente aos níveis de análise lexical, semântico, sintático e pragmático da teoria de Zima) para se chegar à interpretação do “teor de verdade” dos mesmos, entendido como aquilo que os contos revelam alegoricamente acerca da realidade sócio-histórica à qual se referem. Por meio dessa abordagem crítica, torna-se-á possível comprovar, mais uma vez (a despeito da singularidade das categorias metodológicas que são utilizadas simultaneamente), como a ficção pode contribuir no processo de desconstrução e reconstrução da História, e além disso, será possível demonstrar como a alegoria presente na ficção pode conduzir o homem a compreender de forma mais completa e verdadeira sua própria História e a acreditar em novas possibilidades de organização do real.

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29 de julho de 1995

Nadja Maria Vieira

Interação e Linguagem de Crianças com Síndrome de Down

Orientação: Judith Hoffnagel
Área de Concentração: Linguística

Resumo: O presente trabalho tem como conteúdo uma investigação sobre a interação e linguagem de crianças com Síndrome de Down (SD). Procuramos enfatizar a identificação e elementos e processos lingüísticos que permitem avaliar a interdependência dos papéis de falante e ouvinte; é uma análise da habilidade para adequação da fala da criança com SD em função da mudança de ouvinte (adulto ou criança mais jovem), e da sua competência conversacional. Para isto aplicamos basicamente parâmetros teóricos e metodológicos de duas pesquisas: a) de Shatz & Gelaman (1974), para uma análise quantitativa, destacando aspectos como Tamanho Médio do Enunciado (TME) e a Variação de Categorias Morfossintáticas preestabelecidas, em função de diferentes ouvintes e b) de Ochs e Shieffelin (1983) para uma análise qualitativa destacando a presença de Categorias de Endereçamento do falante com SD a diferentes ouvintes e do tipo de Operações com Referentes, observando o aspecto da negociação semântica através da repetição ou substituição de referentes. O resultado das análises dos dados indicou uma menor quantidade e complexidade da fala dirigida ao adulto. As formas de endereçamento e operação com referentes, definidas a partir dos dados de Ochs e Shieffelin (1983) de crianças “normais” também estive presente nos dados analisados aqui, levando-nos à conclusão que existiram certas semelhanças entre o desenvolvimento da competência conversacional de pessoas "normais" e com SD.

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3 de julho de 1995

Saulo Cunha de Serpa Brandão

Vetor de Caos na Literatura: entropia

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Este trabalho estuda as influências de leis físicas sobre a literatura. Mais especificamente, descreve como a episteme no qual os Princípios da Termodinâmica estão inseridos, permeia a produção literária desde meados do século XIX até o momento presente. Privilegia-se ficcionistas e poetas anglo-americanos, mas escritores de outras origens também estão presentes. Os Princípios da Termodinâmica: - Princípio de Mayer, Entalpia, Princípio de Carnot, Entropia e o Princípio de Nernst, Ordem vs. Desordem, bem como seus desdobramentos na Ciência da Informação e na Estatística são explicados e apontadas as influências destes conhecimentos sobre a produção literária.

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30 de junho de 1995

Miguel Espar Argerich

Tipos e Funções da Repetição: estudo em aulas de Espanhol para brasileiros

Orientação: Judith Hoffnagel
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Esta reflexão surge no bojo do trabalho do autor ao ensinar o espanhol como língua estrangeira para traçar um esboço do funcionamento pluridimensional da repetição. Tenta arquitetar as mais variadas e recorrentes manifestações de repetição, identificadas na transcrição de conversações ocorridas durante seis aulas gravadas no Centro Cultural Brasil Espanha do Recife, com o intuito de estabelecer uma tipologia funcional do fenômeno, que se junte à do Prof. Marcuschi (1992ª). Tenciona, também, contribuir para precisar a influência da repetição na interação verbal em sala de aula. Busca, ainda, ampliar a consciência da significação para a conversação da assimetria relacional que marca o contexto escolar; para tanto, na análise de casos concretos, aporta observações de cunho etnográfico. Espera-se apontar regularidades que sejam como que degraus de aproximação à compreensão da melhor utilização da linguagem. Quer, igualmente, insurgir-se contra diversas formas de estigmatização a que se vê submetida à repetição no âmbito escolar. A especificidade do corpus analisado favorece a uma maior incidência da repetição nos âmbitos interativo, de formulação e de compreensão, e no do tópico, quando metalinguagem. As repetições se apresentam como sistematizáveis e essenciais à fala. Surgem indicações – que não serão exploradas aqui – que apontam para o potencial valor analítico da tipologia construída, como instrumento revelador da realidade pedagógica. No trabalho descritivo emerge com força a exigência de enfrentar a indicação da plurifuncionalidade concomitante que transparece na interação verbal. Apesar das limitações, pensa-se no trabalho como uma contribuição para alargar o leque das pesquisas realizadas, a partir da análise da conversação, no âmbito da lingüística aplicada ao ensino de língua estrangeira.

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26 de junho de 1995

Maria das Graças Soares Rodrigues

Algumas Marcas da Oralidade na Produção Textual Escrita de Alunos 4ª e 5ª Séries

Orientação: Dóris de Arruda Carneiro da Cunha
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Este trabalho tem por objetivo geral identificar os fatores que dificultam a produção de textos escritos, no contexto escolar, de acordo com as exigências dessa modalidade. Para tanto, fizemos a análise de um corpus constituído de redações de alunos de 4ª e 5ª séries de uma escola estadual situada na periferia de Natal. Partimos da hipótese de que um dos fatores responsáveis pelos problemas das redações escolares é a interferência das condutas dialógicas na produção monológica escrita de 4ª e 5ª séries. A pesquisa teve como suporte teórico, principalmente, estudos realizados sobre textos dialógicos conversacionais, tendo em vista a influência da oralidade na produção textual escrita das primeiras séries do 1º Grau. No corpus foram identificados mecanismos da modalidade falada da língua – alta freqüência dos conectivos –“e”, “que” e “mas”, envolvimento do falante consigo mesmo, com o interlocutor e com o conteúdo, descontinuidade temática. Pudemos constatar ainda a extrema heterogeneidade dos gêneros discursivos na produção escolar: os alunos desconhecem a macro-estrutura de cada gênero discursivo, escrevendo como se estivessem participando de um diálogo. Por último, propusemos um novo tratamento para a redação no contexto escolar, a partir da Pedagogia Freinet, no que concerne ao texto livre e sua reelaboração.

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16 de junho de 1995

Eugênia Maria Simões Cezar Menezes

O Duplo Registro em Osman Lins: trajeto do real ao imaginário

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: O trabalho pretendeu, em primeiro plano, fazer uma aproximação entre Literatura e Sociologia, através de uma abordagem interdisciplinar que apreendesse a realidade de forma holística. A nível específico, tencionou apresentar a crítica social contida na obra de Osman Lins, destacando o papel do artista na sociedade. O alcance desses objetivos foi programado através de uma aproximação temática entre ensaios – “Guerra sem Testemunhas”, “Do Ideal e da Glória”, “Evangelho na Taba”, e o romance “A Rainha dos Cárceres da Grécia”, este representando a obra ficcional do autor. Trabalhamos com a hipótese de que a visão de mundo do autor, condicionada por valores e vivências, influencia sua obra seja ao atuar como ator social movido por visão ideológica da realidade, seja ao delegar sua fala a personagens. Essa proposta chegou a termo em sua totalidade. No plano teórico/metodológico, a pesquisa apóia-se em esquema desenvolvido por Bordieu, atinente ao campo literário e sua relação com o espaço social. Acrescenta-se a incorporação de um conhecimento comum, o que veio a ser de fundamental importância na definição da metodologia adotada. Esta utiliza, como instrumental interpretativo, os saberes erudito e popular, permitindo o uso simultâneo de várias fontes de conhecimento. Sem prejuízo, acreditamos, de sua clareza e credibilidade. Intencionalmente dispensamos, na parte introdutória, o relato detalhado dos ajustes entre o programado e o executado. As decisões metodológicas são explicitadas em pé de página, no lugar e no momento de sua ocorrência, o que nos parece melhor caracterizar o processo de descobertas. O fato mais relevante a registrar decorreu da própria dinâmica da pesquisa. Esta teve seu escopo ampliado, no nível do objetivo específico, quando tornou-se evidente, na obra osmaniana, que imaginário e referencial histórico aparecem geminados, dificultando o cotejo entre ensaio e ficção (o duplo registro do título). Encontramos um filão rico e sedutor, e sua descoberta não impedia a finalização do texto. No entanto, escolhemos outro caminho, se mais trabalhoso, profundamente interessante, determinado pelo bibliográfico e elaboramos nova hipótese: a de que não há descontinuidade nos textos produzidos por Osman Lins, sendo a construção do sentido solidária entre as duas vertentes (daí nasceu o subtítulo). A decisão possibilitou oferecer pistas e sugestões – certamente não de todo inéditas – a cientistas sociais interessados na abordagem proposta, em metodologia interdisciplinar e na obra do escritor pernambucano.

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28 de abril de 1995

Isaltina Maria de Azevedo Mello Gomes

Dos Laboratórios aos Jornais: um estudo sobre jornalismo científico

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística

Resumo: O objetivo central deste estudo é apontar os fenômenos lingüísticos envolvidos na transposição de entrevistas, realizadas com cientistas, em textos jornalísticos publicados na imprensa diária. Para desenvolvê-lo, utilizamos como suporte teórico, fundamentalmente, trabalhos desenvolvidos por Marcuschi, acerca da relação fala-escrita, e por van Dijk, sobre a transformação de textos-fonte em textos jornalísticos. O Jornal do Commercio, do Recife, foi escolhido como veículo-alvo desta pesquisa pelo fato de o mesmo manter desde 1989 a editoria de Ciência e Meio Ambiente, com uma equipe de repórteres dedicada à cobertura de temas relacionados à ecologia, ciência e tecnologia. Tomamos como objeto de análise quatro conjuntos de textos (entrevista – matéria jornalística) que nos permitiram identificar as principais operações lingüísticas e as repercussões dessa transformação no conteúdo proposicional. Nossa análise mostrou modificações substanciais entre a entrevista e o texto jornalístico, mas normalmente a idéia básica do texto original é preservada. Conforme havíamos previsto nas hipóteses, constatamos que as imprecisões atribuídas pelos cientistas aos textos de divulgação científica são muito mais uma questão de mudança da perspectiva de interesse do que propriamente distorção de informações. Mesmo em se tratando de um estudo de caso, acreditamos que nossas conclusões indicam o que geralmente ocorre na retextualização de entrevistas em textos de divulgação científica para a imprensa diária. Mas para que tenhamos uma visão mais ampla desse aspecto do jornalismo científico, pretendemos continuar esse estudo, analisando outros periódicos, especialmente os que tenham circulação nacional.

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26 de janeiro de 1995

Déborah de Brito Albuquerque Pontes Freitas

Bilingüismo do Grupo Arara (Pano) do Acre: sugestões para alfabetização na língua indígena

Orientação: Adair Pimentel Palácio
Área de Concentração: Linguística

Resumo: EOs Arara ocupam uma área delimitada às margens do Riozinho Cruzeiro do Vale (Igarapé Humaitá), afluente do alto Juruá, no Estado do Acre. O grupo, cerca de 153 índios, fala Português; destes, 10 falam Arara além de Português: e vários outros, embora não falem, entendem a língua indígena. Esta dissertação faz inicialmente um relato de natureza histórico-etnográfica que define o Arara como um grupo que apresenta forte assimilação dos elementos culturais da sociedade envolvente e conseqüente perda de sua cultura tradicional. A análise do bilingüismo dos Arara identifica a língua como um dos elementos que mais resiste a este contato. A existência de alguns bilíngües sugere que o grupo tem um estado de bilingüismo potencial. A língua ainda vive tradicionalmente em conversas secretas e onde não há exigência de uma interação comunicativa: na narração de histórias, nos sonhos e nas músicas. Os Arara possuem duas escolas, onde é transmitida a educação formal da sociedade nacional. O grupo demonstra interesse na alfabetização na língua indígena, buscando resgatá-la através de sua formalização. Tentando ir de encontro a este anseio e com a preocupação de oferecer um retorno social aos índios, esta dissertação sugere uma metodologia educacional apoiada no perfil do grupo, no seu Universo Vocabular, na Fonologia (CUNHA, 1993) e no sistema educacional de Paulo Freire, permitindo utilizar linguagem e técnicas pedagógicas que venham propiciar ao grupo não apenas a aquisição da habilidade de ler e escrever, mas também o resgate cultural Arara.

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17 de janeiro de 1995

Stella Virgínia Telles de Araújo Pereira Lima

A Língua Umutina: um sopro de vida

Orientação: Adair Pimentel Palácio
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Este estudo trata da descrição prévia da fonologia e de aspectos da morfologia da língua indígena Umutina, da Família Bororo, do Tronco Macro-jê, consoante uma abordagem teórico-metodológica estruturalista distribucional. Os dados foram coletados na aldeia Umutina localizada no município de Barra do Bugres, Mato Grosso, junto ao último “falante” da língua. Este índio, chamado Julá Peré, se encontra há aproximadamente 40 anos sem falar a língua materna, em razão do processo de contrato vivenciado pelo grupo desde o início do século, responsável pelo quase extermínio dos Umutina. Como forma de registrar o drama social desse povo, realizou-se um breve estudo da situação do grupo, que precede à análise lingüística. No estudo da fonologia foram depreendidos 12 fonemas consonantais: /p/, /t/, /k/, /z/, / š /, /j/, /m/, /n/, /r/, /l/, /w/ e /y/; e oito vocálicos: /i/, /e/, / ε /, / ī /, /a/, /u/, /o/ e /c/. Os ditongos observados foram cinco crescentes: /yo/, /ye/, /ya/, /we/ e /wa/; e cinco decrescentes: /uy/, /oy/, /ey/, /ay/ e /ew/. Registraram-se ainda os seguintes padrões silábicos: V, CV, CCV, CVC, e VC. Na língua a acentuação é previsível na última sílaba, e, portanto fonética. Quanto à morfologia, verificaram-se duas classes de palavras: as variáveis e as invariáveis. As primeiras compreendem os substantivos (alienáveis e inalienáveis); os pronomes pessoais (casos reto e oblíquo) e possessivos; e os verbos. A segunda classe engloba as partículas, subdivididas em sete subclasses, a saber: descritivas, locativas (espaciais e temporais), de negação, de resgate, de relação, numerais e intensificadoras. O objetivo último deste trabalho é documentar para o povo Homótipa aspectos de sua língua, como forma de contribuir na luta de seus direitos étnicos.

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16 de janeiro de 1995

Maria Odileiz Sousa Cruz

A Fonologia Taurepang: uma língua da família Karib falada em Roraima

Orientação: Adair Pimentel Palácio
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Esta dissertação é uma descrição prévia de aspectos fonéticos e fonológicos da língua taurepang falada, aproximadamente por 275 índios localizados na fronteira Brasil-Venezuela, no estado de Roraima. Este estudo foi elaborado com base em procedimentos da lingüística descritiva distribucional. A análise fonética revelou a existência de 23 segmentos consonantais: [p], [b], [t], [d], [k], [k], [g], [?], [ν], [ð], [s], [š], [h], [č], [m], [n], [ñ], [η], [r], [l], [λ], [w] e [y]; e 21 segmentos vocálicos constituídos por: 09 segmentos orais breves, [i], [e], [ε], [î], [α], [a], [u], [o], [c], e 06 longos: [i:], [e:], [ĩ:], [a:], [c:], [u], além de 06 segmentos vocálicos nasais, [ĩ], [ẽ], [ī], [ã], [ũ] e [õ]. A análise fonológica evidenciou: 11 fonemas consonantais, /p/, /t/, /k/, /s/, /h/, /č/, /m/, /n/, /r/, /w/ e /y/, e 06 fonemas vocálicos, /i/, /e/, / î/, /a/, /u/ e /o/; também revelou o padrão silábico: V, CV, VC, CVC E CCV. A nível supra-segmental, o resultado da análise apontou para as seguintes conclusões: a acentuação de natureza fonética ocorre sempre na última sílaba; o prolongamento vocálico, identificado como um traço não distintivo para a língua Taurepang; e o tom cujo levantamento permitiu estabelecer para essa língua, um tipo padrão, baixo/alto. O resultado desta análise foi, inicialmente, comparado com descrições fonológicas de outras línguas da Família Karib estreitamente aparentadas com o Taurepang, como Pemon, Arekuna, Akawaio e Makuxi e, no final, com o quadro Proto-Karib. Por fim, este estudo tem como alvo apresentar uma proposta de alfabeto a comunidade Taurepang que vive no lado brasileiro, cujos anseios de auto-afirmação étnica e lingüística são, de muitas formas, perceptíveis.

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