Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

7 de outubro de 1991

Ivanise Pimentel Gomes

Aspectos Fonológicos do Parakanã e Morfossintáticos dos Awá-Guajá (Tupi)

Orientação: Adair Pimentel Palácio
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Este trabalho traz como objetivo de estudo os aspectos fonológicos e morfossintáticos desenvolvidos sobre duas línguas indígenas brasileiras ágrafas: parakana e awa-guaja, integrantes da família tupi-guarani, do tronco tupi. A descrição fonológica alicerça-se em repertório fonético da língua parakana coletado sob o ponto de vista articulatório e submetido aos princípios metodológicos da análise fonêmica estruturalista distribucional. Demontra-se a ocorrência de alguns problemas morfofonológicos, os possíveis padrões silábicos da língua e inicia-se a etnografia educacional aplicada através da proposição de um alfabeto. Os aspectos morfossintáticos são descritos sobre dados da Língua Awá-Guajá onde se busca a identificação dos principais morfemas que entram na composição de alguns itens lexicais, assim como se aborda a distribuição e função destas unidades na estrutura gramatical da língua. Formula-se, no final, um quadro comparativo entre fatos lingüísticos Parakanã e seus correspondentes em Awá-Guajá e outra três línguas da família Tupi-Guarani, como forma de ressaltar a tipologia vocálica Parakanã. Complementa-se o quadro através do confronto de estruturas gramaticais do Parakanã e Awá-Guajá, apontando-se os itens e formas diferenciadoras de ambos.

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30 de setembro de 1991

Rosely Maria de Souza Lacerda

Sistema Interrogativo de Seis Línguas Indígenas do Brasil, uma Análise Contrastiva

Orientação: Adair Pimentel Palácio
Área de Concentração: Linguística

Resumo: A comparação do sistema interrogativo das línguas Kaiwá e Manduruku (Tupi), Guató e Yaté (Macro-jê), Makuxi (Karib) e Terena (Aruak) constitui o tema dessa dissertação. Traços de relevância para estudo da forma interrogativa foram analisados em elementos segmentais, curva de entonação, posição dos constituintes em perguntas que esperam resposta “sim-não”, perguntas para confirmação e perguntas para informação. O propósito foi buscar uma semelhança tipológica nas línguas geneticamente aparentadas assim como em línguas de famílias diferentes. Na introdução conceitua-se o vocábulo interrogação, apresenta-se a classificação genética e tipológica das línguas, dá-se uma visão do suporte teórico e dos procedimentos metodológicos. A descrição, análise e comparação dos dados focalizam marcadores e palavras interrogativas. Encontrou-se o marcador interrogativo em Kaiwá, Munduruku, e Yatê; as demais línguas utilizam apenas uma curva entonacional específica para expressar perguntas. Incluíram-se marcadores aspectuais e conversacionais por serem proferidos em curva melódica interrogativa. Estudou-se desde a construção de perguntas diretas, afirmativas, até perguntas retóricas, negativas indiretas. A palavra interrogativa foi objeto de uma análise semântico-estrutural, observando-se funções sintáticas, sentidos equivalentes, traços de concordância com outros constituintes frasais, o uso de afixos, etc. A questão da posição dos constituintes demonstrou que, em geral, é mantida a ordem neutra do enunciado declarativo. Traços gerais da curva entonacional interrogativa confirmam, na maioria das vezes, o contorno ascendente em final de enunciado. Após estabelecer semelhanças e diferenças, (re)agruparam-se as línguas concluindo pela coincidência de alguns traços, que o Yatê, língua Macro-jê, se aproxima das línguas Tupi, Kaiwá e Munduruku, estas duas aparentadas na classificação genética; Guató, língua Macro-jê, não teve afinidades estruturais com o Yatê como poderia ser esperado, por pertencerem ao mesmo tronco; Makuxi, Terena e Guató contrastando com as outras três línguas, têm um ponto comum: não fazem uso de marcador interrogativo.

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23 de setembro de 1991

Flávia Jardim Ferraz Goyanna

O Lirismo Anti-Romântico em Manuel Bandeira

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Dissertação originalmente sem resumo.

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29 de abril de 1991

Maria das Graças Ferreira

O Imaginário dos Povos Indígenas na Literatura Infantil

Orientação: Antônio Viana e Adair Pimentel Palácio
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: “O Imaginário dos Povos Indígenas na Literatura Infantil” é uma tentativa de analisar, comparativamente, algumas obras publicadas nos anos 80 e uma obra da etnologia brasileira editada no final do século XVIII. Este trabalho esta dividido em três partes: a primeira concerne ao “paraíso ancestral” no tocante a dois mitos amazônicos: “A lenda do guaraná” e “O menino e a flauta”, adaptados e ilutstrados em 1986, por FITTIPALDI. A segunda parte trata da perda do paraíso que se verifica em “Taigoara”, de SILVEIRA (1987) e em “Terra sem males”, de GALDINO (1985). A terceira e última parte remete ao “paraíso reinventado” em “O selvagem”, de MAGALHÃES (1876) e em “Momeucáua”, de BITTENCOURT (1984). Neste estudo de feição comparatista, a fundamentação teórica remete à questão da intertextualidade sistematizada por GENETT e KRISTEVA, à relação entre Literatura e História postulada por estudiosos como MALRAUX e para alguns aspectos do imaginário teorizados por DURAND e BURGOS. Seguramente, tais contribuições estão relacionadas à pluralidade do discurso nas citadas obras destinadas ao público infantil e juvenil presente, também na obra de MAGALHÃES.

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9 de abril de 1991

Marina de Paula Pinto Mendes

Macunaíma: intertextualidade e carnavalização

Orientação: Ivaldo Santos Bittencourt
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: O Modernismo brasileiro assumiu, nos fins da década de 20, uma feição primitivista muito nítida, no intuito de tocar os matizes de um imaginário popular nosso, mediante a criação artística, que deram a forma e o tom a esse período fecundo da atividade literária de Mário de Andrade. O caráter de fantasia inerente à composição da “Rapsódia” transpõe os limites do descritivismo urbano ou sertanejo, por meio de um andamento antes legendário do que naturalista e documental. Todas as grandes aventuras literárias empreendidas na Europa desde o início do século transcendiam o código dito “realista”, já decaído, clichê de estilo e estereótipo de personagem.

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27 de março de 1991

Ermelinda Maria Araújo Ferreira

Limite e Excesso: as duas geometrias de avalovara

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: O romance está morrendo nos últimos tempos. Não é difícil encontrar diagnósticos negativos à respeito do futuro deste gênero narrativo que tem sofrido profundas transformações ao longo do século XX. Se o tema ainda não perdeu a sua atualidade é porque ou a agonia do romance revela uma surpreendente energia vital ou o que está morrendo não é exatamente ele, mas a forma burguesa de narrar, o realismo que prescreve o descritivismo, a análise individual e social. Essa morte vem propiciando a revitalização de mitos.

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