Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

8 de setembro de 2005

Ivana Maria de Moura Alves

De Uma Guerra a Outra: a dramaturgia experimental de Osman Lins

Orientação: Luzilá Gonçalves Ferreira
Área de Concentração: Teoria da Literatura

A presente pesquisa busca analisar a cronotopia – interação indissociável entre tempo e espaço – no romance Espaço Terrestre do autor pernambucano Gilvan Lemos. A relação entre os índices espaciais e temporais é estudada numa perspectiva dinâmica que define o cronotopo como espécie de princípio organizador da narrativa. Em Tempo e Espaço, a cronotopia assume capital relevância quando vários níveis espaço-temporais (Recife/tempo histórico, cronotopo da estrada, Sulidade/tempo cíclico) apresentam-se dialogicamente relacionados. O diálogo entre os cronotopos evidencia-se na interação dos planos espaço-temporais que, ora se opõem, ora e completam. A cronotopia também organiza a estratificação lingüística (plurilingüismo), na medida em que condiciona as variantes dialetais utilizadas pelas personagens. Por essa razão, a análise fundamenta-se nas concepções de Bakhtin (1992 e 1993) sobre cronotopia, dialogismo e plurilingüismo, estreitamente ligadas na composição do universo romanesco. O principal objetivo deste trabalho é mostrar como a cronotopia manifesta-se enquanto elemento importante na arquitetura do romance Espaço Terrestre, ao estruturar a narrativa, tanto no plano formal, quanto no simbólico.

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2 de setembro de 2005

Inara Ribeiro Gomes

A Estrutura Genética de Avalovara

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Este resumo procura definir uma teoria da ficção inclusa no romance “Avalovara”, de Osmar Lins. Preliminarmente, aborda-se a obra nas suas relações com: a) a segunda fase da literatura ficcional do autor, conforme a divisão estabelecida pela crítica; b) o contexto da literatura contemporânea; c) os gêneros e convenções literárias; d) a reflexões teóricas e críticas do autor. A análise principia pela descrição dos princípios de composição e da linha temática da narrativa. No passo seguinte, onde se concentra a tese central deste estudo, examina-se o procedimento alegórico de elaboração de uma teoria do signo poético. No relato da formação do escritor, a aprendizagem em três etapas sucessivas corresponde à investigação teórica do espaço, do tempo e da linguagem. É possível identificar uma travessia pelo signo, na medida em que cada um desses três elementos da narrativa está associado a cada um dos componentes do signo lingüístico (significante, referente, significado, respectivamente). A perseguição à Palavra tem na metáfora o instrumento básico de sondagem e descoberta. A análise, assim, procura descrever a dinâmica tensional da operação metafórica na gênese das figuras simbólicas. A metáfora final realiza uma unificação tensa dos opostos – ordem e desordem, geometria e desequilíbrio, razão e mito, tempo e eternidade, texto e mundo, palavra e coisa –, mas não totaliza a obra: o mundo transcende a forma do artista.

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