Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

2 de junho de 2004

Herimatéia Ramos de Oliveira Pontes

A Construção das Identidades Sociais de Vítimas e Criminosos no Relato de Crimes de Morte na Mídia Impressa

Orientação: Judith Hoffnagel
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Pode parecer comum a um/a leitor/a de jornais e revistas impressas que os editoriais ou artigos de opinião sejam os “lugares adequados” para que posições ideológicas sejam explicitadas. O que dizer das notícias e reportagens, especialmente dos relatos de crime de morte, uma vez que a mídia impressa se propõe a informar os fatos que ocorrem na sociedade de forma neutra e imparcial, deixando que o leitor os interprete e tire suas próprias conclusões? Este estudo tem por objetivo analisar a construção de identidades sociais de vítimas e criminosos no relato de crimes de morte, como um dos efeitos da prática discursiva, constituindo-se assim, um importante instrumento para se verificar a mudança social. Através da investigação das categorias lingüístico-discursivas utilizadas na produção das notícias e reportagens, destacamos a natureza político-ideológica como base dessa construção de identidades. Para viabilizar esta análise, nos situamos na abordagem da Análise Crítica do Discurso como método de pesquisa social, tomando como referencial teórico-metodológico a teoria social do discurso de Fairclough (2001) que analisa o discurso enquanto produção textual, prática discursiva e prática social. Ao verificarmos como se dá a representação lingüística da realidade social no texto noticioso, precisamente, a representação das identidades sociais de vítimas e criminosos nos relatos de crimes de morte na mídia impressa, percebemos que há uma discrepância entre a realidade e a representação textual dessa realidade que funciona ideologicamente. Uma análise crítica do discurso da mídia impressa nos permite, portanto, uma conscientização crítica dos usos da linguagem e sua relação com as práticas sociais contribuindo assim, para mudança social dessas práticas.

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1 de junho de 2004

Flávia de Andrade Lima

A Adolescência Escrita em Marcel Proust , Clarice Lispector e Anne Hébert

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Vivemos, já há algumas décadas, o reconhecimento da adolescência como a idade onde acontecem as maiores mudanças da personalidade e a definição de boa parte dos traços característicos da identidade de cada um. Porém, aliado a esta consciência da importância da adolescência, cultuamos a certeza de ser a fase de maiores dilemas na vida do ser humano. Então, rotulamos nossos jovens de "aborrecentes" e imaginamos esta fase como a única barreira a se transposta por eles e pelos pais, como se somente na puberdade surgissem problemas existenciais. Muitas vezes esquecemos que uma infância mal vivida ou problemática é anúncio de uma juventude pervertida, e, sucessivamente, uma juventude mal resolvida compromete a maturidade. Enxergamos nos adolescentes muito mais os pontos negativos, chegando a ser comum, quando os adolescentes fogem ao padrão, falarmos com surpresa, e até com certa ironia, que "nem parecem estar naquela idade!" Diante dessa "marginalização" dos adolescentes na vida real, resolvemos refletir como é descrita esta fase na ficção. Seriam os jovens personagens da ficção também vítimas dos rótulos de que são taxados os personagens reais? Quais os valores que sustentam a personalidade desses personagens? Neste trabalho nos propomos a encontrar os valores que permeiam esses personagens. Primeiro, analisaremos teoricamente como os valores podem ser inseridos numa obra literária. Depois, traçaremos um perfil psicológico de três figuras adolescentes femininas (pois, acreditamos que a adolescência feminina e a masculina têm diferenças marcantes), em três autores: Marcel Proust, Clarice Lispector e Anne Hébert. E, por fim, concluirmos traçando um paralelo entre os personagens ficcionais e os reais no que se refere aos valores que projetam a imagem da adolescência nos seus universos respectivos. Acreditamos que a literatura influencia o leitor, privilegiamos uma reflexão pessoal sobre a possível poeticidade de uma idade tão conturbada, que a todos assusta. Desfazendo o mito de que tudo na adolescência é problemático, buscaremos a raiz das reações dos jovens no processo de passagem, onde as perdas e os ganhos modelam a personalidade do futuro adulto.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE