Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

29 de agosto de 2003

José Genildo Cordeiro Santos

A Queda do Eu e o Gozo da Linguagem em A Paixão Segundo G.H.

Orientação: Lourival Holanda
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Este estudo tem como objetivo, pelo viés da interdisciplinaridade, fazer uma leitura do conceito de sujeito na modernidade a partir do texto clariceano A Paixão Segundo G.H. Para tanto, trazemos o discurso psicanalítico como uma nova forma de pensar o homem e a dimensão da verdade propondo, assim, uma crítica literária em que a idéia do inconsciente subverte a concepção clássica do eu narrativo - não mais efeito de uma visão transcendental - mas efeito de linguagem e desejo. Propomos com essa consideração estabelecer um diálogo entre sujeito da escritura e sujeito do inconsciente formalizando, pois, uma teoria de conjunto que possibilite uma prática de leitura a partir do inconsciente.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

11 de agosto de 2003

Kátia de França Monteiro Vasconcelos

Utopia das Transculturas: Maira e Ashini

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Este trabalho tem por finalidade a análise comparativa da figura do ameríndio, dentro de um processo de formação de identidade multicultural, nos romances Maíra, do brasileiro Darcy Ribeiro e Ashini, do quebequense Yves Thériault. Trata-se de examinar as possibilidades de reconstrução, via ficção, da imagem de comunidades étnicas postas habitualmente à margem da sociedade. As obras escolhidas tematizam o hibridismo, a memória, a territorialização; caracterizam também o índio como sujeito-cidadão. Nosso alicerce teórico remete principalmente aos conceitos bakhtinianos de discurso, dialogismo, polifonia que nos ajudaram a reler os textos, a reconstruí-los com vista a uma reflexão crítica sobre a realidade histórica dos índios do Brasil e do Canadá, assim como sobre o imaginário projetado sobre ambas as comunidades através de seus representantes ficcionais. Além de Bakhtin, temos solicitado igualmente os recursos de Néstor Canclini e Homi Bhabha para esclarecer os conflitos interétnicos suscitados nos textos pela presença de personagens que, por mais estranhos que possam parecer, são membros autênticos de nossa americanidade.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

16 de junho de 2003

Fabiana Câmara Furtado

Perfis da Belle Époque Brasileira: uma análise das figuras femininas em Lima Barreto

Orientação: Yaracylda Oliveira Farias
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Por apontar na sua obra, os mecanismos utilizados pela ideologia de sua época para limitar a participação feminina na sociedade, Lima Barreto oferece um corpus bastante fértil para a análise da mulher na Belle Époque brasileira. Através das suas personagens femininas é possível verificar os papéis destinados às mulheres que, nesse contexto histórico-social, assumiam uma posição subalterna em quase todos os setores da sociedade. Como material para essa análise foram usados dois romances do autor: Numa e a Ninfa e Clara dos Anjos. No primeiro, foi analisada a mulher burguesa e no segundo, a mulher negra e a suburbana. No estudo das figuras femininas dos romances citados e de outras obras utilizadas, é possível constatar que o autor denuncia as opressões sofridas pelas mulheres da sua contemporaneidade. Para a abordagem teórica do corpus recorremos ao conceito de gênero formulado por Joan Scott que se encontra no ensaio: Gênero: uma categoria útil para a análise histórica; além da contribuição de outras estudiosas sobre o assunto, como Kate Millet que analisa a estrutura do Patriarcado no texto Uma Política Sexual e de Gayle Rubin com o seu artigo Tráfico de mulheres: notas sobre a “economia” política do sexo, assim como, aos (às) historiadores (as) que se debruçaram sobre a época em questão.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

27 de maio de 2003

Ilzia Maria Zirpoli

Vidas Re-Compostas: aventureiras, peregrinas, viajantes nos contos de Nélida Piñon

Orientação: Luzilá Gonçalves Ferreira
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Visamos a apreciar, na presente pesquisa, os contos de Nélida Piñon, “I Love My Husband”, “Torre de Roccarosa”, “A Sereia Ulisses” e “Finisterre”, evidenciando os processos de construção de sentido com relação às representações da mulher em nível do enunciado e da enunciação e relevando, nessas narrativas, o motivo condutor da viagem enquanto signo da maioridade feminina. Partindo da concepção da mulher nos discursos cristão e greco-latino, a escrita da autora opera uma refiguração da tradição, desviando o foco narrativo de uma posição fixada no masculino para ressignificar experiências da alteridade feminina e latino-americana.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

22 de maio de 2003

Edna Guedes de Souza

Dissertação: gênero ou tipo textual?

Orientação: Abuêndia Padilha Peixoto Pinto
Área de Concentração: Linguística

Resumo: O propósito deste trabalho é situar a dissertação como um gênero textual, a fim de desfazer o conflito existente entre seu conceito sob a ótica da tipologia textual tradicional e sua concepção na perspectiva sociointeracionista. Para tanto, fizemos uma breve apreciação da base epistemológica de língua/linguagem, do ponto de vista bakhtiniano, para, em seguida, discorremos sobre a noção de gênero e tipos textuais, fundamentando-nos nos postulados de Bakhtin (1992), Bronckart (1999), Dolz & Schneuwly (1996), Marcuschi (2000), entre outros; explicitamos a concepção de dissertação, numa perspectiva tradicional e procedemos à sua caracterização como gênero textual. Assentados nesse referencial teórico, finalizamos esta pesquisa comprovando nossa proposição com a análise dos questionários aplicados a professores de Língua Portuguesa do Colégio Visão, da Escola Dom Vital e do CEFET-PE (em Recife e em Pesqueira) e das dissertações produzidas por seus alunos. A análise dos questionários constatou a existência de uma confusão conceptual quanto à natureza discursiva da dissertação; já a análise dos textos permitiu-nos, a partir da observação das características dos planos da situação de ação de linguagem, discursivo e das propriedades lingüístico-discursivas – sobretudo, ao ser estabelecido o seu contexto de produção, tornar evidente a proposição de que a dissertação constitui-se num gênero textual. Esperamos que este esclarecimento venha a contribuir para que o processo ensino-aprendizagem da dissertação na escola torne-se mais natural e acessível à prática docente e ao aluno concluinte do Ensino Médio.

» Download do e-book (Formato PDF:1,1 MB)

Aguarde o carregamento do e-book. Para visualizar é necessário ter instalado em sua máquina o software Adobe Reader. Caso não o possua clique aqui para fazer o download.

19 de maio de 2003

João Jesus Rosa

Intertexto e Identidade Cultural em Aquele Um, de Benedito Monteiro

Orientação: Sônia Lucia Ramalho de Farias
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Este trabalho surgiu da necessidade de se estudar regionalismo e identidade cultural no romance Aquele um, do escritor paraense Benedito Monteiro, discutindo seus aspectos intertextuais à luz da teoria da intertextualidade do teórico soviético Mikhail Bakhtin. Escolheu-se Aquele Um por ser o livro que encerra a tetralogia do autor, onde está reunida somente a fala individualizada de seu personagem-elo Miguel dos Santos Prazeres extraída das obras anteriores, Verde vagomundo (1972), O minossauro (1975) e A terceira margem (1983). Trata-se de um monólogo reflexivo, onde o protagonista apresenta uma retrospectiva de sua vida, desde Verde vagomundo até A terceira margem. Seu interlocutor, nesta retrospectiva, é o próprio Benedito Monteiro. Publicado em 1985, Aquele Um está dividido em três momentos que correspondem aos três romances que o precederam: narrado a um major, narrado a um geólogo, narrado a um geógrafo. Todos aparecem no romance como interlocutores implícitos de um relato que se dá em primeira pessoa e a posteriori dos fatos. Aqui o herói da narrativa encerra sua epopéia iniciada em Verde vagomundo, passando pelos demais romances que lhe servem de caminhos e cenários para suas aventuras durante suas viagens pela Amazônia.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

29 de abril de 2003

Maria Cristina de Assis Pinto Fonseca

Caracterização Lingüística de Cartas Oficiais da Paraíba dos Séculos XVIII e XIX

Orientação: Marlos de Barros Pessoa
Área de Concentração: Linguística (Doutorado)

Resumo: Este trabalho tem como objetivo estudar cartas oficiais enviadas a diferentes autoridades da administração pública paraibana, no período entre 1774 e 1874. O corpus, com 203 cartas, foi selecionado a partir de documentos manuscritos preservados no Arquivo Histórico da Paraíba, transcritos sem alteração na grafia, acentuação, fronteira entre as palavras e mantendo-se as variantes fonológicas, morfológicas e sintáticas. A fundamentação teórica tem um caráter interdisciplinar, utilizando elementos da História Social da Linguagem, da Lingüística Histórica e da Lingüistica de Texto, além de conceitos de Paleografia, indispensáveis para a abordagem de textos de épocas passadas. Partindo-se do princípio de que condições sócio-históricas de produção se refletem em marcas textuais próprias, buscou-se verificar os fenômenos lingüísticos de uma perspectiva histórico-textual, com base nos níveis de análise lingüística apresentados por Oesterreicher (1994; 1996), a partir de conceitos elaborados por Coseriu (1979; 1979a; 1980,1982, 1995). A análise das cartas revelou uma grande variação no domínio da modalidade escrita, que decorre da situação sócio-histórica de produção dos textos. Espera-se que este trabalho possa contribuir para a investigação da história da língua portuguesa, com a organização e análise de textos que documentam o uso burocrático da língua na época colonial e imperial, período relevante para a história do português brasileiro.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

28 de abril de 2003

Karina Falcone de Azevedo

O Acesso dos Excluídos ao Espaço Discursivo do Jornal

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi e Isaltina Maria de Azevedo Mello Gomes
Área de Concentração: Linguística

Resumo: O objetivo central deste estudo é analisar o acesso dos excluídos aos espaços discursivos dos jornais. Isso significa, primeiramente, questionar as relações ideológicas que envolvem o domínio das elites e a predominância de suas representações discursivas nos meios de comunicação de massa. Para essa análise, seguimos as teorias desenvolvidas por T. A. van Dijk e N. Fairclough, principais referências aqui adotadas. Neste trabalho, a investigação do acesso se restringiu ao domínio jornalístico, tendo como objeto de estudo textos publicados sobre o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), no período de 11 de novembro de 1999 a 29 de fevereiro de 2000, no Jornal do Commercio (JC). A delimitação em apenas um veículo de comunicação foi uma necessidade metodológica, no sentido de eliminar variáveis intervenientes que poderiam surgir devido às diferentes orientações ideológicas dos jornais, o que não deveria ser foco do nosso estudo. Outro aspecto aqui observado foi a qualidade da participação dos excluídos na construção do discurso jornalístico. A partir de duas categorias básicas de análise (acesso institucional e acesso episódico), investigamos como os integrantes do MTST participaram da construção do discurso jornalístico. A análise nos levou à confirmação da hipótese inicial: o acesso dos excluídos se dá, preferencialmente, em situações de conflitos. Os efeitos sócio-cognitivos desse fenômeno é uma das principais causas do preconceito e dos estereótipos construídos na sociedade contra os grupos em situação de exclusão.

» Download do e-book (Formato PDF:1,5 MB)

Aguarde o carregamento do e-book. Para visualizar é necessário ter instalado em sua máquina o software Adobe Reader. Caso não o possua clique aqui para fazer o download.

22 de abril de 2003

José Guimarães Caminha Neto

A Escrava Isaura: uma visão multidimensional

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Este trabalho busca revelar os muitos segredos que se escondem por trás das representações de uma escrava mestiça, nascida sob o signo do Romantismo, chamada Isaura. A personagem criada por Bernardo Guimarães, na segunda metade do século XIX, revela-se cheia de contradições que, nesta pesquisa, se explicam nas teorias pós-modernas. Assim como o Folhetim, gênero híbrido criado da união do Jornalismo Impresso com a Literatura, Isaura sofre o preconceito de não ser aceita pela sociedade por causa de sua origem. Esta dissertação acompanha os passos trilhados pela escrava desde o romance popular (1875) até o folhetim eletrônico (1976) para mostrar as muitas faces da nossa cultura e suas transformações. Na Literatura, as influências dos mitos fundamentais; de obras grego-romanas; do romance inglês do século XVIII, e norte-americano do século seguinte. Nas adaptações do romance para a mídia, teremos a comprovação de que Isaura mantém-se sujeita às regras mercadológicas da Indústria Cultural. Para manter-se viva, ela se transforma: idealizada e perfeita no Romantismo; relegada e maldita no Modernismo; resgatada e aceita pelo público com a ajuda da Televisão no final do século XX. Nos desdobramentos do mito de Isaura, constata-se a construção da auto-imagem do brasileiro: ideologicamente branco. Um mestiço que não se reconhece como tal.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

Elcy Luiz da Cruz

Terras Sem Mal: A História e a Ficção como Promessas de Futuro

Orientação: Alfredo Adolfo Cordiviola
Área de Concentração: Teoria da Literatura (Doutorado)

Resumo: Nosso trabalho busca enfocar a diversidade de duas escrituras de fronteiras altamente vulneráveis: a história e a ficção. Na construção dessas escrituras percebemos que a memória e o esquecimento são bases limítrofes, fundando tantas vezes a plurissignificação de ambas. Na tentativa de percorrer as fronteiras dessas escrituras fazemos uma divisão didática com um intuito laboratorial de separar dois corpos para análise colocando a teoria (a história) como componente do esquecimento e a ficção (representada por romances lançados a partir da década de 1990) como pertencendo à memória. Argumentamos com essa divisão que o discurso histórico pode se apresentar inverídico por atender interesses de determinados grupos, enquanto que o discurso de ficção estaria livre deste propósito pela natureza “gratuita” da obra de arte. Sabemos que essa gratuidade é relativa, o que só comprova que não é tão simples estabelecer divisões entre esses discursos. No aprofundamento do estudo fazemos uma crítica às teorias que versam sobre o fim da história bem como sobre a morte do romance com um debate que envolve historiadores e romancistas e para tal fazemos uso tanto das teorias sobre a história (abrindo debate também com teóricos da pós-modernidade) assim como da ficção (com romances que usam e abusam da intertextualidade, que utilizam documentos históricos ou textos das manchetes do cotidiano). Afirmamos que o discurso histórico e o discurso ficcional são discursos dinâmicos e por isso mesmo problematizadores da realidade. A partir desse entendimento tentamos convencer que ambos os discursos são reveladores do real da realidade. Ou seja, a realidade se apresenta eivada de significados, o que acaba fazendo desses discursos produtores de uma memória viva. A memória viva é tradução da polifonia inerente a ambos discursos, ou seja, ela é construída do diálogo constante entre seus intertextos e o leitor. Evidentemente fazemos críticas ao discurso histórico que sob regimes autoritários submete a realidade a uma triagem. Tomando tais regimes como exemplo do apagamento da memória, colocamos o discurso histórico e o discurso literário como produtores de promessas futuras. Ou seja, a reconstrução do passado é necessária para a compreensão do presente e a consolidação de um país e de uma literatura possível.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

26 de março de 2003

Williany Miranda da Silva

O Gênero Textual no Espaço Didático

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística (Doutorado)

Resumo: Este trabalho desenvolve alguns aspectos da teoria dos gêneros, em especial, o modelo sócio-interacionista de Bronckart (1999, 2000) e o modelo sócio-comunicativo de Dolz e Schneuwly (1998) com o intuito de investigar como os gêneros textuais são abordados nas propostas de produção escrita dos livros didáticos de português do ensino fundamental (5ª a 8ª séries). A análise constatou que as propostas priorizam de maneira exagerada a abordagem de gêneros do domínio ficcional e jornalístico, enfatizando muito mais o aspecto estrutural da seqüência tipológica (narração e exposição) e dos mecanismos lingüístico-textuais (coesão e coerência) do que o da funcionalidade do gênero. Acreditando que o professor pode suprir os problemas criados por essa lacuna, apresentamos como sugestão de trabalho uma seqüência de atividades para o gênero entrevista, dentro da perspectiva sócio-interacionista. A seqüência destaca atividades prévias (orais e escritas) como fundamentais para motivar e monitorar o processo de produção de quem está escrevendo com a intenção de comunicar de forma autêntica e não apenas de cumprir uma tarefa escolar. De um modo geral, para o desenvolvimento da análise dos livros didáticos e para a sugestão da seqüência didática, a idéia central é a de que os gêneros se distribuem num contínuo de atividades sociais e discursivas no dia-a-dia do cidadão.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

17 de março de 2003

Fábio Cavalcante de Andrade

Ordem Sinuosa: o Barroco em Avalovara

Orientação: Lourival Holanda
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Esta dissertação pretende responder ao desconhecimento que a obra de Osman Lins suscita. Um vazio carregado de significação. Avalovara, de 1973, é nosso objeto. Rastreamos os seus caracteres barrocos, demonstrando sua modernidade e sintonia com o presente a partir da idéia de barroco contemporâneo.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

Cristina Lucia de Almeida

Paginário: a imaginação crítica em Osman Lins e Ítalo Calvino

Orientação: Lourival Holanda
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Paginário nomeia um diverso olhar diante da página literária, a página imagem, lida não mais enquanto suporte do texto, e sim escritura. A imaginação crítica: projeto estético de Osman Lins e Ítalo Calvino fundamentado em valores da modernidade literária que unem, pela linguagem poética, o discurso romanesco ao discurso crítico. Nos romances e ensaios, os autores criam estratégias de ficcionalização e expõem com rigor e paixão uma defesa da especificidade da Literatura. O trabalho está teoricamente argumentado com bases na releitura do conceito de imaginação restituindo o caráter crítico e seletivo do imaginário. Os romances A Rainha dos Cárceres da Grécia e Se um Viajante numa Noite de Inverno são glosas de si mesmos: apresentam com ironia o fracasso das Teorias de interpretação frente a amplidão do literário. Livro, autor e leitor, personagens romanescos, são agora responsáveis pela construção das novas realidades textuais. O fanal: despertar o leitor da dormência mental provocada por alguns textos de fácil penetração e deslizamento, superfícies não porosas que são, sem obstáculos e labirintos.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

12 de março de 2003

Maria das Graças Ferreira

Contrapontos da Literatura Indígena Contemporânea no Brasil

Orientação: Roland Walter
Área de Concentração: Teoria da Literatura (Doutorado)

Resumo: Este trabalho em torno da literatura indígena contemporânea no Brasil pretende ser uma contribuição às investigações no campo da literatura comparada e dos estudos culturais. Seu objetivo é abordar a relação entre identidade, hibridismo, história, interface e outros aspectos-chaves a uma leitura das diferenças. Com base nas teorias que emanam da América, a revisão literária discute a noção de diferenças a partir do próprio pensamento indígena [sublinhando a chamada ecocrítica], visando uma melhor apreensão do texto literário. Nessa perspectiva, o trabalho discute o problema da educação escolar indígena e apresenta um panorama da história dos movimentos político e literário dos povos indígenas no Brasil. O trabalho analisa as obras individuais de autoria indígena que foram publicadas no período 2000 e 2002. O objetivo é discutir a situação do escritor e a questão dos “500 anos” de colonização; abordar o amor à terra e outros temas transversais que emanam do texto literário contemporâneo de autoria indígena. O estudo delimita-se às histórias contadas e escritas por Daniel Munduruku (povo Munduruku), em “Meu vô Apolinário” (2001); Olívio Jekupé (povo Guarani), em “O Saci verdadeiro” (2000); Yaguarê Yamã (povo Saterê Mawé), em “O remo sagrado” (2002) e Renê Kithãulu (povo Nambikwara), em “Irakisu: o menino criador”, publicado em 2002. Quanto à poesia, a análise refere-se aos manifestos literários de Eliane Potiguara (povo Potiguar), especificamente, os poemas do livro “Metade cara, metade máscara”. Parte desse livro trafega na Internet, na página “Literatura Indígena: um pensamento brasileiro”, junto ao GRUMIN: Rede de Comunicação Indígena sobre Gênero e Direitos, de Eliane Potiguara.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

25 de fevereiro de 2003

Elizabeth Cardoso Carvalho

O Entrelaçar da Poesia de Antero de Quental e Florbela Espanca

Orientação: Yaracylda Oliveira Farias
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: O objetivo desta pesquisa foi estudar as diferenças e semelhanças percebidas na lírica de Antero de Quental e Florbela Espanca, com relação às temáticas: amar e pensar, dando-se ênfase ao papel do leitor cooperativo, aquele que está em constante diálogo com o texto. Os caminhos percorridos foram norteados pelo comparativismo e pela Estética da Recepção.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

24 de fevereiro de 2003

Juarez Nogueira Lins

Geografia e Literatura: uma leitura interdisciplinar do Recife através da poesia de Manuel Bandeira, Carlos Pena Filho e João Cabral de Melo Neto

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Este texto é um estudo interdisciplinar, no qual se inter-relacionam os pressupostos teóricos da Literatura e da Geografia, objetivando ampliar as possibilidades de interpretação de um mesmo espaço a partir de duas leituras. A cidade do Recife, este espaço, é o objeto de estudo, e as fontes são obras literárias - poemas - de três poetas recifenses: Manuel Bandeira, Carlos Pena Filho e João Cabral de Melo Neto. Os textos destes poetas tiveram como fonte de inspiração a paisagem geográfica, portanto, uma análise geográfica do poema é relevante para o estudo literário. Da mesma forma, a representação que os poetas fizeram desta paisagem geográfica traz elementos novos para o estudo geográfico. São duas leituras sobre a cidade, leituras que se complementam, com a literatura traduzindo o essencial das relações homem e espaço e a geografia subsidiando a interpretação dos textos literários que abordam o espaço recifense.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE

Silvano Pereira de Araújo

A Pergunta Didática na Produção Oral de Alunos Universitários de Língua Inglesa: um enfoque sócio-internacional

Orientação: Abuêndia Padilha Peixoto Pinto
Área de Concentração: Linguística (Doutorado)

Resumo: Neste trabalho, temos por objetivo identificar, descrever e analisar perguntas utilizadas por quatro professores de língua estrangeira em salas de aula de uma universidade do estado de Pernambuco, para averiguar em que sentido elas contribuem para a qualidade da produção oral do aluno. Para isso, recorremos aos seguintes instrumentos de coleta de dados: observação em sala de aula, gravação e transcrição de oito aulas (duas de cada professor), entrevistas com os professores e questionários para professores e alunos. Apesar de sua importância para este trabalho, as tipologias propostas pela pesquisa de sala de aula não foram suficientes para dar conta da análise dos dados, já que, freqüentemente não relacionam as perguntas ao contexto sociocultural em que se realizam. O aporte teórico que fundamenta este estudo se inspira no paradigma etnográfico de linguagem e de aprendizagem de línguas. Nessa perspectiva, as perguntas são enunciados cujas funções variam de acordo com o contexto sociocultural e o evento comunicativo. Uma análise parcial dos dados indica serem as perguntas do professor determinadas, dentre outros fatores, pelo ritual, objetivos da aula, papéis do professor e do aluno, assim como pelo tipo de abordagem adotada pelo professor. As perguntas mais recorrentes nas aulas observadas foram: a espontânea, a de estabelecimento de clima, a procedimental, a interativa e a pergunta didática. Os dados ainda revelam que os professores, ao enunciarem as perguntas didáticas, fazem uso de estratégias de facilitação, dentre as quais destacamos: repetição, paráfrase, perguntas com lacunas, ênfase na palavra-chave, tradução, pergunta e resposta pelo professor para otimizar a produção oral do aluno.

» Download do e-book (Formato PDF:1,6 MB)

Aguarde o carregamento do e-book. Para visualizar é necessário ter instalado em sua máquina o software Adobe Reader. Caso não o possua clique aqui para fazer o download.

4 de fevereiro de 2003

Ivanda Maria Martins Silva

Interação Texto-Leitor na Escola: dialogando com os contos de Gilvan Lemos

Orientação: Maria da Piedade Moreira de Sá
Área de Concentração: Teoria da Literatura (Doutorado)

Resumo: A presente investigação analisa a interação de alunos do Ensino Médio de uma escola pública da rede estadual com os contos de Gilvan Lemos, visando estudar as principiais dificuldades dos leitores em face da leitura literária. Revisitamos os pressupostos de abordagens teóricas que focalizam a interação texto-leitor sob prismas distintos, mas que dialogam quando discutem a leitura do ponto de vista social (Jauss, 1978), ou individual (Iser, 1979, 1996, 1998), reconhecendo os limites da interpretação (Eco, 1999). Os contos do autor pernambucano foram selecionados, tendo em vista as diferentes estratégias narrativas utilizadas que convidam o leitor a participar do “jogo da ficção”. Foram trabalhados cinco contos de Gilvan Lemos: “A inocente farsa da vingança”, “Dias idos e não vividos”, “Missa do galo”, “Morte ao invasor” e “Coelhinhos do mato”. O corpus da pesquisa é formado por 300 questionários aplicados após a leitura dos referidos contos. Na análise dos dados, selecionamos as respostas dos alunos, as quais revelaram a identificação ou a não-identificação do leitor com o texto literário. Os resultados da pesquisa apontam a técnica narrativa utilizada nos contos como a principal dificuldade dos alunos no ato da leitura. Diante da leitura de narrativas que apresentam uma organização discursiva pouco linear, os alunos não conseguem articular os planos da história e do discurso. Em síntese, o presente estudo propõe uma maior integração entre as contribuições da Teoria da Literatura e a escola, na medida em que discute o ato da leitura como processo dinâmico de envolvimento do leitor com o texto, considerando principalmente o enfoque de Iser. A leitura literária é abordada como um jogo, conforme a abordagem de Iser (In: Lima, 2002), em que os autores jogam com os leitores e o texto é o campo do jogo.

» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE