Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

20 de dezembro de 1993

Dilma Tavares Luciano

O Papel dos Padrões Entoacionais na Fala do Professor na Organização do Discurso em Sala de Aula

Orientação: Marígia Ana Viana de Moura
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Este trabalho investiga os padrões entoacionais na fala do professor no fornecimento de pistas para a organização do discurso na interação. Foi utilizado para análise, o texto verbal produzido em duas aulas de língua inglesa no terceiro grau. Centralizando-se as análises na impressão tonal sobre os elementos responsáveis pela indicação da intenção comunicativa do professor na organização e na progressão do conteúdo da aula. A observação dos tons amplia a definição dos marcadores de fronteira da teoria sinclaireana (1982) bem como modifica o modelo de Sinclaire no tocante a segmentação dos enunciados. São consideradas as anuidades tonais da teoria interacional do tom de Brazil (1985). Os aspectos organizacionais que servem à análise dos tons são: as molduras de abertura e fechamento, o foco, o início e as transações. Seguem-se os seguintes passos: (a) agrupamento das ocorrências de moldura de abertura com tons informativos (p), alusivos (r) e neutros (o); (b) listagem dos fechamentos que não apresentam molduras; e (c) análise por grupo de tom das implicações interacionais decorrentes dessas escolhas tonais. Conclui-se que o tom participa da organização da informação auxiliando a coerência do discurso que conduz ao melhor aproveitamento das informações negociadas na interação.

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Cristina Teixeira Vieira de Melo

As Revistas Semanais: o Esopo moderno

Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
Área de Concentração: Linguística

Resumo: O objetivo principal desta dissertação é mostrar como a revista Veja constrói suas reportagens com as características mais salientes de uma narrativa-gênero tradicionalmente ligada à produção literária. Verificamos que esse procedimento não inviabiliza, mas modifica o conceito de objetividade da informação jornalística. A narrativa noticiosa constitui uma estrutura textual capaz de conduzir a argumentação e, ainda, uma forma, ela mesma, de construção de sentido. Procuramos perceber, num corpus de dezenove reportagens, que categorias referenciais, nos níveis de texto e de discurso, são usadas nos textos de Veja. A nossa hipótese é a de que as sessões especializadas da revista possuem, como conseqüência de estratégias cognitivas, marcas lingüísticas próprias que exercem importantes e diferentes funções no estabelecimento do sentido e na propagação do discurso. Investigamos também as estratégias mais empregadas para envolver e persuadir o leitor, e defendemos a tese de que o jornalismo tem como objetivo central a formação de opinião e não a simples transmissão de informações. Assim, o discurso jornalístico recorre às mais diversas estratégias argumentativas para disseminar seus pontos de vista, procurando persuadir o leitor por meio de formas de dizer veladas. Buscamos, na reconstituição dos processos de implicitação, trazer à tona a maneira como Veja noticia os fatos. Para tanto, examinamos os mecanismos retóricos e estilísticos que estruturam e organizam o discurso, os resultados obtidos confirmam a narrativa com um tipo de texto usual do jornalismo e a argumentação como o ato lingüístico fundamental. Acreditamos que essas conclusões podem ser ampliadas quanto a outros periódicos. Sugerimos, por isso, a investigação da abrangência da forma narrativa e também das diversas estruturas específicas que esse gênero assume no jornalismo atual.

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10 de dezembro de 1993

Carlos Alberto Domingues do Nascimento

A conversação na psicose infantil: uma análise da organização tópica

Orientação: Judith Hoffnagel
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Este trabalho objetiva o estudo da organização tópica da conversação de sujeitos portadores de Distúrbios Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação. Para tanto, analisamos um corpus de duas adolescentes que precocemente - aos dois anos - apresentaram este distúrbio. São abordadas duas propriedades do tópico discursivo: a centração e a progressão tópica. Para a primeira recorremos aos pré-requisitos que asseguram o estabelecimento do tópico: l - captação da atenção, 2 clareza, da articulação, 3 - identificação dos referentes e 4 -identificação da relação semântica entre os referentes. Em relação a segundo, definimos uma estrutura de participação em que observamos três papéis: falante primário, falante secundário e ouvinte. Estes estão relacionados à execução das açoes tópicas, das formas de apoio e dos sinais de atenção, respectivamente. Os resultados obtidos mostram que o participante psicótico além dos componentes da organização tópica de conversações não-psicótieas, apresentam alguns componentes que parecem característicos ao seu desempenho: l - cisma, 2 - referenciação descontextualizada, 3 reação irrelevante e 4 - quebra de tópico. Os três primeiros relacionam-se a centração e o segundo a progressão tópica. Concluímos que a organização tópica da conversação psicótica apresenta uma combinação dos componentes usados na conversação não-psicótica com aqueles que lhes são peculiares, desta forma, temos uma conversação cujo desenvolvimento é marcado pelo envolvimento/não-envolvimento e pela coopersção/não-cooperação.


» E-book disponível para acesso na Sala de Leitura César Leal - Centro de Artes e Comunicação - Campus UFPE