A Apresentação do Mundo pela  Linguagem no Jornalismo
          
Orientação: Luiz Antonio Marcuschi
          Área de Concentração: Linguística
         
          A tese defendida nesta investigação                 afirma que o jornalismo produz uma representação                 e um sentido de mundo que podem ser tidos muito mais como um trato que um retrato  da                 realidade. Os fatos jornalísticos, que são formas  epistemológicas de organizar o mundo, reforçam  contextos de modelos  estabilizados e estereotipados, e, paradoxalmente,  apresentam grande  carga de indeterminação e ambigüidade no relato dos  acontecimentos. Sua  meta é conquistar as mentes e os corações dos leitores como   co-produtores de sentidos. Com uma análise que arranca de dentro da   lingüística,                 assume-se a teoria da  indeterminação do                 significado como um aspecto intrínseco à linguagem e  cuja  determinação de sentido é fruto de uma construção interativa e  discursiva da  realidade. Nos dois primeiros capítulos analisam-se,  respectivamente, a questão                 referencial no relato noticioso  jornalístico e alguns                 aspectos da abordagem teórica da referência ao                 longo dos últimos 50 anos no contexto  filosófico e  lingüístico a respeito da relação entre linguagem e mundo. Os  textos  investigados foram retirados de dois jornais (um de circulação nacional   e um estadual) e duas revistas, que circularam nos meses de março e  abril de  2000. Os capítulos 3, 4 e 5, que constituem o núcleo da  análise, demonstram que  as noções                 de intersubjetividade, intencionalidade, dêixis,  pressuposição,  protótipos, categorias, nomes, anáforas, repetições,  ambigüidade,  indeterminação                 e polissemia, empregadas                 na análise  do corpus, permitem defender a tese de que o  relato jornalístico da notícia não  pode ser tido como espelho da  realidade. Não se trata de uma simples reedição  das velhas noções de  que o jornalismo não é uma atividade neutra sob o aspecto  ideológico,  mas sim de um aprofundamento de tese nova voltada para aspectos que   dizem respeito ao próprio modo de produção de sentido pela atividade  referencial  ao não se admitir que de um lado está a linguagem e de  outro os fatos e que ao  indivíduo – o jornalista – cabe usá-los para um  relato clarividente e unívoco.
    
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Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE