Aquivo Digital da Pós-Graduação em Letras UFPE

30 de outubro de 1995

Maria do Carmo Soares Costa

Poesia Experimental e Música Contemporânea

Orientação: Sebastien Joachim
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Este trabalho procura demonstrar a importância da interdisciplinaridade para o ensino da literatura no primeiro grau maior, visando à ampliação do conceito de leitura e de texto, indispensável à apreensão mais integrada do homem e sua realidade. A pesquisa se divide em duas partes: a primeira envolve os fundamentos teóricos que justificam o nosso interesse pela abordagem intersemiótica da música e da poesia de um modo geral, através da exemplificação de alguns trabalhos neste campo. Esta seção se subdivide em dois momentos: um em que apresentamos pontos em comum entre a música tonal e a poesia tradicional, e outro que trata das correspondências morfossintático-semânticas da música contemporânea com a poesia experimental à luz de duas tendências da atualidade: o racionalismo/geometrismo e o sensorialismo. A segunda trata de um relatório das atividades realizadas durante a pesquisa de campo com os alunos de duas turmas da 8ª série do Colégio de Aplicação do Centro de Educação da UFPE. Os dados extraídos da parte prática foram coletados com base nos trabalhos, nas reações, opiniões e respostas fornecidas pelas turmas face às mostras de algumas análises realizadas de todo material produzido pelos alunos – textos, histórias, desenhos, poemas, etc. – evidenciam a urgência de pormos em prática os estudos da demanda extrínseca da literatura que se mostram bem tímidos ou quase inexistentes nas escolas, contribuindo, assim, para a permanência do hiato entre a teoria literária e sua vivência na sala de aula.

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23 de outubro de 1995

Maria Alice Morim Tavares de Melo

A Correção em Sala de Aula de Língua Estrangeira

Orientação: Kazuê Saito Monteiro de Barros
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Esta pesquisa volta-se para a investigação da correção no ambiente da sala de aula de língua estrangeira buscando estabelecer uma relação entre tipos de aula e classes de correção. Esse fenômeno tem sido estudado em contextos diversificados, como a conversação informal entre falantes nativos, e aprendizes de língua estrangeira. Na sala de aula de língua materna e na sala de aula de língua estrangeira, as investigações existentes se preocupam especificamente em definir quem corrige e em que momento se corrige. Este trabalho procura expandir o âmbito das ocorrências observáveis e, para tanto, utiliza como suporte teórico as contribuições de Salo Lee (1987) para introduzir na análise classes de correção e categorias de correção. Devido à falta de consenso quanto ao conceito de correção foi necessário se fazer um apanhado das suas diferentes interpretações, a fim de que se pudesse ter, de maneira clara, uma visão que possibilitasse chegar à definição da noção de correção a ser adotada neste estudo. Pelo fato de o enfoque dado à correção nesta investigação se dirigir à sala de aula, um levantamento do que a literatura apresenta como traços peculiares a esse ambiente foi realizado. A análise dos dados mostrou que a crença comum de que o comportamento dos interactantes na sala de aula é sempre determinado pela assimetria resultante da diferença de status entre professor e aluno não corresponde necessariamente à realidade, já que foram encontradas estâncias em que o procedimento de correção não se realizou de maneira a refletir a relação de poder esperada em um ambiente institucionalizado, como é a sala de aula.

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16 de outubro de 1995

William Amorim de Sousa

O Amor em uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres: Uma Abordagem Psicanalítica

Orientação: Ivaldo Santos Bittencourt
Área de Concentração: Teoria da Literatura

Resumo: Este trabalho estabelece, num primeiro momento, pelo viés da interdisciplinaridade, uma relação entre Literatura e Psicanálise. Com isso, aborda os efeitos da teoria psicanalítica sobre a crítica literária clássica, obrigando-lhe a mudar a concepção de obra e de leitor. Ainda nesse momento, procura desmistificar comentários enganosos e corriqueiros a respeito da literatura. Num segundo momento, o trabalho busca na filosofia de Platão e Aristóteles as chaves para compreender a formulação do amor, enquanto impossibilidade, na psicanálise, representada aqui por Freud e Lacan. Por último, analisa, à luz da psicanálise, o movimento de constituição da personagem Loreley, enquanto sujeito, a partir de sua relação amorosa com Ulisses. É através de um amor de transferência que ela tem acesso a um saber sobre seu desejo. O que Clarice Lispector chama de “Aprendizagem”, aqui foi chamado de transmissão.

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9 de outubro de 1995

Marcos Araújo Bagno

A Luta Desigual: mito e realidade nos livros didáticos de língua portuguesa

Orientação: Maria da Piedade Moreira de Sá
Área de Concentração: Linguística

Resumo: Esta dissertação traz os resultados de uma crítica, sob a ótica da Sociolingüística, dos livros didáticos de língua portuguesa nos tópicos e exercícios relacionados à fonética/ fonologia. Verificou-se que nestes livros impera a visão tradicional de que a língua escrita tem status muito mais elevado como objeto de estudo do que a língua oral. Neles dá-se exagerada importância aos aspectos ortográficos e exige-se que a fala reflita fielmente a forma escrita, desprezando-se por completo o fenômeno da variação lingüística em todos os seus níveis (social, histórico, geográfico, etário, étnico etc.). A pesquisa tratou de revelar os mitos e preconceitos que configuram o ideal de uma língua portuguesa que os autores dos livros didáticos tentam impor. Identificaram-se assim, entre outros, o mito da unidade lingüística do Brasil, o mito da alfabetização como panacéia para os problemas sociais, o mito da deficiência verbal dos falantes de português não-padrão, que acarreta o preconceito contra toda norma de português diferente da literária. Como reação a essa forma tradicional de encarar o fenômeno da variação, o autor propõe “aulas” de português não-padrão para educadores recorrendo sobretudo a técnicas histórico-comparativas para tratar os temas abordados.

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2 de outubro de 1995

Vicente Masip Viciano

Dificuldades Fonéticas Segmentais de Brasileiros Recifenses Estudantes de Espanhol

Orientação: Marígia Ana de Moura Viana
Área de Concentração: Linguística (Doutorado)

Resumo: O ensino de língua espanhola a brasileiros e de língua portuguesa a falantes de espanhol aumenta a cada dia pautado em métodos e manuais impróprios, a maior parte dos quais pensado para anglo-saxões. Na tentativa de contribuir para um embasamento científico na área, desenvolvo este trabalho a partir de uma pesquisa fonética segmental, precedida de um estudo teórico sobre as principais escolas fonológicas e de uma análise contrastiva dos sistemas fonológicos português e espanhol. Deixo para uma segunda etapa a abordagem prosódica para evitar o acúmulo de dados e assegurar o rigor da abordagem. Após selecionar textos de locutores espanhóis e de alunos recifenses de língua espanhola, feitas as gravações e transcrições, identifico, num primeiro momento, as principais dificuldades dos alunos quanto a emissões vocálicas e articulações consonantais por meio de uma observação contrastiva, e as descrevo segundo os parâmetros de tonicidade e posição. A seguir, traço um diagnóstico acústico / articulatório de cada uma das variantes vocálico / consonantais detectadas e apresento exercícios de adequação ao modelo pretendido. Finalizo a tarefa com uma proposta fonética preventiva que, a partir dos dados colhidos e processados, orienta os futuros estudantes brasileiros de castelhano, já no início do aprendizado, sobre a correta emissão e articulação de sons, aproveitando ao máximo a facilidade que eles já possuem para assimilar esse idioma. Concluo que a maior parte dos percalços fonéticos segmentais enfrentados pelos alunos decorre de interferências da língua materna, enquanto que uma mínima parte se deve ao desconhecimento da produção de sons. Defendo uma didática fonética segmental preventiva, a partir de diagnósticos individuais, base segura para a construção do edifício prosódico e para ulteriores pesquisas morfo-sintáticas e lexicais.

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